“Clowns” mostra «o que se esconde por trás da máscara» de três palhaços

Quando Enano, Leo Lobo e Thorsten Grütjen – “Tosta Mista” – entrarem em palco vão ser muito mais do que três […]

Quando Enano, Leo Lobo e Thorsten Grütjen – “Tosta Mista” – entrarem em palco vão ser muito mais do que três palhaços. “Clowns” é um espetáculo que espelha os medos, as frustrações e as histórias pessoais de cada um, em mais uma produção do “Lavrar o Mar”, com exibições de 31 de Maio a 3 de Junho, em Monchique e no Rogil (Aljezur).

Alemão de nacionalidade, mas residente em Aljezur, Thorsten Grütjen, mais conhecido por Tosta Mista, está «ansioso» pela estreia do espetáculo.

«Para todos nós, isto é um desafio pois vamos partilhar as nossas histórias pessoais. Todos nós vamos mostrar os nossos clowns interiores e o que se esconde por trás da máscara», disse, em conversa com o Sul Informação.

É que a premissa de “Clowns” é «explorar o lado mais íntimo» destes três palhaços de profissão. «Vamos sair da nossa zona de conforto», resumiu Thorsten.

Todo o espetáculo é uma criação de Giacomo Scalisi, um dos programadores do “Lavrar o Mar”, programa que chega ao fim com “Clowns”. «Pensei fazer esta criação com pessoas que, no ano passado, já trabalharam na peça “Rastilho”, da Madalena Victorino. Apanhei este trio e imaginei com eles um espetáculo», explicou ao Sul Informação.

Na antiga serração de Monchique, a 31 de Maio e 1 de Junho, e na sede do Rancho Folclórico do Rogil, em Aljezur, nos dias 2 e 3 de Junho, todos vão poder assistir a um «espetáculo trágico-cómico».

«O que é ser-se palhaço hoje? O que é esta profissão? Quais são as dúvidas que os palhaços têm? Vamos falar de tudo isto», resumiu Giacomo Scalisi.

Thorsten Grütjen

Para esta criação houve um trabalho aprofundado, feito com os três palhaços. «Eles não estavam habituados pois é um espetáculo mais teatral e estes clowns trabalham mais na rua. É preciso ter outra presença», referiu.

Thorsten Grütjen também fala de «um grande desafio». «Somos palhaços, trabalhamos muito o malabarismo, técnicas circenses e aqui temos um texto para trabalhar», disse.

Como é hábito nas produções do “Lavrar o Mar”, o “Clowns” junta a comunidade local, neste caso de Aljezur e Odemira.

É que Thorsten e Leo moram em Aljezur e Enano, em Odemira. «Quisemos continuar com esta ligação ao território, uma das premissas muito importantes de todo o trabalho», explicou Giacomo Scalisi.

Este será, de facto, um espetáculo diferente daquilo a que seria de esperar com palhaços. O programador cultural garante que haverá, ainda assim, «algumas palhaçadas», mas com «um riso mais amargo».

A segunda edição do programa “Lavrar o Mar”, que tem o apoio do “365Algarve” e do CRESC Algarve 2020, chega ao fim com “Clowns”. Para trás ficam 11 espetáculos, desde novo circo, com “Klaxon” e “Bestias”, ao teatro culinário “Pasta e Basta” ou o concerto-oratória “Credo”.

Para Giacomo Scalisi, o balanço é «altamente positivo». «O público reagiu de forma fantástica e isso dá-nos a possibilidade de dizer que o “Lavrar o Mar” criou um hábito cultural que não existia» em Monchique e Aljezur, dois territórios de baixa densidade.

Se ainda não assistiu a nenhum dos espetáculos com chancela deste programa, ou se já e quer repetir a experiência, fique a saber que ainda há bilhetes para quem quiser ir ao “Clowns”, principalmente para as sessões em Monchique.

A entrada é só para maiores de 8 anos, com os ingressos a custarem 7 euros e a poderem ser comprados aqui.

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