«Retratos na Ria» ou as gaivotas que apreciam arte

A gaivota pousava serenamente em cima da fotografia, indiferente ao facto de estar a posar para os fotógrafos e de […]

A gaivota pousava serenamente em cima da fotografia, indiferente ao facto de estar a posar para os fotógrafos e de ter escolhido como poiso…uma obra de arte. Este foi um dos momentos da viagem pela Ria Formosa, com autor, curador, comissária, jornalistas e fotógrafos, para inaugurar a exposição «Retratos na Ria» que, até 30 de Abril, pode ser vista em 12 cais daquela zona lagunar.

A exposição, com fotografia de Jorge Jubilot, curadoria de Carlos Norton, produção da Fungo Azul e inserida no programa 365 Algarve, está patente nos cais de onde partem (e chegam) os barcos que cruzam a ria: Faro (Porta Nova), Olhão, Fuseta, Santa Luzia e Tavira (do lado de terra) e os das ilhas de Faro, Deserta, Farol, Culatra, Armona, Fuseta e Tavira.

Para ver a exposição na sua totalidade, o público terá de se meter num barco – aliás, em vários barcos, porque não é possível, devido às marés e outros constrangimentos da zona lagunar, visitar tudo de uma só vez – e andar de cais em cais. Ou seja, um dos objetivos da iniciativa é mesmo «incentivar ao passeio pela Ria Formosa para visualizar a exposição na sua globalidade». Incentivar a um passeio…ou a vários passeios.

Carlos Norton, curador da mostra, explicou que o objetivo é «levar a arte às pessoas». Por isso, a aposta foi feita «em locais que já são visitados e usados por turistas e ilhéus, normais frequentadores dos vários cais para apanhar os barcos de carreira». Isto apesar de as fotos até estarem expostas «num cenário que não precisa de arte, porque ele próprio já é uma obra de arte», acrescentou, referindo-se à beleza cénica da ria.

Dália Paulo, comissária do 365 Algarve, salientou, por seu lado, o facto de este ter sido o único projeto artístico e de animação cultural proposto, no âmbito daquele programa, para a Ria Formosa.

Espalhadas por uma dúzia de cais estão assim, durante dois meses, outras tantas fotografias, colocadas em painéis que são, eles próprios, «baseados nos painéis que marcam os talhões do viveiristas», como explicou Norton.

As fotos de Jorge Jubilot foram feitas na Ria Formosa ou à volta dela, em 2015, e agora, explica o fotógrafo, «são libertadas na sua paisagem natural». O local onde são mostradas não é aquele em que as imagens foram fotografadas, provocando assim um «cruzamento de olhares».

Até dia 30 de Abril, o desafio fica feito: entre num barco de carreira e visite, cais a cais, a exposição «Retratos na Ria».

 

Fotos: Elisabete Rodrigues|Sul Informação

 

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