Estudantes de agronomia “bombaram” durante 24 horas

“24 Horas de Agricultura” trouxeram alunos de 13 instituições de todo o país e de Espanha ao Algarve

Tiveram de fazer enxertias, de operar o mais variado tipo de maquinaria, desde tratores a pulverizadores, e calcular a quantidade de produto a aplicar numa determinada cultura agrícola, numa maratona que começou no sábado, às 8h00 da manhã, e acabou à mesma hora de domingo.

125 alunos vindos de 13 instituições de todo o país e de Espanha fizeram isto e muito mais nas “24 Horas de Agricultura”, que decorreram este fim-de-semana na Universidade do Algarve.

Em 2019, a Associação Portuguesa de Horticultura decidiu trazer para o Algarve esta competição, que  junta estudantes de agronomia de todo o país e de Espanha. «Podem ser alunos de universidades, de institutos politécnicos e de escolas profissionais de agricultura», disse ao Sul Informação Amílcar Duarte, professor do curso de Agronomia da UAlg.

«O evento consiste num conjunto de provas, de cariz teórico e prático, que decorrem ao longo de 24 horas, num regime de maratona. O objetivo é que os estudantes mostrem as suas competências práticas e conhecimentos teóricos, para desempenhar várias tarefas que estão relacionadas com o exercício da profissão», acrescentou.

E há provas para diferentes gostos. «Neste momento estão a decorrer provas ligadas à calibração de pulverizadores, nomeadamente o cálculo correto da dose de fitofármacos a utilizar e a forma de pulverizar», explicou ao nosso jornal Rosa Guilherme, da Associação Portuguesa de Horticultura (APH), no sábado à tarde, junto do local onde estudantes se amontoavam à volta de um pulverizador instalado num trator.

 

 

A competição também contemplou provas de cálculo de fertilizantes a aplicar numa determinada cultura, sem esquecer «a produção  integrada e o modo de produção biológica, medições da humidade de solo através de práticas que podem ser utilizadas para controlo de infestantes, identificação de anomalias e inspeção de pulverizadores, um tema atual nas ciências agrárias, prova prática de enxertia de citrinos e dimensionamento de um sistema de rega».

Os jovens estudantes de agronomia participaram, ainda, em provas sensoriais de diversos produtos, desde o azeite ao mel.

No final, houve uma componente de escrita. «Os alunos participantes têm de redigir um artigo, relacionado com a temática das 24 horas de Agricultura 2019 – que é a Agricultura Circular – e identificar casos que estejam ligados a este conceito», segundo Rosa Guilherme. O artigo vencedor será, como prémio, publicado na revista da Associação Portuguesa de Horticultura.

Já na competição propriamente dita, o grande prémio é uma viagem a uma instituição internacional de referência, na área da investigação, oferecida pela empresa Syngenta, o patrocinador principal das “24 Horas de Agricultura”.

Também há prémios de participação e outros que são atribuídos pelos próprios participantes. «Eles escolhem qual foi a equipa mais cooperante, os mais simpáticos, os que melhor resistem à noite, que são galardões simbólicos, mas que também têm o seu valor», segundo a representante da APH.

 

Da esquerda para a direita: Carlos Guerrero, Rosa Guilherme e Amílcar Duarte

 

Até porque a criação de laços, entre alunos das diferentes instituições, é, também, um dos objetivos deste evento. A primeira abordagem é uma sessão de networking, em que os participantes têm de colocar questões às outras equipas, no sentido de quebrar o gelo e colocá-los a cooperar.

«Esta é uma experiência muito enriquecedora, que os marca para a vida. Todos os alunos que estiveram aqui hão-de lembrar-se para sempre disto», acredita Amílcar Duarte.

Carlos Guerrero, que também é docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UAlg, frisou a participação da Associação Internacional de Estudantes de Agricultura, que faz parte da organização e cujos elementos também ajudam a fazer a ligação entre os estudantes de diferentes instituições.

«Este é um evento único a nível internacional. Ouvi, de resto, alunos a comentarem o facto de não haver, noutros países, competições nestes moldes, de 24 horas seguidas», disse o professor da universidade algarvia.

«Há alguns contactos para tornar estas 24 Horas de Agricultura num evento ibérico, mas, de momento, é um evento nacional», concluiu Rosa  Guilherme.

 

Fotos: Hugo Rodrigues|Sul Informação e Faculdade de Ciências e Tecnologias da UAlg

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