Turismo Rural português uniu-se numa Federação para ganhar dimensão e voz

Ganhar voz e poder negocial a nível nacional, para que o Turismo Rural ganhe um maior destaque na estratégia das […]

Ganhar voz e poder negocial a nível nacional, para que o Turismo Rural ganhe um maior destaque na estratégia das entidades oficiais para o setor, foi o principal objetivo da criação da Federação Portuguesa de Turismo Rural (FPTR), cujos primeiros dirigentes tomaram posse no passado dia 13, em Santa Bárbara de Nexe, concelho de Faro.

No mesmo dia, foi inaugurada a delegação regional do Algarve da Federação, no Centro de Negócios e Serviços de Vilamoura. Um polo da FPTR que se dedicará a promover este tipo de turismo na região, que apresenta «muito potencial», na visão de Luís Galvanito, presidente da associação TuriPortugal, uma das nove entidades fundadoras da Federação.

«Muitos não associam este tipo de turismo ao Algarve, mas a região tem todas as condições para ser um destino de topo. Neste momento, ainda tem um peso relativamente baixo, a nível nacional, na ordem dos 4 por cento da oferta. Mas pode subir muito, rapidamente, principalmente caso as unidades de alojamento local com as condições necessárias se reconvertam», em unidades de turismo rural, considerou.

Este é uma das tarefas que os elementos que tomaram posse nos diferentes órgãos da Federação, na passada semana, se propõem a levar a cabo: organizar o setor e estruturar a oferta.

«Não houve, até agora, capacidade orgânica para criar uma marca do Turismo Rural português e dinamizar o setor. Historicamente, nunca lhe foi dada muita atenção, mas também por culpa do próprio setor. A Federação tem esse objetivo principal», o de defesa e promoção da atividade, revelou Luís Galvanito ao Sul Informação.

Outro grande objetivo, mas de médio/longo prazo, é a internacionalização. «Esse é um objetivo de topo da federação, mas para isso é preciso fazer algum trabalho de casa. Passa pela requalificação da oferta, pelo reconhecimento da importância do setor por parte da tutela e também por um melhor desenvolvimento do território», considerou.

Este último ponto tem a ver com acessibilidades e equipamentos públicos que deem apoio a este tipo de turismo, promovido no interior do país. Luís Galvanito defende ainda que é fulcral que haja um grande cuidado com «o enquadramento paisagístico e ambiental» dos empreendimentos que se dedicarem a esta atividade, mas não vê com maus olhos a implantação de empreendimentos de grandes dimensões.

«Vejo isso como positivo. O que está aqui em causa é o desenvolvimento do interior. Isso pode ser feito com unidades de pequenas ou de grandes dimensões. O interesse em fazer empreendimentos maiores significa que o interior justifica investimentos mais avultados», considerou.

A Federação Portuguesa de Turismo Rural foi fundada em maio de 2013 pelas entidades TuriPortugal, Hotéis Rurais de Portugal, ADERE-Peneda Gerês, Coudelaria Henrique Abecasis, Naturtejo – Empresa de Turismo, Casas Açorianas, Madeira Rural, Heranças do Alentejo e Garvetur.

São também estas nove entidades que compõem os órgãos agora empossados. A presidência da direção está a cargo da Hotéis Rurais de Portugal.

Entretanto, desde a sua fundação, juntaram-se à Federação a Associação de Turismo de Qualidade do Litoral Alentejano e Costa Vicentina Casas Brancas, a Associação Dinamizadora Cultural Histórica e Ambiental de Brotas, a Aldeia da Fonte e a ANIMAR – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento.

 

Fotos: Federação Portuguesa de Turismo Rural

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