Ocupação hoteleira de 2017 no Algarve perto dos “anos de ouro” do virar do século

A taxa de ocupação média anual das unidades hoteleiras do Algarve, em 2017, cresceu para 65,5%, um número muito superior […]

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A taxa de ocupação média anual das unidades hoteleiras do Algarve, em 2017, cresceu para 65,5%, um número muito superior aos verificados no início da década e próximo dos que se registaram entre 1999 e 2001, anos de ouro para o turismo Algarvio, em que este indicador chegou a fixar-se nos 70 por cento. Além de um crescimento de 2% na ocupação, em relação a 2016, também se registou um aumento de 9,7% no volume de negócios, revelou a Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA).

As expetativas para 2018, diz a associação, são de «consolidação dos resultados», ou seja, «não são esperados aumentos nas taxas de ocupação, embora o volume de negócios possa crescer ligeiramente, induzido, sobretudo, pelo aumento dos preços verificado nos anos transactos».

Em 2017, «os bons resultados alcançados devem-se, especialmente, ao aumento da procura do mercado alemão (+17,8%) e irlandês (6,1%) e, sobretudo, ao crescimento de todos os mercados externos com pouca expressão individual no volume total de dormidas, mas suficiente para compensar a grande descida do nosso principal fornecedor de turistas, o Reino Unido (-8,6%)», segundo a AHETA.

Entre estes mercados em expansão contam-se «a Polónia, a Suécia, a Bélgica, a Suíça, a Itália, a Dinamarca e o Canadá». O mercado nacional também cresceu, neste caso, 1,2%. O seu contributo conjunto permitiu que, «pela primeira vez na história do turismo do Algarve, houvesse resultados positivos, apesar da quebra verificada no mercado britânico».

E o aumento de ocupação, em 2017, chegou para quase todos, tendo em conta que, «exceptuando os hotéis de 5 estrelas (-5,6%) e a zona de Loulé/Vilamoura/Quarteira/Vale do Lobo/Quinta do Lago (-5,5%), todas as áreas geográficas do Algarve e todos os tipos de estabelecimentos melhoraram as ocupações médias durante o ano, tendo o volume de vendas crescido a um ritmo superior às ocupações, o que indicia uma recuperação dos preços praticados, muito afectados no passado pela grande crise económica mundial de 2008».

 

Nos indicadores económicos, a AHETA destaca o rendimento por quarto disponível, que cresceu 12% em relação a 2016, fixando-se nos 53 euros. Isto ajudou a que as receitas brutas resultantes da facturação tenham «ascendido a mais de mil milhões de euros, dos quais cerca de 760 milhões dizem respeito a alojamento».

«Os campos de golfe viram o número de voltas aumentar 5,3% para um total de 1.361 mil, uma subida na linha do que se verificou nos hotéis e empreendimentos turísticos», acrescentou a associação.

Mas nem tudo foram rosas. «A falta generalizada de mão de obra continuou a influenciar, igualmente, de forma muito negativa o sector hoteleiro e turístico da região, constituindo um dos principais estrangulamentos da actividade turística na actualidade».

Por outro lado, a AHETA regista negativamente a desvalorização da libra, o aumento do jet fuel e as falências das transportadoras aéreas Monarch, Lauda Air e Air Berlim, «assim como os prejuízos causados directamente aos hoteleiros algarvios, consubstanciados em facturação vencida e não paga no montante de mais de 7 milhões de euros».

A associação alerta, ainda, para o bom desempenho de destinos concorrentes do Algarve, nomeadamente os da Bacia do Mediterrâneo, «que registaram crescimentos turísticos muito assinaláveis, nomeadamente os países afectados por situações de instabilidade no passado, (Tunísia, Turquia e Egipto)».

«Em resumo, o Algarve recebeu, em 2017, nos meios classificados oficialmente, 4,2 milhões de turistas, dos quais 1,1 milhões foram nacionais, gerando um total aproximado de 20 milhões de dormidas. Por outro lado, e considerando todos os meios de alojamento, classificados ou não, mais de 7,1 milhões de turistas, a que correspondem cerca de 35,7 milhões de dormidas, fazem do Algarve a maior e mais importante região turística nacional. O Algarve foi, ainda, o principal contribuinte liquido para a rubrica “Viagens e Turismo” do País, cujo montante ascendeu a mais de 15 mil milhões de euros», concluiu a AHETA.

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