Algarvio e alentejano querem “Vencer o Momento” com fábrica de máscaras em Odemira

Abertura de fábrica representou investimento de 500 mil euros

Um algarvio medidor orçamentista numa empresa de construção civil e um topógrafo alentejano abriram, em Janeiro, uma fábrica de máscaras cirúrgicas tipo 2, na Boavista dos Pinheiros, no concelho de Odemira. A pandemia “deu” a ideia de negócio, em Maio do ano passado, e, em oito meses, a “Vencer o Momento” abriu portas.

Pedro Nicolau, portimonense, contou ao Sul Informação que depois de ter surgido a ideia e, tendo em conta que Paulo Candeias, o segundo sócio, vivia em São Teotónio, no concelho de Odemira, a primeira decisão foi a de escolher o local da fábrica.

«Achámos que Odemira era uma zona mais carenciada em termos de emprego. Entre o Algarve e o Alentejo, optámos pelo Alentejo, para criarmos alguns postos de trabalho» e também para investir os 500 mil euros necessários para lançar este projeto, cofinanciado pelo IAPMEI e pelo Portugal2020.

 

Pedro Nicolau

Para já, foram quatro os postos de trabalho criados, «mas não quer dizer que não venham a ser mais, dependendo das encomendas. Acabámos de entrar no mercado. A concorrência é muita. Se calhar, já gostávamos de ter dois ou três turnos a trabalhar, mas estamos ainda a dar os primeiros passos no mercado», recorda Pedro Nicolau.

Pedro e Paulo não tinham experiência na área da saúde, quando embarcaram nesta aventura, mas foi «contratada uma pessoa doutorada em farmácia, que está a levar o processo para a frente».

 

Paulo Candeias

Ainda assim, realçou Pedro Nicolau, apesar de os dois sócios continuarem com as mesmas atividades profissionais que desenvolviam antes de criarem a fábrica, «neste momento, já adquirimos algum conhecimento, até porque desde Maio que estamos neste projeto e só agora, em Janeiro, conseguimos colocá-lo de pé».

Pedro Nicolau vai «dois dias por semana à fábrica. Pedi à empresa para onde trabalho e foi-me facilitada essa situação. Já o meu sócio passa lá todos os dias, porque mora mais perto».

Alavancar um negócio, em plena pandemia, em oito meses, «foi muito complicado. Foi difícil conseguir mão de obra para fazer tudo o que necessitávamos. Depois, tínhamos prazos a cumprir. Foi difícil arranjar os materiais e as máquinas de produção, que vieram todas da China».

 

 

Em termos de clientes, eles já começam a aparecer, mas «compram quantidades mínimas, que não representam quase nada. Temos uma capacidade de produção de 100 máscaras por minuto», sendo que, agora, diariamente, estão a ser produzidas e embaladas cerca de 10 mil.

Os principais clientes desta nova empresa poderão vir a ser os hospitais. «Já concorremos para três ou quatro hospitais em concursos públicos e estamos a aguardar os resultados», adiantou ao nosso jornal.

A expetativa para o negócio, que dá agora os primeiros passos, é boa, mas há problemas nesta área de negócio. Pedro Nicolau dá o exemplo do Estado que «apoiou o fabrico de máscaras cirúrgicas tipo 2 e agora está a incentivar a compra das FFP2, quando os enfermeiros, durante anos, sempre usaram as cirúrgicas».

E há ainda a questão da concorrência desleal e ilegal. «Ainda no outro dia houve uma apreensão no Porto de Sines de 2 milhões de máscaras. O nosso mercado está a ser invadido por máscaras chinesas. Sabemos também que há quem tenha sido apanhado a embalar essas máscaras em caixas, como se tivessem sido produzidas em Portugal».

O empresário admite que «é complicado competir com esses preços, mas estamos a tentar. Temos tudo muito certinho, com o certificado do Infarmed, com várias avaliações. Estamos a fazer tudo dentro da legalidade e é assim que vamos combater no mercado».

É assim que Pedro e Paulo esperam “Vencer o Momento”.

 

 

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