Dakar2015: Hélder Rodrigues vence etapa, Ruben desce um lugar na Geral

E à sexta tirada, Hélder Rodrigues, que até aqui se tinha mantido discreto, foi o primeiro português a vencer uma […]

helder rodriguesE à sexta tirada, Hélder Rodrigues, que até aqui se tinha mantido discreto, foi o primeiro português a vencer uma etapa na edição de 2015 do Dakar.

O piloto da Honda foi o mais rápido na especial disputada entre Antofagasta e Iquique, no Chile, num dia em que as coisas correram bem para outro português também da Honda, Paulo Gonçalves, que terminou em 3º. Na Geral, Rodrigues subiu para 6º e Gonçalves manteve o 3º posto.

“Ataquei forte desde o início e consegui ter um bom ritmo. A Honda está na frente da corrida, vencer a etapa foi bom para mim, mas o mais importante foi ter subido na classificação geral”, comentou Hélder Rodrigues na sua página de Facebook.

Por seu lado, Paulo Gonçalves comentou: “Hoje foi novamente uma etapa muito difícil, muito montanhosa, tivemos muito tempo em cima das montanhas, a pista de acesso ao topo da montanha era muito difícil, com muito pó, muito estragada, navegação difícil, mas acabei por ter um bom dia. Arranquei na quinta posição, fiz terceiro do dia, mantenho o terceiro da geral, que era um dos grandes objetivos”.

Menos feliz foi a prestação do algarvio Ruben Faria (KTM) que esta sexta-feira foi 9º classificado, a 9min34seg do vencedor, o que acarretou a descida de mais um lugar na geral, para 9º, a 40min27seg de Joan Barreda Bort, que mantém a liderança da Geral.

“Hoje foi novamente um dia muito positivo. Comecei na 15ª posição, mas rapidamente encontrei o meu ritmo para chegar ao final na 9ª posição. Senti-me muito bem fisicamente e sem cometer excessos fechei esta primeira fase da prova de acordo com as minhas expectativas”, disse no final do dia Ruben Faria.

ruben e duclosMário Patrão (Suzuki), que compete na classe ‘maratona’ (está em quinto), teve um dia bem abaixo do que ambicionava, já que terminou num modesto 81º lugar, a mais de duas horas e meia de Hélder Rodrigues.

Na geral, a jornada implicou um tombo de 14 lugares, para a posição 47, já a 5:27.39 horas de Barreda.

É que Mário Patrão foi hoje atraiçoado pela Suzuki na sexta etapa do Dakar 2015, numa altura em que seguia com o 25º melhor tempo cronometrado da tirada e já no 30º lugar da classificação geral absoluta. A 30 quilómetros do final da “especial” do dia, entre Antofagasta e Iquique, no Chile, o motor da Suzuki 450 Rally cedeu e afastou o piloto de Seia das aspirações que o colocaram à partida da 37ª edição do Dakar, no dia 4 de Janeiro, em Buenos Aires.

A “especial” cronometrada reservada para o dia de hoje do Dakar 2015 compreendeu 318 quilómetros cronometrados, acabando Mário Patrão por efetuar os últimos trinta da tirada a reboque de um quad.

“Não sei que diga. A sorte não está mesmo do me lado nesta prova. Tanto ontem como hoje estava a fazer dias muito bons, ontem porque sofri uma queda, hoje porque ia numa ótima posição e decidido a subir na geral e já perto da meta o motor da minha mota cedeu. Tive de terminar o dia a reboque, um final infeliz. Estou em prova e isso é o mais importante, temos um dia de descanso pela frente, quero repor energias e concentrar-me numa segunda parte da prova melhor, já que vai ter de ser feita em grande recuperação, partindo de trás”, frisou Patrão.

carlos sousaNos carros, Carlos Sousa (Mitsubishi), de novo com problemas na suspensão, continua sem conseguir acompanhar o andamento dos Mini e dos Toyota e hoje terminou em 13º, a 18.11 minutos do vencedor da etapa, o catari Nasser Al Attiyah, que assim reforçou o comando da competição.

Pelo segundo dia consecutivo, a suspensão do ASX Racing voltou a ser o grande ‘adversário’ dos pilotos portugueses, limitando bastante o seu andamento, sobretudo na primeira parte da especial.

“Tínhamos esperança que os problemas de ontem não se repetissem na etapa de hoje, mas a verdade é que, logo na parte inicial da especial, a suspensão voltou a perder toda a sua eficácia. Logo aos primeiros ressaltos da estrada, os amortecedores ficaram sem pressão, deixando de absorver as irregularidades do piso… Perdemos bastante tempo porque era impossível andar mais rápido sem destruir completamente o carro”, explicou Carlos Sousa.

Felizmente, a parte final do percurso levou os concorrentes até aos maciços dunares da costa do Pacífico, permitindo à equipa aumentar o ritmo e compensar algum do tempo perdido no início da especial.

“Na zona de dunas, onde o trabalho da suspensão não é tão relevante, conseguimos recuperar algum tempo. Fomos de faca nos dentes até final, também porque o Paulo (Fiuza) fez uma grande navegação”.

Paulo gonçalves_1Surpreendido com o resultado final – “até porque não estava  à espera de conseguir subir na geral” –, Carlos Sousa mostra-se, porém, algo apreensivo com o longo dia de amanhã, já que se disputará a primeira parte da Etapa Maratona.

“Estamos a chegar a uma fase decisiva na prova e temos que encontrar uma solução para os problemas queestamos a ter com as suspensões. Sei que a equipa está a fazer tudo para o tentar resolver, só que o problema está mesmo com o fornecedor…”, concluiu o piloto português.

Ricardo Leal dos Santos, ao volante de um Nissan, terminou a etapa em 67º e é agora 30º na Geral. É que a Nissan BAMP de Leal dos Santos foi abalroada por camião e por um buggy, levando a equipa a perder cerca de três horas a recuperar a viatura. Resultado: desceu 10 posiçoes.

“Tivemos um pequeno problema e estávamos parados nas dunas mas suficientemente visíveis quando um camião entrou pela nossa Nissan dentro, arrancando toda a lateral e danificando elementos da direção. O acidente com o buggy do Henrard ainda foi mais caricato. A zona era complicada mas o belga é um piloto experiente e deveria ter sido mais cauteloso. Danificou ainda mais o nosso carro mas o dele ainda ficou pior. Agora que finalmente conseguimos colocar o carro nas condições mínimas para chegar ao acampamento vamos tentar reparar tudo de modo a amanhã podermos estar à partida em condições de encetarmos a recuperação”, salientou Ricardo Leal dos Santos.

Este sábado é dia de descanso para as motos, mas, para os carros a etapa liga Iquique a Uyuni na Bolívia, num total de 717 quilómetros, dos quais 321 serão cronometrados.

Comentários

pub