Laranja algarvia encontrou o caminho para as lojas Lidl da Alemanha

Cacial já está a mandar laranja para a Alemanha, Frusoal e Frutalgoz vão começar em breve

Foto: Elisabete Rodrigues|Sul Informação

A laranja algarvia passou a ser exportada de forma regular para a Alemanha, ao abrigo de um contrato celebrado recentemente entre o Lidl, uma das maiores companhias de retalho alemãs, e a Cacial, que envolve outras duas grandes empresas algarvias de produção e comercialização de citrinos, a Frusoal e Frutalgoz.

Os três operadores, que estão entre os maiores do Algarve, no que a citrinos diz respeito, juntaram-se para entrar num dos maiores – e mais exigentes – mercados da Europa, numa jogada comercial que até Nuno Russo, secretário de Estado da Agricultura, fez questão salientar, na visita que fez à região, na quinta-feira.

«Até agora, a Cacial foi a empresa que fez a exportação. Temos estado a mandar para a Alemanha laranja em semi-reboques. Dentro de duas semanas, vão entrar mais duas empresas a fornecer: a Frusoal e a Frutalgoz», revelou ao Sul Informação José Oliveira, presidente da Cacial.

Este acaba por ser um pé na porta do mercado alemão, conseguido na sequência da colaboração que já existia entre a Cacial e a Lidl Portugal. Para já, são apenas três os operadores envolvidos, mas há abertura para incluir mais empresas.

«A ideia é que todos os que queiram participar, participem. Quem nos dera que houvesse mais empresas em condições de participar neste processo. Aqui não há nenhuma estratégia fechada, nem particular. Porque aquele mercado absorve tudo o que nós pudermos mandar para lá», disse o presidente da Cacial.

 

José Oliveira

 

Mas, para isso, os operadores têm de ter as condições necessárias, já que «as empresas e os produtores, para colocar produto no mercado alemão, têm estar certificados».

«Estamos a falar de Indicação Geográfica Protegida (IGP), mas também das certificações Global Gap [boas práticas agrícolas] e Grasp [segurança no trabalho]. E são estas três empresas que conseguem cumprir os critérios. A Cacial e a Frusoal já têm e a Frutalgoz está prestes a garantir», explicou José Oliveira.

Entrar num mercado com a dimensão e a exigência do alemão pode ser determinante para a laranja do Algarve. E nem sequer é pelas mais valias financeiras obtidas.

«Não estamos, propriamente, a falar do preço que conseguimos – não se tratam de valores substancialmente diferentes -, mas sim do volume que podemos vender. É uma garantia de escoamento e a conquista de um mercado. Se conseguirmos ganhar um mercado por termos qualidade, estamos garantidos e, tendo essa porta aberta, estamos muito mais à vontade, até na hora de negociar com outros clientes», resumiu o presidente da Cacial.

Já Nuno Russo fez questão de parabenizar as empresas pelo contrato que conseguiram e que vai dar «um contributo importante» para o aumento das exportações do país.

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