Quercus denuncia abate de milhares de árvores devido a receio do temporal

A Quercus revela em comunicado que «tem recebido várias denúncias relatando o abate de milhares de árvores que tem ocorrido […]

A Quercus revela em comunicado que «tem recebido várias denúncias relatando o abate de milhares de árvores que tem ocorrido nos últimos dias junto de diversas estradas, alegadamente por razões de proteção civil, devido ao receio de agravamento das condições meteorológicas».

Uma dessas situações, segundo a associação, está a acontecer no Alentejo, onde a empresa Estradas de Portugal está a promover o corte de centenas de pinheiros-mansos de grande dimensão na Estrada Nacional 261 entre Melides e Santiago do Cacém, no litoral alentejano, «sem que as árvores apresentassem problemas fitossanitários».

O risco de queda de árvores para a Estrada Nacional 261 «era reduzido», o que se confirma por aquilo que aconteceu no último inverno dado que, «mesmo com as condições meteorológicas adversas que se registaram, as árvores resistiram».

A Quercus questiona «qual a fundamentação técnica para a decisão do abate de tantas árvores em bom estado fitossanitário, sem que estas estivessem a pender para a estrada, e apela ao bom senso com a suspensão do abate indiscriminado».

Mas, denuncia a associação, há também diversos casos de abates de árvores junto também a estradas municipais, pelo País.

A situação que preocupa mais ocorre na Quinta do Conde, município de Sesimbra, «onde estão a cortar milhares de pinheiros alegadamente por motivos de protecção civil, mas que constitui um exagero dada a falta de fundamentação».

Também na Estrada Nacional 356 junto da Zona Industrial do Casal dos Frades, no concelho de Ourém, foram cortados cerca de uma dezena de choupos-brancos e pinheiros-bravos de grande porte, alguns que não apresentavam risco evidente, mas que foram abatidos apenas por prevenção.

A Quercus alerta para a «necessidade de ponderação da decisão de abate de árvores públicas com a necessária fundamentação técnica relativa ao estado fitossanitário e análises de risco, por parte das entidades gestoras, sejam as Estradas de Portugal, concessionárias ou municípios, dado que o argumento da protecção civil não justifica decisões sem a devida fundamentação».

Comentários

pub