Fazer negócios da China a mergulhar com tubarões

Empreendedorismo é isto: um dia apercebeu-se de que as pen drives que todos usam para transportar ficheiros eram muito caras […]

Empreendedorismo é isto: um dia apercebeu-se de que as pen drives que todos usam para transportar ficheiros eram muito caras em Portugal. Fez perguntas, analisou o mercado e concluiu que havia aqui uma oportunidade de negócio, mas que, para a aproveitar, era preciso ir à China. E foi o que fez, com dois sócios, ambos na casa do 20 anos, como ele.

Foi assim que Ricardo Mariano, de 27 anos, criou a empresa pens.pt, que importa diretamente esses dispositivos de um fabricante da China, domina o mercado em Portugal e até já se internacionalizou, expandindo-se para Espanha. Esta é a terceira empresa criada por Ricardo Mariano, que ainda nem terminou os estudos – é finalista do curso de Gestão de Publicidade e Marketing do INUAF – mas este ano já teve a sua empresa-mãe, a SW- Success Work, de trabalho temporário, a figurar na 32ª posição do ranking das PME do Algarve, além de ser distinguida como “PME Líder”, por ter faturado, em 2012, 7,5 milhões de euros.

Daniel Machado tem um percurso diferente: desde sempre amante do mar sobretudo por influência do pai, tirou o curso de Biologia Marinha e Pescas na Universidade do Algarve e depois um mestrado em Ecologia, trabalhou em investigação, mas depressa percebeu que tinha que se fazer ao mar de outro modo. E foi assim que criou a empresa Ecoceanus, que aposta no ecoturismo. Com os seus barcos, leva os clientes a passear pela costa, mas sobretudo, foi dos pioneiros a levar os visitantes a ver os golfinhos e as baleias no litoral algarvio.

Com tanto tubarão a ser avistado na costa do Algarve, causando verdadeira loucura nos media sempre que algum se aproximava mais das praias, ou não fossem os tubarões quase míticas criaturas pela sua alegada ferocidade, Daniel Machado apercebeu-se de que haveria aqui um nicho importante de mercado a explorar. Porque não levar os turistas a ver tubarões?

Se assim o pensou, melhor o fez, e em 2012 lançou o projeto We Like Sharks, que conta com o apoio internacional da Fundação Save our Seas e pretende estudar a melhor forma de observar tubarões – melhor para os tubarões, que afinal são criaturas selvagens, sem os perturbar demasiado, e melhor para os turistas, em termos de segurança. O projeto passa por investigação, educação ambiental, e por definir as regras do jogo, com um Código de Conduta a ser adotado por todas as empresas que, no futuro, vierem a dedicar-se também à observação de tubarões.

Agora que a primeira parte do projeto está quase concluída – as últimas saídas para o mar, de teste das condições de observação, deverão ter lugar em Junho, enquanto o Código de Conduta está quase pronto e o produto turístico deverá ser lançado de forma efetiva no próximo verão – Daniel já tem outros planos: nada mais, nada menos que dar a volta ao mundo num catamarã à vela, com a sua mulher.

Ricardo Mariano e Daniel Machado foram os convidados de mais uma Beta Talk, conversa com empresários sobre empreendedorismo, que decorreu em abril no espaço do Café-Concerto do Teatro Municipal de Portimão.

 

Criar a primeira empresa aos 21 anos

 

Foram duas histórias de vidas ainda muito jovens – Ricardo Mariano tem 27 anos, Daniel Machado tem 33 anos – mas já repletas de sucessos no mundo dos negócios.

Ricardo começou a trabalhar aos 18 anos, quando acabou o 12º ano e entrou numa empresa de trabalho temporário, a Visatempo, para a receção. «Durante meia dúzia de meses, a minha vida era só trabalho, trabalho».

Aos 19, o diretor do escritório de Faro da Visatempo saiu e Ricardo, que tinha provado o seu valor, foi chamado a novas funções: «passei a ganhar mais, mas também a ter mais responsabilidades na empresa».

«A partir daqui foi um tiro, 19, 20, 21 anos, até que me fazem um convite para integrar uma nova empresa de trabalho temporário, para ser sócio da SW. E eu aceitei». O segundo de muitos desafios que a vida lhe tem ido fazendo, e que Ricardo Mariano aceita, com entusiasmo.

«Os colegas de trabalho, amigos, família, todos me diziam: então estás tão bem na Visatempo, para que vais abdicar de tudo para começar do zero?». Mas nem isso demoveu Ricardo. A SW abriu a 1 de outubro de 2007, levando consigo, além dos sócios, algumas das pessoas com quem tinha trabalhado na empresa anterior.

Abriram escritórios em Quarteira (onde fica a sede), em Portimão e em Coimbra. «Passados dois anos precisámos de mais e abrimos em Lisboa». «Muitas vezes nos perguntam: então vocês são de Lisboa e vieram para o Algarve? Mas nós não, nós somos algarvios e fomos à procura de mais mercado em Lisboa, à procura de uma imagem à escala do país. Nós somos uma empresa do Algarve, vamos conquistar a capital. Custou, mas foi!».

Mas nem isso acalma a vontade de vencer de Ricardo Mariano. «Aos 24, 25 anos, sentia uma vontade brutal de provar a mim mesmo que era capaz de fazer mais. A convite de amigos, abrirmos uma nova empresa, com capital mínimo, com o escritório na minha casa. Foi o portal empregosmanager.pt, de anúncios de emprego e formação. Mas o site «nunca deu fortunas». No entanto, garante, empregosmanager.pt é para manter. «Juntamente com outros sites que temos, este site é automático, quase não precisa da intervenção de ninguém e dá receitas em publicidade».

 

As pen drives ou a génese de um negócio da China

 

Mas a sua sede de empreender não se ficou por aqui. «Um dia um amigo veio de Cabo Verde e disse-me: as pens são muitos caras! Ficaram ali todos na galhofa, mas eu já estava a pensar: vamos lá vender as pen drives mais baratas».

Primeiro foi preciso estudar o mercado, apenas para perceber que as fábricas de pen drives são todas na China e em Taiwan. Um amigo fez uma pesquisa entre dezena e meia de empresas que vendiam as pens em Portugal e Espanha para chegar à conclusão que não compravam o seu material diretamente à China, mas em França e Alemanha, a intermediários, encarecendo o produto.

«E eu pensei: isto só pode ser um negócio se formos à China, buscar diretamente». E foi o que Ricardo, mais dois sócios e um intérprete macaense fizeram: «de repente, vejo-me na China, com reuniões marcadas. Viajei, trabalhei e ainda consegui lançar um negócio».

Contado assim, até parece que foi fácil, mas Ricardo Mariano recorda que, antes da viagem, houve todo um trabalho de pesquisa, contactos e seleção das empresas a visitar durante os cinco dias em que estiveram na China. E na mega cidade chinesa onde tiveram lugar as reuniões, as distâncias e o tráfego automóvel era tal, que depressa verificaram que não conseguiam chegar a horas a tantas reuniões por dia como tinham planeado. Mas acabaram por escolher o parceiro certo.

Há um ano, foi lançada a empresa pens.pt, que não vende em lojas, mas pela internet, no mínimo 50 unidades para empresas. Mazda, Peugeot, GNR, IKEA, bancos são seus clientes, de tal modo que até ao final do ano conseguiram vender 50 mil pen drives.

«Hoje em dia os nossos clientes pensam que nós é que somos os fabricantes. O que nós somos é especialistas em pen drives. Fomos buscar um bocadinho da quota de mercado de cada empresa que já existia antes».

Ver a Península Ibérica como um só mercado era «inevitável». Expandir para Espanha era «lógico acontecer». E por isso há cerca de cinco meses Ricardo e os seus sócios lançaram a USBSpot em Espanha. Mas foi, garante o empresário, «terrivelmente complicado». «É quase impossível abrir um negócio em Espanha sem ter lá escritório, sem ter lá uma conta bancária, sem ter um nativo a trabalhar». Mas foi isso que fizeram. Agora têm um site em espanhol, uma linha telefónica gratuita para os clientes espanhóis ligarem . E a «USBSpot apresenta-se como empresa líder ou potencialmente líder». E, feitas as contas, aos 27 anos, já vão três empresas no currículo de Ricardo Mariano.

 

 O trabalho voluntário e a responsabilidade social

 

Com tanto trabalho e a cabeça sempre a fervilhar de ideias de negócio, poderia pensar-se que Ricardo não tem tempo para mais nada. Mas tem: não escondendo as suas origens humildes («a minha infância não foi propriamente abonada»), em dezembro de 2011 resolveu ter um Natal diferente.

Nessa altura, já era voluntário das Missionárias da Caridade, as freiras da Madre Teresa de Calcutá, que se dedicam aos «mais pobres dos pobres». Mas nesse Natal Ricardo pensou: «hoje vou pensar em quem não tem comida em Faro. Andámos literalmente de porta em porta , de loja em loja, a pedir comida. Fui entregá-la ao Centro de Apoio aos Sem Abrigo (CASA). E hoje Ricardo é um dos coordenadores do CASA.

A sua próxima realização é o projeto denominado Missão Mão Solidária, promovido com dois outros colegas também finalistas do curso de Gestão de Marketing e Publicidade do INUAF, que há de ajudar o CASA e a associação Apatris21, que auxilia pessoas portadoras de Trissomia 21. Trata-se da organização de um espetáculo de solidariedade marcado para dia 25 de maio, no Conservatório Maria Campina, em Faro, com a presença graciosa de muitos artistas de renome, nomeadamente o ator e apresentador de televisão Fernando Mendes e o cantor Diogo Piçarra.

Mas a sua responsabilidade social não pára aqui. Nos cinco anos da empresa SW, em outubro do ano passado, Ricardo e os sócios resolveram promover a campanha «5 anos, 50 sorrisos» e ofereceram 50 cabazes a outras tantas famílias carenciadas de Quarteira, cidade onde fica a sede da empresa. «A partir de então, tanto eu como os meus sócios, estamos muito entusiasmados em poder ajudar e em exercer a responsabilidade social», garante.

Essa costela solidária também se alargou à sua participação na Juventude Socialista de Faro, onde, no Natal passado, organizou uma recolha de brinquedos.

Mas qual foi, até agora, a sua maior alegria como empreendedor? Foi o ver a sua empresa SW em 32º no ranking das PME algarvias, entre 23 mil. «Foi um orgulho tremendo, vocês nem querem imaginar!… Quem, como eu, começou a trabalhar aos 18 anos porque sim e aos 27 tem a 32ª maior empresa do Algarve…»

É por isso que faz questão de afirmar: «hoje em dia não há nada que me desmotive ou, se há, rapidamente esqueço! A escolha é nossa, a nossa alegria contagia quem está ao nosso lado». E este ano «vou licenciar-me», atira, a finalizar.

 

Alegria e paixão como ingredientes fundamentais

 

«Há mais do que uma coisa fundamental para sermos inovadores e empreendedores: a alegria e a paixão». Foi assim que Daniel Machado, biólogo marinho e empresário, começou a contar o seu percurso às dezenas de pessoas que enchiam o Café-Concerto do Tempo, na Beta Talk de abril.

A paixão de Daniel pelo mar surgiu aos 5 anos de idade, «quando o meu pai me meteu num barquinho de borracha, me levou à Ponta João d’Arens, me meteu uns óculos de mergulhar na cara e eu descobri um mundo a 3D».

Aos 14 anos, o pai de Daniel – o professor Alberto Machado, bem conhecido em Portimão e não só, pelos seus contributos entusiastas para a descoberta dos segredos do mar, nomeadamente no campo da arqueologia subaquática – organizou uma expedição em barco à vela até à Madeira e o jovem fez a sua estreia em grandes travessias de mar. «E a minha cabeça fez um clique: o que tu queres é ser biólogo marinho».

Foi esse o curso que Daniel escolheu na Universidade do Algarve, terminando com uma tese sobre a Ictiofauna do Estuário do Rio Arade, Depois trabalhou em investigação de pescas na Ualg, no âmbito de um projeto mais abrangente sobre o Arade.

Um dia pensou que a sua vida tinha que tomar novo rumo e resolveu «aproveitar o trabalho científico de investigação e promover um produto que agradasse ao público em geral». Com um «paitrocínio» (o pai já tinha um barco), criou a empresa Ecoceanus.

«Eu não era gestor, mas agora sou. Fazer os produtos o melhor possível, fazer que as pessoas tenham o melhor dia possível é o mais fácil. O mais difícil são os papéis!», garante, arrancando uma gargalhada da assistência.

A Ecoceanus foi então criada em abril de 2008, tendo agora completado cinco anos. «A minha empresa não atua apenas na área do turismo. Junta turismo e ciência. Há uma grande falta de logística para a ciência e a investigação em Portugal. Faltam coisas tão simples como barcos para transportar os investigadores. E nós fornecemos um serviço que é duplamente especializado, porque tem um skipper e uma pessoa especializada no trabalho de investigação. Somos uma empresa que é parceira da Universidade do Algarve, aliás, estamos sempre a ser chamados para fazer parte de candidaturas a financiamentos para projetos. Fornecemos a logística, mas também consultoria na área da investigação de biologia marinha. É isso que me permite trabalhar nas épocas baixas».

Na área do turismo, a Ecoceanus propõe ecoturismo, turismo científico e participação pública em ciência.

Com o catamarã, promovem a observação de cetáceos – golfinhos e baleias, que também as há ao largo do Algarve. «Em 2011, tivemos 70% de avistamentos de baleias ao largo de Portimão», garante Daniel Machado.

«Uma pessoa que vai fazer uma saída connosco não vai só ver baleias. Vai aprender sobre baleias. Vai saber se já tínhamos avistado aquela baleia ou porque é que usa o canhão de Portimão [uma extensa e profunda garganta submarina situada ao largo de Portimão]. Todos os dias saio de casa, ponho a vela e vou fazer um dia de BBC Vida Selvagem a curta distância de Portimão». O que se pode pedir mais? Aparentemente nada, mas com o espírito irrequieto de Daniel Machado a coisa nunca poderia ficar por aqui.

Com o seu amigo André Dias, também ele biólogo marinho, pensou que este «modelo encaixava bem em Cabo Verde, que também tem muita biodiversidade e é explorado apenas no que diz respeito ao sol e mar. E pensámos: vamos fazer a Ecoceanus Cabo Verde». Organizaram um dossiê e fizeram uma viagem empresarial a esse país insular africano.

«O projeto foi super bem acolhido mas aprendemos que, apesar de toda a recetividade, este tipo de produto teria muita dificuldade em penetrar lá. O mercado de Cabo Verde é muito, muito controlado pelos grandes operadores turísticos, pelas grandes cadeias, numa lógica de all inclusive. Os pequenos negócios são aglutinados pelos grandes. Por isso, quando regressámos, pensámos: vamos avançar? Decidimos que não. Decidimos abandonar, mas não perdemos tudo: o dossiê está pronto, o projeto está desenvolvido, Pode ser que interesse a alguém a pensar desenvolver um resort com pés e cabeça em Cabo Verde, que terá em nós gente qualificada com quem trabalhar».

De qualquer modo, a ideia é transpor para Portugal o projeto. Por isso, André Dias já lançou a empresa Wildwatch Algarve, com base em Ferragudo.

 

E os tubarões?

 

E os tubarões? O projeto «We like sharks», que este verão deverá finalmente ser lançado de forma comercial, começou quando João Santos, finalista de biologia marinha da Ualg, disse a Daniel Machado que queria investigar tubarões, mas no Algarve.

E aí começou a surgir a hipótese da viabilidade de ecoturismo com tubarões na costa algarvia. Que os há e muitos, basta ver o alarme que se cria de cada vez que os tranquilos tubarões-martelos são avistados perto das praias…

«Falámos com a Gobius, uma empresa de comunicação em ciência, com a Save our Seas Foundation, para obter financiamento, e definimos o projeto We like Sharks, que, na parte científica, tem o apoio do João Correia, da Associação Portuguesa de Elasmobrânquios» (grupo a que pertencem os tubarões e as raias).

O projeto passa por educação ambiental, nomeadamente junto das escolas («fomos a 14 escolas no Algarve, falar para miúdos dos 6 aos 12 anos, alertar que há tubarões na nossa costa, mas que não fazem mal»).

Mas passa também pela criação do selo «We like sharks», a ser atribuído, por exemplo, aos restaurantes que sejam «shark frindly», ou seja, que não sirvam pratos com raia ou tubarão (e sim, o cação ou a patarroxa das nossas caldeiradas também são tubarões).

E passa, sobretudo, pelo turismo. Para isso, a Ecoceanus teve reuniões com a ERTA e com a AHETA. «O Algarve pode oferecer este tipo de produtos, mas tem que o fazer com qualidade e com empresas que sigam um código de conduta».

«Os centros de mergulho, as empresas de pesca desportiva (catch& release), todos podem fazer parte do projeto. Há “n” operadores que podem fazer parte disto. O mergulho com tubarões pode funcionar no Algarve e ser mais um produto complementar, no ecoturismo».

Mas porque Daniel Machado é um perfeccionista, está a ser elaborado um Código de Conduta, para que não aconteça no Algarve o que aconteceu nos Açores, onde primeiro se cometeram os erros e depois se tentou regular a atividade.

«O Código de Conduta, elaborado por uma comissão, está quase terminado. Depois será apresentado à equipa do projeto We like Sharks, em seguida colocado online para consulta pública. Finalmente iremos apresentá-lo ao secretário de Estado e dizer-lhe: se quiser fazer isto porreirinho, as regras estão aqui. Um produto destes não pode ser feito de qualquer maneira, nem pode ser mal feito!».

E que produto é este? É levar as pessoas a ver e a mergulhar com tubarões. As regras, o «padrão do produto», já estão definidas, de modo a que ele possa ser massificado, usado por muitas empresas. «Haverá uma jaulazinha de inox ou de rede (cage diving), onde os mergulhadores ficarão, haverá concentração dos mergulhadores no sítio do mergulho, para evitar que ande cada um por seu lado, haverá um isco odorífero (não para comer), para atrair os tubarões». Tudo para garantir duas coisas: a segurança dos ecoturistas e o mínimo de perturbação dos tubarões.

«Isto pode ser feito por pessoas sem formação de mergulho, que poderão ver tubarões vivos debaixo de água, o que será uma experiência única!». É que o esquema montado pela Ecoceanus e pelo projeto We Like Sharks permite que uma pessoa, só com uns óculos de mergulhar, possa observar os tubarões. E quem não se atrever a meter-se dentro de água para ter a companhia de tubarões-azuis (ou tintureiras), anequins ou tubarões-martelo, poderá fazer apenas shark watching, a partir do barco.

E quanto vai custar? O cage diving (mergulhadores com escafandro autónomo na tal jaula) custará à volta de 115 euros enquanto o shark watching (no barco) ficará por 90, ambos para saídas de oito horas de mar…e muita emoção.

Apesar de este novo produto resultar da investigação feita pela Ecoceanus no âmbito do seu projeto We like Sharks, todos os operadores poderão associar-se e desenvolver este produto de ecoturismo. «Há aqui uma oportunidade de negócio para o mercado. Todas as empresas de ecoturismo, todos os centros de mergulho podem aproveitar», garante Daniel Machado.

 

Volta ao mundo não se sabe em quantos dias

 

«Até agora, fui seguindo as chamadas da vida. Estudei o que quis, investiguei, fiz a Ecoceanus. A empresa está feita, mas a Ecoceanus, que durante cinco anos foi a minha vida, agora vai deixar de ser. Se não puxarmos a nossa carroça, ninguém puxa por nós. Temos que fazer escolhas na vida», explica o jovem empreendedor Daniel Machado.

E é por isso, por causa das escolhas que é preciso fazer na vida, que Daniel e a sua mulher vão partir para uma volta ao mundo, em catamarã á vela. Uma volta que deverá durar três anos, mas nunca se sabe: «estou farto de ouvir histórias de gente que pensava isso e agora anda no mar há oito ou mais anos».

Para concretizar este sonho, Daniel tem outra atividade que lhe permite ganhar verdadeiramente dinheiro: a de observador de mamíferos marinhos a bordo de navios de transporte de petróleo…

Para cumprir o sonho da volta ao mundo, vendeu o catamarã que tinha e comprou um “novo”, um catamarã com 30 anos. «É antigo, tem problemas, está há cinco meses no estaleiro». É um catamarã (veleiro de dois cascos) de 44 pés, ou seja, 14 metros, desenhado por um construtor de barcos que ganhou duas Taças América. «É um clássico. Este é um Ferrari dos catamarãs, só que este meu Ferrari é daqueles dos anos 60». ironiza Daniel.

Será que algum dia voltará à sua empresa de ecoturismo? «Logo se vê». E não tem medo do futuro? «Quando as pessoas fazem as coisas com paixão, dificilmente se dão mal!».

 

Amanhã há mais uma Beta Talk

 

Amanhã, quinta-feira, dia 16, a Beta Talk de maio vai juntar a paixão pelo vinho e a capacidade sedutora e inspiradora das artes e do design, que darão o mote para mais um final de tarde empreendedor.

A partir das 19h00, no Café Concerto do TEMPO – Teatro Municipal de Portimão João Laborinho Lúcio, fundador do Labirinto Contemporary, e Rita e João Soares, administradores da Garrafeira Soares e da Herdade da Malhadinha Nova, irão partilhar os seus trajetos empreendedores, num ambiente informal e descontraído que reflete o espírito Beta Talk.

Como é habitual, a participação é totalmente grátis, embora seja necessária inscrição em http://beta-talk-maio2013.eventbrite.com/#, ficando o wine-break por conta de quem vem, pelo que os participantes são convidados a trazer vinho (ou sumo) e snacks para partilhar.

Esta Beta Talk conta com o apoio da ETIC- Algarve e a parceria media do “Sul Informação”, tendo ainda a colaboração da Universidade do Algarve através do CRIA – Centro Regional de Inovação do Algarve/Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia, ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários, NERA – Associação Empresarial da Região do Algarve, rádio universitária RUA FM, APGICO – Associação Portuguesa de Criatividade e Inovação GAIM – Gabinete Académico de Investigação e Marketing e ainda da Inesting, além da página Algarve Emprego ao nível da divulgação.

 

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