Nem só de estagiários viverá a segunda fase do Projeto Querença

O Projeto Querença vai dar um passo mais além e entrar numa segunda fase, na qual os projetos que visem […]

O Projeto Querença vai dar um passo mais além e entrar numa segunda fase, na qual os projetos que visem o desenvolvimento sustentável da zona interior do concelho de Loulé serão o enfoque central.

A iniciativa, que gerou entusiasmo e está ser replicada em vários locais do país, apresentou esta segunda-feira os contornos de nova etapa, onde haverá novos estagiários, mas também espaço para quem queira ajuda para desenvolver boas ideias de negócio.

Na próxima sexta-feira, será promovido um dia aberto em Querença, dedicado a todos os interessados em candidatar-se, durante o qual serão prestados esclarecimentos e informações sobre o Projeto Querença e sobre o processo de candidatura. Acontecerá, ainda, uma visita guiada pela localidade, para dar a conhecer o território, os seus recursos e os habitantes da comunidade local.

Este inovador projeto de desenvolvimento local, lançado originalmente em 2011, trouxe para o coração da Serra do Caldeirão jovens recém-licenciados, para que estes pensassem projetos e os colocassem em prática. A ideia era conseguir criar mais dinamismo económico e fixar jovens naquela localidade louletana.

Agora, as premissas mantêm-se, apesar da metodologia ter sido afinada, com base na primeira experiência. Desta vez, a escolha dos quatro jovens que irão beneficiar de estágios profissionais de nove meses será feita com base nas ideias e projetos que apresentarem e não tanto a partir dos seus currículos e carta de motivação.

«Vamos pedir aos candidatos que apresentem ideias de projetos. Iremos dar mais importância às ideias e à capacidade de as desenvolver. Na inscrição, será fornecida uma ficha onde os jovens terão de descrever o projeto, como poderá ser sustentável, como se propõem a desenvolvê-lo e a ligação com a comunidade local», revelou ao Sul Informação o coordenador do projeto João Ministro.

Outra novidade é o alargamento do projeto a todos quanto queiram participar e dele usufruir, mesmo que não possam ser elegíveis para estágios profissionais. «Não vamos limitar-nos aos estagiários. Quem quiser associar-se o Projeto Querença, para beneficiar da notoriedade que este tem, da lista de contactos e de apoio técnico, também se pode candidatar, mesmo não sendo elegível para estagiar. Iremos escolher os estagiários, mas se houver outros bons projetos apresentados, escolheremos mais quatro ou cinco para se associarem a nós», revelou.

É caso para dizer que, numa zona de baixa densidade, quantos mais melhor, desde que tragam com eles ideias que possam ajudar a estruturar um futuro melhor.

Os interessados em entrar nesta nova fase do Projeto Querença podem apresentar as suas candidaturas até ao dia 6 de Dezembro. Os resultados serão anunciados até ao final daquele mês, prevendo-se o início dos estágios em Fevereiro de 2014. O regulamento de seleção e a ficha de projeto já estão disponíveis no site do projeto.

 

Nova fase corrige «algumas coisas que falharam»

A primeira fase do Projeto Querença foi considerada um sucesso, pelos seus promotores, apesar de nem todos os objetivos terem sido conseguidos. Alguns dos estagiários acabaram por não se fixar naquela localidade, como era o objetivo inicial, mas continuam bem próximos do projeto, sempre que podem.

A disponibilidade não é a maior, pelas melhores razões. Nem todos os antigos estagiários conseguiram tornar as ideias que desenvolveram em negócios, mas estão todos a trabalhar nas suas respetivas áreas, atualmente. Um sinal do prestígio associado a este projeto.

Mas, para os promotores da iniciativa, esta fixação de gente nova é importante, daí o ter-se mudado o método de escolha dos participantes. «Procuramos pessoas que tenham garra e vontade de ficar. Na primeira fase, apesar de terem feito um excelente trabalho, alguns acabaram por ir embora», ilustrou João Ministro.

Tendo isto em conta, um dos enfoques da segunda fase do projeto «é concretizar a parte do alojamento», algo que não se conseguiu anteriormente. «Acabámos por não trabalhar numa bolsa de alojamento, que servisse para acolher a malta nova que vem, não só, estagiar para cá, mas também para voluntários e investigadores que aqui queiram passar temporadas e desenvolver projetos», disse.

Esta será uma das apostas, bem como a dinamização do banco de terras que o projeto tem ao seu cuidado, que não está a ser aproveitado. Também haverá um enfoque em desenvolver «mais produtos na área alimentar».

O Projeto Querença resulta de uma parceria entre a Câmara Municipal de Loulé, a União de Freguesias de Querença, Tôr e Benafim e a Proactivetur, Lda. Conta com o apoio da Caixa Geral de Depósitos, da CCDR Algarve e do Centro Regional para a Inovação do Algarve / Universidade do Algarve.

Agora, a área de influência do projeto acaba por ser, institucionalmente, maior, já que a antiga Freguesia de Querença se uniu a duas vizinhas, criando a União de Freguesias de Querença, Tôr e Benafim.

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