Miguel Freitas faz carta de «prestação de contas» após ficar fora das listas do PS

Cem intervenções em sessões plenárias, 118 iniciativas legislativas, 312 requerimentos parlamentares e 213 perguntas ao Governo. Estes são alguns dos […]

Miguel FreitasCem intervenções em sessões plenárias, 118 iniciativas legislativas, 312 requerimentos parlamentares e 213 perguntas ao Governo.

Estes são alguns dos números do desempenho na Assembleia da República do deputado socialista Miguel Freitas, que viu o seu nome ficar de fora das listas do PS para as Eleições Legislativas que vão decorrer este ano.

O parlamentar algarvio enviou, aos militantes socialistas, uma carta a que o Sul Informação teve acesso, onde fez a prestação de contas do trabalho que desenvolveu na atual legislatura.

Um «momento de avaliação final» feito para o interior do partido, já que, para o exterior, Miguel Freitas não quer fazer qualquer declaração em relação à opção da Comissão Política do PS/Algarve, ratificada pelo mesmo órgão do partido a nível nacional, de não o incluir na sua lista de candidatos, ao contrário do que aconteceu nas últimas três Eleições Legislativas.

Na carta aberta, também não há qualquer análise à decisão do partido, justificada pelo presidente do PS/Algarve António Eusébio, em declarações ao Sul Informação, com a política de renovação que o PS está levar a cabo, a nível nacional, e com o facto de Miguel Freitas ser um «quadro valioso do PS, que pode ser encaixado noutros desafios maiores que ser deputado».

Miguel Freitas: “Sobre o futuro, estarei cá. (…) Estarei ao lado dos meus camaradas como sempre, embora agora na terceira linha e não na primeira como estive nesta última década”

«Não estarei na lista de Deputados para a próxima legislatura. Esta decisão não foi minha. Nestes últimos doze anos, dez dos quais como Presidente de Federação, dez como Deputado, dei tudo o que tinha e sabia ao serviço do PS. A minha vida foi o PS. Não me arrependo nem por um instante», disse apenas Miguel Freitas na carta.

O que parece ser certo, tendo em conta os dados apresentados pelo ainda parlamentar aos militantes socialistas, é que o deputado pelo Algarve foi dos mais dinâmicos, de entre todos os que se sentaram nas bancadas do hemiciclo.
Miguel Freitas esteve sempre entre os deputados socialistas mais “produtivos” e ativos.

No que toca a intervenções no plenário, apenas houve três deputados socialistas mais ativos: Pedro Delgado Alves (174), Carlos Zorrinho (120) e João Galamba (108). Miguel Freitas atingiu «o número bonito de cem intervenções», mais três que o ex-secretário-geral do PS António José Seguro, a quem o deputado agora excluído apoiou nas eleições internas do partido.

No que toca a iniciativas legislativas, houve seis deputados socialistas que fizeram mais propostas que as 118 de Miguel Freitas, com António Braga à cabeça (165).

Já no que diz respeito a requerimentos parlamentares, o deputado algarvio ocupa o pódio, na terceira posição. Só Acácio Pinto (334) e Jorge Fão (323) fizeram, até agora, mais requerimentos que Miguel Freitas (312).

Miguel Freitas numa audição a Assunção CristasTambém foi dos cinco parlamentares socialistas que mais perguntas fez ao Governo. Além disso, foi «o primeiro subscritor em 27 iniciativas legislativas».

«O respeito que me dispensam todos com quem trabalhei dentro e fora do Partido deixa-me satisfeito. Estou grato por tudo quanto recebi de carinho e apoio dos militantes e grato, ainda mais, por todas as oportunidades que o PS me proporcionou para servir o meu país. Devo muito ao PS. Saio, pois, satisfeito e com um enorme sentido de gratidão», refere, ainda, na carta aos militantes.

«Sobre o futuro, estarei cá. Desde já, no combate por uma vitória expressiva do PS nas eleições legislativas. Estarei ao lado dos meus camaradas como sempre, embora agora na terceira linha e não na primeira como estive nesta última década. Mas com a mesma determinação», conclui Miguel Freitas na sua carta aos militantes socialistas.

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