As Santas Casas da Misericórdia de Lagos, Portimão, Alvor, Vila do Bispo e Aljezur voltaram hoje a vedar as visitas de familiares aos utentes dos lares sob sua responsabilidade, como forma de «prevenção» de eventuais contágios, na sequência da festa ilegal que já provocou quase quatro dezenas de novos casos de Covid-19.
Armindo Vicente, presidente do Secretariado das Misericórdias do Algarve, disse ao Sul Informação que esta «medida concertada» foi decidida hoje mesmo.
Ao todo, «são abrangidos, por esta decisão, 12 estabelecimentos residenciais»: seis lares em Lagos, um lar e uma Unidade de Cuidados Continuados, em Portimão, um lar em Alvor, dois em Vila do Bispo e outro em Aljezur. No caso deste último, ainda não tinham sido reabertas as visitas aos utentes e agora serão adiadas por mais algum tempo.
No caso da Misericórdia de Vila do Bispo, da qual Armindo Vicente é provedor, um funcionário que teve «familiares na festa» e portanto pode ter contactado com pessoas infetadas, está agora em casa, «de forma profilática», a aguardar o resultados dos testes de despistagem que já fez. «Mais vale esperar um dia ou dois, que estar a arriscar», sublinhou o provedor.
«O problema é que muitas das pessoas que estiveram na tal festa em Odiáxere vivem em Lagos e nos concelhos à volta e têm ligações familiares em muitos sítios. Há muitas ramificações familiares. Por isso, mais vale prevenir», concluiu Armindo Vicente.
Os lares de idosos do Algarve, nomeadamente os da responsabilidade das Misericórdias, em conjunto com o Algarve Biomedical Center e a Segurança Social, foram pioneiros em fazer testes de despistagem da Covid-19 dos seus utentes e funcionários.
Além do Lar da Misericórdia de Boliqueime, onde houve infetados entre utentes e funcionários, bem como cinco óbitos, nenhuma outra estrutura residencial para idosos no Algarve teve casos positivos, na sequência dos 8373 testes feitos (incluindo re-testes).
Por isso, o presidente do Secretariado das Misericórdias do Algarve lamenta que a «irresponsabilidade» das pessoas que participaram na festa em Odiáxere possa «pôr em causa todo o trabalho de prevenção feito até agora».
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