Albufeira transforma antiga Igreja Matriz em espaço dedicado à cultura

Investimento é de cerca de 1,5 milhões de euros

A Câmara de Albufeira vai investir 1,5 milhões de euros na reabilitação da antiga Igreja Matriz de Santa Maria num espaço cultural «vocacionado para o conhecimento e interpretação da história local». O contrato com a empresa construtora foi assinado esta quarta-feira, 29 de Abril. 

Este é um tempo que já existia em 1305, de acordo com informação constante no Arquivo Nacional da Torre do Tombo.

A igreja, inserida no edifício conhecido como Quintal da Câmara, na zona do Cerro do Castelo, ficou totalmente destruída na sequência do terramoto de 1755 e foi incendiada, em 1833, por ocasião das lutas liberais.

Considerado um dos templos cristãos mais emblemáticos do Algarve, a antiga igreja vai dar lugar a um novo espaço cultural vocacionado para o conhecimento e interpretação da História local.

«Trata-se de mais um sinal que queremos dar à comunidade, mostrando que, apesar da pandemia, Albufeira não pára e que, para além das questões da saúde e da economia, é fundamental investir na recuperação do património e nas questões culturais», diz José Carlos Rolo, presidente da Câmara de Albufeira.

A operação de reabilitação, integrada no âmbito do Plano de Ação de Regeneração Urbana (PARU) de Albufeira, consiste no restauro e valorização dos vestígios edificados da antiga Igreja de Santa Maria, que correspondem à antiga Capela-Mor, com vista à sua adaptação a espaço expositivo e de atividades culturais.

 

 

De acordo com o presidente da Câmara Municipal, «a intervenção surge da necessidade de preservar a identidade e valorizar o património arqueológico e histórico da cidade».

José Carlos Rolo acrescenta «que se trata de criar uma narrativa histórica em torno da importância daquela zona e da sua influência no contexto urbano da época».

O novo espaço, explica «vai ser completamente dedicado ao conhecimento e interpretação das vivências e dos acontecimentos históricos na zona do Cerro do Castelo, que se irá transformar num novo polo de atratividade turística e cultural».

A obra consiste na conservação e restauro da construção existente no espaço de intervenção: o edifício que se acredita ter sido o início da primeira tentativa de reconstrução após o terramoto, correspondente à capela-mor.

A geometria e volumetria da Igreja serão recriadas através da contenção espacial «entre muros», enquanto a marcação e jogo de pavimentos reproduz a tipologia das três naves da igreja e as «réplicas» das colunas dão a escala ao espaço evocando a sua volumetria original.

 

 

«Será recriado um ambiente de natureza intimista, contemplativa e silenciosa transversal às três vivências propostas no âmbito da intervenção. O espaço exterior amplo, correspondente à antiga Igreja Matriz, ficará vocacionado para zona de estadia e convívio de apoio à cafetaria com esplanada, onde se poderão desenvolver atividades de carácter lúdico e religioso, entre outras», diz a Câmara de Albufeira.

«O espaço de transição funcionará como uma espécie de antecâmara de carácter intimista. Na cobertura todo o espaço é de contemplação, podendo funcionar como zona privilegiada para atividades lúdicas e recreativas, integrando uma estrutura de complemento à cafetaria», acrescenta.

O corpo nascente ficará reservado a zona de exposições, onde se desenvolverá toda a narrativa no âmbito do espaço a intervencionar.

A presente intervenção urbanística irá permitir a criação de uma nova relação espacial, funcional e física entre a Rua do Cemitério e a Rua da Igreja Velha. Por sua vez, a Rua da Igreja Velha irá ganhar uma fachada em substituição do enorme muro existente entre edifícios, o que constitui um excelente contributo para a valorização da zona histórica da cidade.

O projeto integrou uma candidatura do Município ao programa CRESC Algarve 2020, com um investimento elegível de 850 mil euros, tendo recebido um apoio financeiro no montante de cerca de 552 mil euros.

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