No novo “365Algarve” cabe a Via Algarviana, pão de forma, contrabando e muito mais

Conheça os destaques da vasta programação

Repetentes como o “Lavrar o Mar”, o Festival do Contrabando e o “Jazz nas Adegas” ou estreias, como o Festival da Comida Esquecida, o “Out (In)verno” ou o “Em Canto pela Algarviana”. A quarta edição do 365Algarve tem muito para oferecer, de Outubro deste ano a Maio de 2020, partindo da ideia de território enquanto paisagem à escala humana que se pode percorrer a pé. 

Assim, um dos principais eixos da programação deste ano é refletir sobre a ideia de Europa e a relação com a geografia que habitamos.

Partindo desta premissa, que George Steiner explora no seu ensaio “A Ideia de Europa”, o “365Algarve” propõe uma programação que vai permitir, através do ritmo do caminhante, conhecer melhor praças e ruas, os detalhes do espaço comum e a beleza do nosso património.

A programação deste ciclo sublinha esta ligação à terra e a um território à escala humana. Exemplo disso é o Festival da Comida Esquecida que passará por Azilheira (São Marcos da Serra), aldeia da Penina (Loulé), Santo Estêvão (Tavira), Cacela Velha ou ainda Giões (Alcoutim), São Brás de Alportel, Lagoa e Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe (Vila do Bispo).

Pelos trilhos da memória de um Algarve dos anos 1930 e 1940, este novo projeto oferece experiências culinárias em locais monumentais, passeios nas hortas, com colheita de alimentos e aulas de culinária, numa grande festa dedicada à mesa das famílias algarvias.

Com atividades em Outubro, Novembro e Dezembro e depois mensalmente entre Fevereiro e Maio de 2020, este é um elogio à mesa da avó, num festival que quer sentar à mesa gerações de residentes e visitantes.

Outra novidade que frisa o tema desta quarta edição é o programa “(A)Prender-me no Algarve”. A bordo de uma carrinha pão de forma, as pessoas serão convidadas a revisitar e aprender sobre o património, costumes, tradições e musicalidades do que constitui e formou o povo algarvio.

Uma vez por mês, entre Outubro e Maio, esta será uma experiência que nos vai levar a viajar, física e metaforicamente pelo tempo e pela história da paisagem humana local. A iniciativa passará pelos concelhos de Portimão, Silves, Lagoa e Albufeira.

 

 

Também pela primeira vez na programação do “365Algarve”, o Out (In)verno trará uma oferta na área do astro-turismo, fazendo a ligação entre as artes e a divulgação científica através de concertos temáticos, caminhadas e oficinas de ciências.

Um evento que vai animar as noites entre 1 a 3 de Novembro e que se repete em Janeiro e Maio. Será em São Marcos da Serra, concelho de Silves.

Mas o “365Algarve” não se faz apenas de novidades e o público poderá contar com a continuação de eventos de referência como o “Lavrar o Mar”, com cerca de 90 sessões, entre Aljezur e Monchique, neste novo ciclo de programação.

O destaque especial volta a ir para as já tradicionais sessões de novo circo na passagem de ano, reunindo algumas das melhores companhias europeias do género.

Outro emblemático projeto do “365Algarve” que voltará é o Jazz nas Adegas, em Silves. Entre Outubro e Maio, este evento que tem tido cada vez mais procura de público, quer nacional, quer internacional continuará com sessões duplas por concerto, de forma a dar resposta à enorme procura.

Em Novembro, o LUZA- Festival Internacional de Luz do Algarve, muda-se de Loulé para Faro.

Em Março, o Festival do Contrabando regressará a Alcoutim para recordar os trilhos que os contrabandistas tinham na região raiana. Centrando-se num legado cultural e histórico de memória coletiva recente na região e em toda a zona fronteiriça, ainda é possível recordar os percursos e procedimentos dos contrabandistas dos anos 1930 e início dos anos 1940, com o fim da Guerra Civil espanhola e o início da II Guerra Mundial.

A propósito dos 120 anos do nascimento do poeta popular António Aleixo, a Rede Azul – Rede de Teatros do Algarve, encomendou o espetáculo “Diz-me António” a três artistas algarvios.

 

António Aleixo, “sentado” à porta do Café Calcinha, em Loulé

 

Entre Dezembro e Maio, este projeto que inclui dança, música e spoken word vai envolver os espectadores, incluindo ainda uma visita guiada que permitirá um envolvimento muito concreto com o local de acolhimento do espetáculo.

As sessões estão marcadas para Faro, Castro Marim, Albufeira, Lagos, Loulé, Vila do Bispo, Portimão e Silves.

Com destaque a nível nacional, na sua estreia, a segunda edição do FICLO- Festival Internacional de Cinema e Literatura de Olhão, integra a programação do “365Algarve”, contando com uma residência artística de um argumentista de renome internacional.

A iniciativa vai realizar-se entre fins de Março e inícios de Abril, em vários espaços do concelho de Olhão. Promovido pelo Cineclube de Tavira, esta é uma nova proposta na região, que foi também convidada a estar representada no Festival de Cannes 2019.

O Festival Verão Azul acontecerá em plena época baixa – entre Outubro e Novembro – e trará ao Algarve nomes de internacional relevo nas artes performativas contemporâneas, como Niño de Elche (música/flamenco) e Alessandro Sciarroni (Leão de Ouro da Bienal de Veneza de 2019). Nesta que é a nona edição deste festival, é de destacar o investimento na criação de espaços de interação e encontro entre artistas, a comunidade e o público, em Faro, Lagos e Loulé.

Ainda durante o mês de Outubro, o evento Poesia a Sul vai invadir a cidade de Olhão com inúmeras atividades ligadas à poesia, incluindo música, exposições, workshops e mesas redondas. Poetas de cerca de 30 nacionalidades reúnem-se neste encontro internacional que vai ainda promover sessões em Tavira, Faro e Sevilha.

Proposta estreante no “365Algarve”, o LAC Open Days – LAC Laboratório de Atividades Criativas terá uma forte componente de arte urbana e pretende mostrar o trabalho dos artistas em residência no espaço do LAC, em Lagos.

Integrado no projeto estão ainda visitas ao circuito de arte urbana em Lagos, workshops de stencil e um roteiro de arte contemporâneo por territórios de baixa densidade que foram alvo de intervenções artísticas criadas no âmbito do projeto WATT?: um projeto artístico para a comunidade, promovido em 2016. As várias propostas acontecem em Outubro a Maio.

 

 

“Em Canto pela Algarviana” é outro projeto inédito que se mostra, pela primeira vez, na programação do “365Algarve”, promovido pelo Grupo Coral Ossónoba.

No total haverá um conjunto de seis passeios em troços específicos da Via Algarviana, que serão complementados com momentos musicais feitos a partir do reportório do grupo.

A experiência será complementada com momentos gastronómicos em restaurantes do percurso ou com a participação em festas tradicionais de algumas das localidades, como é o caso da Festa do Pão Quente e do Queijo Fresco de Vaqueiros, em Alcoutim.

A iniciativa acontecerá, uma vez por mês, de Outubro a Março, e passará por Marmelete, Monchique, Alte, São Bartolomeu de Messines, Vaqueiros e Alcoutim.

Após uma concorrida terceira edição, o Festival Internacional de Piano do Algarve regressará para a sua quarta edição, entre Portimão, Loulé e Faro. Com um total de 10 concertos, o festival tem início em Novembro, com um concerto da Zhejiang Symphony Orchestra, da China, regressando depois todos os meses, entre Janeiro e Abril.

Em Fevereiro, será a oportunidade de receber o Festival Amendoeiras em Flor.

Esta é uma iniciativa que trará, durante dois dias, ao sítio da Cumeada de Alta Mora, em Castro Marim, um mercado de produtos e artesanato local e regional, com uma forte programação musical tradicional e popular, teatro de rua, atividades para crianças, assentes em jogos tradicionais, gastronomia típica e vários percursos pedestres.

A estrela da festa é a amêndoa algarvia, que será celebrada com a confeção de uma torta de amêndoa gigante e com workshops de plantio de amendoeiras, num território tão marcado pela desertificação, despovoamento e envelhecimento da população.

Em Fevereiro, Abril e Maio vamos também poder estar “À Babuja”.

Com encenação de João de Brito, esta é uma nova criação que contará com uma das mais inovadoras e originais vozes da jovem literatura portuguesa: Joana Bértholo.

Esta é uma narrativa que tem como inspiração cinco palavras profundamente ligadas ao universo gastronómico algarvio: alfarroba, anchova, medronho, Muxama e Dom Rodrigo.

Será um cheirinho a Algarve que, com uma original roulotte de comida, vai passar por Faro, Loulé, Lagos, São Brás de Alportel, Quarteira, Alte, Moncarapacho, Fuzeta, Vila Real de Santo António, Sagres, Castro Marim, Pechão e Vila do Bispo.

O programa “365Algarve” é uma iniciativa das Secretarias de Estado da Cultura e do Turismo, com financiamento do Turismo de Portugal.

A programação completa pode ser consultada aqui.

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