Em Novembro, há três chuvas de estrelas e muito mais para observar no céu

O início deste mês de Novembro é marcado pela presença de Vénus junto à estrela Espiga da constelação da Virgem. […]

O início deste mês de Novembro é marcado pela presença de Vénus junto à estrela Espiga da constelação da Virgem. Este planeta será visível durante todo o mês como estrela da manhã.

Na madrugada de dia 4, terá lugar a Lua Cheia. Uma madrugada depois, dar-se-á o pico de atividade da chuva de estrelas Táuridas do Sul. O seu nome deve-se a que estes meteoros, pequenas rochas e poeiras associadas ao cometa Encke, parecerem surgir de uma região do céu (o radiante) pertencente à constelação do Touro situada ligeiramente abaixo do radiante de outra chuva de meteoros (as Táuridas do Norte).

Embora esta chuva de estrelas seja de longa duração (cerca de um mês), é de fraca intensidade, não chegando à meia dúzia de meteoros por hora no pico de atividade. Além disso, por estes dias, a presença da Lua ao pé da constelação do Touro irá dificultar ainda mais a sua observação.

Aquando do quarto minguante, i.e. no início da noite de dia 10, a Lua estará ao lado da constelação do Caranguejo e pelo seu aglomerado estelar Presépio.

Uma semana após o pico de atividade da chuva de estrelas Táuridas do Sul, chega a vez da sua congénere do norte. As Táuridas do Norte terão uma intensidade idêntica à da sua vizinha a sul, mas a presença da Lua junto à constelação do Leão não dificultará tanto a sua observação. Nesta mesma madrugada de dia 12, a Lua situar-se-á abaixo da constelação do Leão.

Dia 13, Júpiter estará em conjugação com Vénus, i.e. numa direção muito próxima deste. Só a partir desta altura do mês é que Júpiter começará a ser visível, nascendo ao final da noite.

Na véspera da Lua Nova de dia 17, ocorrerá o pico de atividade da chuva de estrelas mais importante do mês: as Leónidas (cujo radiante se situa na constelação do Leão). Estes meteoros estão associados ao Tempel–Tuttle.

Assim, quando este cometa se aproxima da nossa órbita (i.e. a cada 33 anos) temos chuvas de estrelas particularmente intensas (tal como sucedeu em 1966). Este ano não será o caso, contado no máximo com uma dezena de meteoros por hora em locais realmente escuros.

Ao início da noite de dia 20, encontraremos a Lua junto a Saturno, planeta que em Dezembro deixará de ser visível ao anoitecer.

À sua direita estará Mercúrio, planeta que atinge a sua maior elongação (afastamento relativamente ao Sol) no dia 24. Saturno estará em conjugação com Mercúrio (i.e. na sua direção) dois dias depois do quarto minguante de dia 26, Esta é uma boa ocasião para se observarem estes dois planetas.

Para terminar o mês, podemos observar Marte a nascer ao pé da estrela Espiga, na madrugada de dia 29.

Boas observações!

 

Autor: Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC e OGAUC)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

 

Legenda das figuras:
Figura 1: Céu a sudeste pela 1 hora da madrugada de dia 5, com algumas estrelas e constelações de destaque (p.ex. a nebulosa de Órion – M42). Igualmente são visíveis a posição da Lua ao início das madrugadas de dia 8 e 10 e os radiantes das chuvas de meteoros das Táuridas do Sul e do Norte.

Figura 2: Céu da sudeste pelas 6h30 da madrugada de dia 17. São visíveis algumas estrelas, planetas e constelações de destaque junto com o radiante das Leónidas. Igualmente é visível a posição da Lua ao final da madrugada dos dias 10 e 12.

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