Peças de Teatro algarvias apresentadas em Lisboa no final de janeiro

As peças de teatro “made in Algarve” «A Barafunda», inspirada em textos de Raul Brandão, e  «Tomai lá do que […]

As peças de teatro “made in Algarve” «A Barafunda», inspirada em textos de Raul Brandão, e  «Tomai lá do que é bom – Contos Eróticos Medievais», vão ser apresentadas entre 23 e 26 de janeiro na Sociedade Guilherme Cossoul, em Santos, Lisboa.

Nos dias 23 e 24, às 22 horas, sobe ao palco a peça «A Barafunda», que resulta de uma parceria entre o LAMA – Laboratório de Artes do Media Algarve e o te-Atrito. Encenado por João de Brito, o espetáculo é uma adaptação do texto «O Doido e a Morte», de Raul Brandão.

«Algumas palavras são quase centenárias, mas as “linhas de força” do texto são de uma atualidade desconcertante. O conteúdo que resgatámos nas palavras de Brandão questiona a importância da existência humana, retrata uma ideologia anarca/utópica em busca de um objetivo, emancipação da mulher, critica a influência do capitalismo no quotidiano, a importância da Arte na vida humana, a prática supérflua da religião, põe em causa os valores sociais vigentes, questões estas que se enquadram perfeitamente no padrão dos nossos dias», segundo João de Brito.

«No papel de encenador interessava-me mais o trabalho de ator e a extensão das suas capacidades/ferramentas, tais como a imaginação, improvisação, voz, corporalidade. Incidindo nas personagens de “O Doido e a Morte” fomos criando uma narrativa, quebrada pela desconstrução dos próprios atores, retratando episódios que muitas vezes acontecem nos ensaios», acrescenta o encenador, que conta com Tânia Silva como assistente de encenação.

A peça conta com André Canário, Laura Pereira e Pedro Monteiro como intérpretes. O projeto é financiado pela Direção Regional de Cultura do Algarve.

Nos dias 25 e 26, às 22 e 17 horas, respetivamente, será a vez de o te-Atrito apresentar aquela que será a sua peça mais vezes levada a cena, «Tomai lá do que é bom – Contos Eróticos Medievais», encenada por Rita Neves. A peça conta com os mesmos intérpretes de «A Barafunda».

Joan Bodel, Giovanni Boccaccio, ”Les Fabliaux” e um Anónimo, todos dos séculos XII e XIII, foram as fontes escolhidas para este espetáculo erotico-cómico, o que leva a que esta peça seja indicada para maiores de 16 anos.

«O Campónio», «A Donzela Pudica», «O Padre Crucificado», «O Rato de Estopa» (“Les Fabliaux”), «A Feira das Maravilhas» (Joan Bodel), «A Deus e ao Diabo» (Anónimo) e «Meter o Diabo no Inferno» (Boccaccio), são os textos que serão levados à cena.

«Em plena Idade Média, uma Bruxa, um Bobo e um Monge, todos foragidos por heresia ou rebelião, encontram-se e decidem seguir caminho juntos. Para melhor se disfarçarem, fingem ser um grupo ambulante de contadores de histórias.

As histórias que contam nas feiras e nos mercados para toda a gente que as queira ouvir estão imbuídas de um humor corrosivo e da malícia que caracteriza o “pôr às claras” aquilo que, supostamente, ”nem às escondidas se deve fazer”», resume o te-Atrito.

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