Taxas de ocupação da hotelaria estão a aumentar mas receitas não acompanham

As unidades hoteleiras algarvias têm perspetivas de continuar a aumentar as taxas de ocupação durante o período de época alta […]

As unidades hoteleiras algarvias têm perspetivas de continuar a aumentar as taxas de ocupação durante o período de época alta do turismo, cujo pico será o verão que se aproxima, em relação aos últimos anos, mas nem por isso se espera que a melhoria perspetivada seja acompanhada por um aumento semelhante dos proveitos.

Segundo revelou ao Sul Informação o presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) Elidérico Viegas, «as perspetivas apontam para uma ligeira melhoria nas taxas de ocupação» durante o verão, «principalmente devido ao aumento da procura externa». Em contrapartida, o mercado português e espanhol estão a diminuir consideravelmente.

Os meses de Julho e Agosto serão, como é habitual, os mais animados, com a generalidade das unidades hoteleiras do segmento mais alto «com ocupações próximas dos cem por cento», principalmente a partir da segunda quinzena do próximo mês.

Uma situação que levou, ao que o nosso jornal apurou, a que a seleção nacional de futebol da Holanda tivesse dificuldade em encontrar uma unidade hoteleira com disponibilidade para acolher toda a comitiva, em Agosto. A seleção holandesa irá disputar um jogo no Estádio do Algarve a 15 de Agosto.

Um bom sinal, no que toca às taxas de ocupação, mas que «infelizmente não se reflete de igual modo nas receitas», segundo Elidérico Viegas. Isto porque «uma das razões para este aumento na ocupação foi a redução de preços» generalizada e a opção por modalidades como o «tudo incluído». Ou seja, há mais turistas, mas cada um “vale” menos dinheiro.

Esta conjuntura não permite, assim, antecipar uma inversão nos números do desemprego, já que a contenção continua a ser a palavra de ordem nas empresas ligadas ao setor do turismo e a sazonalidade uma realidade bem vincada na região. «As taxas de ocupação, apesar de estarem a subir, ainda estão muito aquém do que seria desejável», ilustrou Elidérico Viegas.

A tendência de subida da ocupação das unidades hoteleiras já se está a sentir desde o início do ano e, em Maio, foi muito empurrada pelos aumentos verificados nos mercados «britânico (+3,7pp, +22,4 por cento), holandês (+1,9pp, +39,7 por cento) e irlandês (+1,6pp, +48,2 por cento)».

No mês passado, segundo dados da AHETA, a taxa de ocupação global média/quarto foi de 61,3 por cento, «6,7pp acima do valor verificado em 2012». Por categoria, o maior crescimento homólogo ao nível de taxas de ocupação foi nos aldeamentos e apartamentos turísticos de 3 estrelas seguidos pelos hotéis e aparthotéis de 3 estrelas.

Uma subida que não foi a suficiente para evitar que as unidades que encaixam na primeira categoria tenham sido as que registaram níveis de ocupação mais baixos, nomeadamente 54,3 por cento. No campo oposto estiveram os aldeamentos e apartamentos turísticos de 4 e 5 estrelas, com níveis de ocupação de 68,7 por cento.

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