Governo vai baixar portagens na Via do Infante em 2014

O preço das portagens na Via do Infante vai descer em 2014, embora não seja ainda certo qual o valor […]

O preço das portagens na Via do Infante vai descer em 2014, embora não seja ainda certo qual o valor da descida, nem quando a redução será aplicada. O secretário de Estado da Infraestruturas, Transportes e Comunicações Sérgio Monteiro disse na sexta-feira, em Faro, que a medida já está em estudo e é uma certeza, tendo por objetivo encontrar «o ponto de equilíbrio» entre o preço e o retorno máximo da cobrança de portagens.

«Nós queremos que se pague do primeiro ao último quilómetro sempre que houver alternativa e queremos baixar o custo médio em zonas onde se justifique, porque são zonas em que o desenvolvimento económico é menor que a média nacional», disse.

O Algarve até nem se enquadra nesta realidade, pois tem um rendimento per capita mais elevado que a média nacional, mas o governante diz que não ficará de fora, devido às fortes «assimetrias entre o litoral e o interior».

Esta será a segunda redução de preços decretada pelo Governo nas ex-Scut, depois de, em 2012, ter decidido descer em 15 por cento a taxa máxima cobrada. Isto, garantiu Sérgio Monteiro, levou a um aumento do tráfego «de 17 por cento», o que significa que, mesmo cobrando menos, o Estado encaixou mais dinheiro.

«Já temos esse teste de realidade e estamos agora a ajustar o modelo, para ter a certeza que, quando baixarmos uma determinada percentagem, vamos ter mais gente a passar na estrada», em números que compensem a redução de preço.

O responsável pela associação empresarial NERA Vítor Neto sugeriu, durante a discussão pública do relatório IEVA, uma redução de 50 por cento, estimando que poderia motivar que o tráfego dobrasse. Sérgio Monteiro é mais cauteloso. «Nós não nos baseamos em modelos teóricos. Não basta dizer: baixem para metade e sob X por cento. Estas coisas têm uma co-relação. A redução de preço traz mais gente, mas continuará a haver quem se recuse a pagar portagens, independentemente do preço, o que é uma decisão legítima

Pagar menos é solução, mas não pagar nada continua a estar fora de questão para o atual Governo. Na sessão de discussão pública do relatório do grupo de trabalho para as Infraestruturas de Valor Acrescentado (IEVA), tanto o membro do Governo como o presidente da Estradas de Portugal afirmaram que a cobrança nas ex-Scut e princípio do utilizador-pagador estão ai para ficar.

Neste momento, asseguraram ambos os responsáveis, o Estado paga 700 milhões de euros por ano aos concessionários das diferentes auto-estradas, mas apenas encaixa cerca de 300 milhões. «O Governo anterior esperava que, em 2014, se cobrasse 700 milhões de euros. Tinha estudos de evolução de tráfego muito otimistas, como se vem provar», disse o membro do Governo.

O «compromisso» de reduzir as portagens na via do Infante e outras ex-Scut foi assumido por Sérgio Monteiro no mesmo dia em que afirmou que o Governo iria dar prioridade às obras de requalificação da EN 125, se era essa a vontade da região.

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