Almargem lamenta morte do geólogo Miguel Magalhães Ramalho

Miguel Magalhães Ramalho ajudou ao reconhecimento de geossítios no Algarve

A Almargem veio a público lamentar a morte de Miguel Magalhães Ramalho, geólogo e professor que ajudou ao reconhecimento de vários locais do Algarve como geossítios, falecido no dia 8 de Março, aos 83 anos.

A associação de defesa do ambiente algarvia «associa-se à comunidade geológica e a todos os que o admiravam no pesar pelo falecimento do Professor Miguel Magalhães Ramalho», uma «figura discreta que marcou história da geologia em Portugal nas últimas décadas, quer por via da investigação e no ensino, mas também no desempenho de funções no Serviço Geológico Nacional, em várias Direcções-Gerais, no Instituto Geológico e Mineiro e INETI».

«De méritos nem sempre devidamente reconhecidos, como se não bastasse, o professor Miguel Magalhães Ramalho viria porém a desempenhar um papel ainda maior, desta feita ao nível da cidadania e da participação cívica, tornando-se num dos primeiros defensores do património geológico e divulgador da geologia entre nós ainda, durante a década de 1970», selinetou a Almargem

Do trabalho que realizou, destaca-se a Carta Geológica Simplificada do Parque Natural de Sintra-Cascais (publicada em co-autoria, em 1997) e a Carta Geológica Simplificada do Parque Natural da Ria Formosa, Reserva Natural da Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António e região envolvente, à escala 1/100.000 e Notícia Explicativa.

Também contribuiu para a proteção ambiental, «nomeadamente através da colaboração com ONGs de Ambiente, nomeadamente a Liga para a Proteção da Natureza, à qual viria a presidir durante vários anos, entre 1978 e 1993».

«Profundo conhecedor do valor científico e pedagógico do património geológico do Algarve, do qual era visitante assíduo da região, honrou a Almargem com o seu apoio ao reconhecimento de vários locais como geossítios, colaborando de forma igualmente generosa na proteção dos mesmos», recordou a associação.

Entre estes locais contam-se as Arribas da Ponta do Telheiro (Vila do Bispo), o Vale da Ribeira da Asseca/Pego do Inferno (Tavira) e a Rocha da Pena, a Fonte Benémola, a Nave do Barão, o Afloramento do Pirinéu e do Campo de Lapiás da Varejota/Castelão – estes últimos localizados no concelho de Loulé.

É a Miguel Magalhães Ramalho que se deve o primeiro inventário de património geológico e de locais com interesse geológico, «o qual identificava já 25 sítios no Algarve, lista que viria a alimentar o Inventário de geossítios de relevância nacional – Património Geológico de Portugal -, base que integrará futuramente o Sistema de Informação do Património Natural e o Cadastro Nacional dos Valores Naturais Classificados, da responsabilidade do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas.

«Em boa hora o seu trabalho em prol da conservação da Natureza viria a ser reconhecido pela mão da CPADA – Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente, que em 2011 lhe atribui o Prémio Carreira», acrescentou a associação.

«Por tudo isto, a Almargem presta a sua singela homenagem ao amigo, cientista, professor e dirigente público Miguel Magalhães Ramalho, cujo trabalho apaixonado e abnegado ficará ligado de forma indelével à defesa e valorização do património geológico no nosso país», concluiu a Almargem.

 

 



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