Uma “chuva de estrelas” para marcar o início do Ano Internacional da Luz

Em 2015, comemora-se o Ano Internacional da Luz e das tecnologias nela baseadas. O objetivo principal deste evento é alertar […]

Ano Internacional da LuzEm 2015, comemora-se o Ano Internacional da Luz e das tecnologias nela baseadas. O objetivo principal deste evento é alertar para as várias formas como a luz tem sido usada para melhorar as nossas condições de vida.

A Astronomia, como tantas outras áreas do saber, não existiria sem luz. Tal vai para além do facto de basear-se principalmente na análise da radiação proveniente de fontes longínquas. Afinal, até algo tão fundamental como a transmissão dos dados obtidos pelas sondas espaciais depende da radiação eletromagnética.

Assim, ao longo deste ano de 2015, terão lugar diversas atividades, algumas das quais resultantes do Ano Internacional da Astronomia (AIA), que decorreu em 2009. O Dark Skies Awareness, uma iniciativa que pretende alertar para o problema da poluição luminosa, é um bom exemplo dessas atividades resultantes do AIA.

Céu a sudeste pelas 5 horas da madrugada de dia 4. Igualmente é visível o radiante da chuva de meteoros das Quarantidas, e a posição da da Lua nas madrugadas de dias 8, 9, 13 e 16
Céu a sudeste pelas 5 horas da madrugada de dia 4. Igualmente é visível o radiante da chuva de meteoros das Quarantidas, e a posição da da Lua nas madrugadas de dias 8, 9, 13 e 16

Além do Ano Internacional da Luz, 2015 reserva-nos outros eventos, o primeiro dos quais tem lugar logo nos primeiros dias do ano: a chuva de meteoros das Quarantidas. Esta é assim chamada pois os seus meteoros parecem surgir de uma parte do céu (o radiante) ocupada pela antiga constelação Quadrans Muralis (atualmente em desuso).

O pico desta chuva de estrelas tem lugar na noite de dia 3 para 4. Nas melhores condições, serão de esperar cerca de 40 meteoros por hora em locais muito escuros. Mas a presença da Lua impossibilitará a observação de tantos de meteoros.
Nesta mesma madrugada, de 3 para 4, a Terra atinge o seu periélio, i.e. o ponto da sua órbita mais próxima do Sol. Mas, como nesta altura do ano o hemisfério norte está voltado na direção contrária à do Sol, em Portugal os dias são notoriamente mais curtos e frios do que eram há seis meses.

Na madrugada seguinte, tem lugar a Lua Cheia, com esta na constelação dos Gémeos. Ao final da noite de dia 7 para 8, iremos encontrar a Lua a cinco graus a Sul de Júpiter e, na madrugada seguinte, já estará a 4 graus a Sul de Régulo, a estrela mais brilhante da constelação do Leão.

Céu a sudoeste pelas 18 horas e meia de dia 14. Igualmente são visíveis as posições da Lua, Mercúrio, Vénus e Marte no dia 21, e da Lua no dia 22
Céu a sudoeste pelas 18 horas e meia de dia 14. Igualmente são visíveis as posições da Lua, Mercúrio, Vénus e Marte no dia 21, e da Lua no dia 22

Por seu turno, no dia 11, Mercúrio situar-se-á a pouco mais de meio grau de Vénus.
O quarto minguante lunar dar-se-á no dia 13. Por esta altura, a Lua estará 3 graus a norte da estrela Espiga da constelação da Virgem.

Dia 14, Mercúrio atinge o seu maior afastamento para Leste relativo ao Sol. A partir deste dia, Mercúrio vai-se aproximando cada vez mais da direção do Sol, deixando de ser visível perto do final do mês.

A Lua atinge a sua fase Nova no dia 20, mas só a iremos ver na noite de dia 21, com esta junto a Mercúrio, e na noite seguinte, entre Vénus e Marte.

Bem perto do final do mês, na madrugada de dia 27, temos o quarto crescente. Esta é das melhores fases para se observarem os montes e crateras lunares.

Boas observações!

 

Autor: Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

 

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