Um concerto pedagógico para crianças, 12 espetáculos distribuídos por igrejas de Faro, Portimão, Boliqueime e Tavira, e até um convite para os entusiastas tocarem uma peça. O Festival de Órgão do Algarve regressa a 1 de Novembro e, durante todo mês, vai aliar a cultura ao património em quatro concelhos da região.
Esta será a 12ª edição do evento que terá 15 apresentações e 12 concertos.
Os organistas Javier Artigas (Espanha), Gyula Szilágyi (Hungria), André Ferreira, António Duarte, Célia Tavares, Inês Machado e Rui Paiva são alguns dos convidados desta edição, a que se juntam coros, vozes, quartetos de cordas, instrumentos históricos de sopro, crianças e alunos.
Ao Sul Informação, Patrícia Neto Martins, da associação Música XXI, disse que o programa deste ano «tem concertos mais intimistas, outros mais abrangentes, mas que, no geral, toda a programação é interessante».

O concerto de arranque do Festival, um dos destaques, é no dia 1, na Igreja Matriz de Portimão, com o organista Gyula Szilágyi e o Coral Adágio na interpretação do “Magnificat”, de João Rodrigues Esteves.
Este espaço, que teve o seu órgão restaurado em 2018, receberá também música de câmara para órgão e voz, respetivamente com André Ferreira e Teresa Duarte no programa “Do lamento à exaltação”. Será no dia 8 de Novembro.
Em Faro, os concertos começam a 2 de Novembro, na Igreja da Sé com um concerto a solo de Gyula Szilágyi, versando a música ibérica, italiana e inglesa. Segue-se a apresentação da Missa da Coroação de Mozart, com o organista André Ferreira e o Coral Ossónoba (9 de Novembro).
Na Igreja do Carmo, a 16 de Novembro, Rui Paiva vai-se juntar ao quarteto de cordas Arabesco para tocar sons dos séculos XVII e XVIII. Nesta igreja terá ainda lugar um concerto para órgão e dois sopranos, protagonizado por António Duarte, Ana Paula Russo e Ariana Russo (dia 23).
A capital do Algarve vai ainda acolher o espetáculo de encerramento, a 30 de Novembro.
Para esse momento especial, a associação Música XXI convidou o organista espanhol Javier Artigas e os Ministriles de Marsias, conjunto de instrumentos históricos de sopro, habitual nas capelas das catedrais, para uma autêntica batalha musical na Igreja da Sé com tientos, glosas, pangelinguas e ensaladas.
Faro vai também ser palco de uma das novidades da programação deste ano, além do já repetente concerto pedagógico para crianças, com a organista Inês Machado (dia 14, às 10h00).
«No espetáculo com os alunos da Escola de Órgão da Sé de Faro, vamos abrir a possibilidade de os entusiastas virem apresentar uma peça sua. O concerto vai estar preenchido com os alunos, mas teríamos todo o gosto em que os interessados pudessem também apresentar-se em concerto», disse Patrícia Neto Martins, ao nosso jornal.
Para estreitar relações entre artistas e público, a associação Música XXI introduziu uma novidade para esta edição: os ensaios abertos. A iniciativa ainda vai ser pensada – e divulgada -, mas é certo que não acontecerá em todos os concertos.
«Para os espetáculos em Faro, será algo mais fácil de organizar», explicou a responsável.
Por fim, na capital algarvia, haverá uma missa dominical, na Sé, acompanhada ao órgão pelos alunos da Escola de Órgão da Sé de Faro e pelo Coro de Câmara Cantate Domino.
Passando para o concelho de Loulé, a Igreja Paroquial de Boliqueime acolherá Rui Paiva e o quarteto Arabesco com concertos, sonatas e minuetes (dia 15).
O segundo concerto, a 22, será conduzido pelo organista António Duarte e pelos sopranos Ana Paula Russo e Ariana Russo, com vários duetos de Vivaldi, João Rodrigues Esteves, João de Sousa Carvalho e Händel.
Em Tavira, Inês Machado e Sara Pedro apresentam um programa de exaltação da voz feminina na Igreja da Misericórdia (15).
No concerto seguinte, dia 11, a organista Célia Tavares fará soar o órgão da Igreja de Santiago com uma “Viagem pela Europa musical: dos Descobrimentos à Ópera Italiana”. Ainda nesta igreja, Javier Artigas e os Ministriles de Marsias combinam órgão, corneta, bajoncillo, chirimía, sacabuche e bajón em invenciones de glosas. Será dia 29.
Todos os concertos realizam-se às 21h30 e são de entrada livre.
Para esta edição, Patrícia Neto Martins define como objetivos «manter o público fiel e cativar ainda mais pessoas que queiram ouvir estes instrumentos com história».
«A nossa ideia é sempre divulgar o património e a cultura, em simultâneo, trazendo pessoas às igrejas para usufruir destes espaços e destes sons. Destas maravilhas, no fundo», disse, entusiasmada.
«Já sentimos esse público fiel, com as pessoas a divulgar, a marcar nas suas agendas os dias do Festival. E isso só pode significar que o evento é do agrado do público», concluiu.
O Festival de Órgão do Algarve 2019 conta com os apoios da Direção Regional de Cultura do Algarve e dos Municípios de Faro, Loulé, Portimão e Tavira, com o apoio à divulgação da Região de Turismo do Algarve e com os parceiros de comunicação Antena 2, Sul Informação e RUA FM.
Conta ainda com a parceria do Cabido da Sé de Faro, da Ordem do Carmo de Faro, das Paróquias de Portimão, Boliqueime e Tavira e da Misericórdia de Tavira.