A obra de eletrificação da Linha do Algarve vai começar «nas próximas semanas», anunciou hoje, em Faro, Carlos Fernandes, vice-presidente da Infraestruturas de Portugal (IP).
Segundo o vice-presidente da IP, os projetos para a modernização da Linha do Algarve, entre Tunes e Lagos e entre Faro e Vila Real de Santo António, que incluem a eletrificação destes troços, «estão concluídos».
«O processo de Avaliação de Impacto Ambiental entre Faro e VRSA está terminado e o de Tunes e Lagos está praticamente fechado», acrescentou o mesmo responsável.
«A IP prevê lançar estas duas empreitadas nas próximas semanas. Estamos à espera, apenas, das últimas autorizações e, a partir daí, lançamos as obras», assegurou.
Carlos Fernandes falou com os jornalistas à margem da sessão solene do Dia da Cidade de Faro, onde representou a IP na assinatura de um protocolo para a construção de uma passagem superior junto ao Teatro das Figuras, que permita desativar a passagem de nível ali existente.
O membro da direção da IP fez questão de chamar a atenção para os vários projetos que estão em curso e que beneficiarão o Algarve: desde logo os previstos no plano Ferrovia 2020 que «acontecerão até 2023».
A empreitada que será lançada em breve vai «permitir modernizar os dois troços que faltam com eletrificação, com automatização de todas as passagens de nível e com a supressão de mais duas passagens de nível».
«Isso será um passo importante para a requalificação desta infraestrutura, permitirá à CP utilizar comboios mais novos, mais modernos, mais confortáveis e mais rápidos», explicou Carlos Fernandes.
«Prevemos uma economia de tempo entre Lagos e VRSA na ordem da meia hora, com este novo material circulante», disse.
Esta empreitada, que «será um impulso importante na requalificação do sistema ferroviário do Algarve», obrigará a um investimento «de cerca de 65 milhões de euros, com uma comparticipação da União Europeia de 75%».
Além desta empreitada na Linha do Algarve, há projetos na calha que podem trazer «uma melhoria significativa da ligação ferroviária entre Faro e Lisboa».
O Governo colocou em discussão pública, no âmbito do Plano Nacional de Infraestruturas, um projeto de «mais de 100 milhões de euros de investimento para reduzir o tempo de ligação entre Lisboa e Faro».
«Este é um projeto que vai permitir um conjunto de variantes à linha atual, na zona da serra, com uma redução sensível no tempo de ligação entre o Algarve e Lisboa», explicou Carlos Fernandes.
No mesmo plano de infraestruturas para a próxima década também é contemplada a hipótese de recuperar a nova travessia ferroviária em Lisboa, «projeto que esteve já previsto, mas que entretanto caiu».
Só neste caso, seria possível « poupar meia hora no tempo de viagem» .
Os dois projetos, em conjunto, «permitem tirar cerca de uma hora na ligação entre Faro e Lisboa, caso sejam ambos aprovados».
«Estamos a falar de um objetivo de fazer esta viagem em duas horas, algo que, aliado ao investimento que estamos a fazer na Linha do Algarve, nos permitirá ter um sistema ferroviário com outro nível de competitividade, relativamente ao que temos agora», concluiu Carlos Fernandes.
O horizonte de execução destas empreitadas, caso venham a ser aprovadas, é «a próxima década», o mesmo da eventual ligação ao Aeroporto de Faro, que também está a ser avaliada, no âmbito do mesmo Plano Nacional de Infraestruturas.
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