A 40.ª Volta ao Algarve terminou em beleza para a Omega Pharma-QuickStep, que juntou o triunfo na quinta etapa, por intermédio do britânico Mark Cavendish, à vitória do polaco Michal Kwiatkowski na geral individual.
A derradeira tirada da competição transportou a caravana de Tavira até Vilamoura, num percurso de 155,8 quilómetros sem qualquer contagem de montanha, o que se refletiu na impressionante média de 45,786 km/h conseguida pelo pelotão.
Uma fuga de seis corredores animou parte da jornada e ainda conseguiu passar na frente nas primeiras voltas ao circuito urbano de Vilamoura. No entanto, a aproximação ao final revelou a vontade de mostrar serviço dos homens mais velozes.
O campeão britânico de fundo bateu toda a concorrência, alcançando a primeira vitória da temporada, relegando os franceses Arnaud Démare (FDJ.fr) e Bryan Coquard (Europcar) para a segunda e terceira posições, respetivamente.
“Estou muito contente. Viemos aqui para lutar pela geral com o Michal, por isso esta etapa é um bónus. Ganhámos três etapas, a geral, foi muito bom. Só estamos em fevereiro e é só a minha segunda vez no Algarve [primeira vitória]”, afirmou Mark Cavendish, que, mais uma vez, deu provas do seu conhecido mau feitio.
É que o ciclista britânico não quis participar na cerimónia final do pódio, tendo feito o diretor desportivo da sua equipa avisar que os jornalistas só tinham um minuto para questioná-lo.
Na classificação geral, o pódio manteve-se inalterado, com Michal Kwiatkowski a ser coroado vencedor da corrida, tendo aumentado a vantagem sobre a concorrência em 3 segundos, mercê da vitória na primeira meta volante do dia.
“É a minha primeira grande vitória numa geral de uma prova por etapas. É a terceira vez que faço esta prova, o público é muito caloroso. É uma ótima preparação para o resto da temporada. Foi muito duro, mais do que no ano passado. No ano anterior, com o contrarrelógio no último dia, foi mais simples, porque não houve tanta luta no Malhão”, disse Michal Kwiatkowski.
O espanhol Alberto Contador (Tinkoff-Saxo) foi o segundo, a 19 segundos, e o português e campeão mundial de fundo, Rui Costa (Lampre-Merida), fechou o pódio, a 32 segundos do polaco.
“Foi uma etapa complicada, tínhamos de estar na frente para não correr riscos. Estou contente, foi uma semana importante para mim (…) O ano passado também estive num bom nível no início da época, em Omã. Estive a discutir etapas e acabei bem na geral. Mas este ano as sensações são melhores, o trabalho foi mais bem feito”, disse o ciclista espanhol da Tinkoff-Saxo.
Rui Costa disse que “gostava muito de ter dado a vitória aos portugueses, mas não foi possível. A minha equipa esteve bastante bem, só tenho de agradecer-lhes. Saio bastante satisfeito, estou contente com a minha prestação. Espero que algum dia um português ganhe, mas a Volta ao Algarve está cada vez mais difícil. Todos os dias fui regular (…) Fiz o que pude. É uma prova muito importante para mim”.
A Lampre-Merida impôs-se coletivamente. Rui Costa conquistou a classificação por pontos. Valter Pereira (Banco BIC-Carmim) foi o melhor trepador e César Fonte (Rádio Popular) subiu ao pódio como vencedor da camisola das metas volantes.
Nesta última etapa da Volta ao Algarve, Valter Pereira, da equipa Banco BIC/Carmim/Tavira, consagrou-se o vencedor da classificação da montanha.
O ciclista da equipa algarvia vestiu a camisola azul e juntou-se aos melhores do mundo que estiveram em competição em terras algarvias desde quarta-feira.
Para o jovem atleta de 24 anos, este resultado foi a concretização de um sonho: “vim para esta volta com a ideia de tentar pontuar na montanha, e isso acabou por acontecer”, desabafou o ciclista do Banco BIC/Carmim/Tavira.
“Só tenho a agradecer aos meus colegas o trabalho que tiveram em colocar-me nas fugas e a ajuda preciosa na obtenção deste prémio, que é de todos”, prosseguiu o melhor trepador da prova.
O ciclista tavirense subiu ao pódio todos os dias da competição e juntou-se ao rol de nomes imponentes do ciclismo mundial, como o campeão do mundo de estrada, Rui Costa, ou mesmo o espanhol Alberto Contador, entre outras figuras de relevo: “estar junto aos melhores do mundo é uma honra e significa também uma crescente evolução da equipa”, acrescenta o campeão da montanha.
“Mostrar as cores da nossa equipa e dos nossos patrocinadores também faz parte dos nossos objectivos e isso foi conseguido na plenitude”, concluiu o corredor.
Na classificação geral individual, Daniel Mestre foi o atleta melhor posicionado do Banco BIC/Carmim/Tavira, em 52ª posição, a 8 minutos e 7 segundos do grande vencedor, Michal Kwiatkowski.
CLASSIFICAÇÕES
5.ª Etapa: Tavira – Vilamoura, 155,8 km
1.º Mark Cavendish (Omega Pharma-QuickStep), 3h24m10s
2.º Arnaud Démare (FDJ.fr), mt
3.º Bryan Coquard (Europcar), mt
4.º José Joaquín Rojas (Movistar), mt
5.º Sacha Modolo (Lampre-Merida), mt
6.º Alexey Tsatevitch (Katusha), mt
7.º Danilo Napolitano (Wanty-Groupe Gobert), mt
8.º Igor Boev (Rusvelo), mt
9.º Thomas Leezer (Belkin), mt
10.º Yoann Offredo (FDJ.fr), mt
Geral Individual
1.º Michal Kwiatkowski (Omega Pharma-QuickStep),
2.º Alberto Contador (Tinkoff-Saxo), a 19s
3.º Rui Costa (Lampre-Merida), a 32s
4.º Alexandre Geniez (FDJ.fr), a 1m13s
5.º Wilco Kelderman (Belkin), a 1m32s
6.º Rubén Fernández (Caja Rural-RGA Seguros), a 1m33s
7.º Christopher Horner (Lampre-Merida), a 1m34s
8.º Eduard Prades (OFM-Quinta da Lixa), a 1m35s
9.º Simon Spilak (Katusha), a 1m41s
10.º Edgar Pinto (LA Alumínios-Antarte), a 1m42s
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