No Ameixial, a cultura é companheira de viagem dos caminhantes do Walking Festival

No Festival de Caminhadas do Algarve, há os que vêm, mas há também as memórias dos que ali viveram há […]

No Festival de Caminhadas do Algarve, há os que vêm, mas há também as memórias dos que ali viveram há mais de dois milénios e o que é deixado por outros, para o futuro. O Walking Festival Ameixial começa amanhã, dia 28 de Abril, e contará com um forte programa cultural e de animação, que começa na Escrita do Sudoeste, à qual o evento se associou desde a primeira hora, mas que também inclui música, instalações artísticas, património e, claro, a gastronomia típica da Serra do Caldeirão.

É, de resto, pelo estômago que os organizadores do Festival de Caminhadas começam a “conquistar” os visitantes. Amanhã, depois da conferência de abertura, agendada para as 15h00, em Loulé, os participantes no evento serão recebidos no Ameixial com um jantar de grão, que será servido no pavilhão do Grupo Desportivo Ameixialense (GDA) e cozinhado pelas experientes cozinheiras do Café Central.

A partir daqui, e até dia 1 de Maio, a cultura estará presente em diversos momentos do evento, desde logo nas caminhadas. Em 2017, haverá os já habituais passeios a sítios de interesse arqueológico, à descoberta de povos que habitaram este território serrano ao longo dos séculos, com forte enfoque na Escrita do Sudoeste, a primeira forma de escrita da Península Ibérica.

Foi nela que se inspirou Sara Navarro para fazer a intervenção artística «Paisagem e Memória», na edição de 2016 do WFA, dando «a oportunidade única» a quem esteve no Festival, de participar «na pintura de grandes dimensões em perspetiva anamórfica (imagem “deformada” que se apresenta percetível em determinada posição)», segundo os organizadores do Festival de Caminhadas. O resultado deste trabalho não só inspirará uma das caminhadas propostas, como será apresentado num roteiro e num vídeo.

Em 2017, Sara Navarro volta a estar presente no WFA, onde promoverá experiências participativas em arte pública, no sábado e no domingo, às 15h00.

 

 

«A ideia de (re)criação de património cultural arqueológico em património cultural artístico também está presente num projeto escultórico da artista plástica Ângela Menezes e que complementa a exposição de arqueologia de rua itinerante “Quem nos Escreve desde a Serra”. A exposição sobre as estelas com escrita do Sudoeste e a Idade do Ferro pode ser visitada em qualquer horário ou durante as visitas guiadas pelo Projeto ESTELA», acrescenta a organização do festival. Neste último caso, as visitas acontecem nos dias 29 e 30 de Abril, às 18h00.

A divulgação do património serrano, seja arquitetónico ou cultural imaterial, também será feita através de caminhadas. Um dos roteiros passa pelas casas na serra do Caldeirão, com o objetivo de chamar a atenção para a importância da cal utilizada no interior das casas. Este é o material que será usado na reabilitação da Fonte dos Barreiros, numa iniciativa à qual os participantes no Festival são convidados a aderir (sábado e domingo, 15h00).

No Património Cultural Imaterial, há as visitas aos lugares ligados ao imaginário local, chamado “Rocha do Diabo”, bem como uma caminhada nos Caminhos de Santiago no Algarve Central e uma tirada noturna entre o Ameixial e Loulé, onde os caminhantes chegarão a tempo da “Festa Grande” da Mãe Soberana, «a maior manifestação religiosa do sul do país».

Outra riqueza da serra, as suas gentes e costumes, não foi esquecida. Do programa, fazem parte atividades que levarão os participantes a conhecer o dia-a-dia do pastor Leonel, como é a vida do sr. Orlando, um apicultor local, ou os usos medicinais e gastronómicos de algumas das plantas com que os que caminham na serra se cruzam, num workshop dinamizado pelo naturopata João Beles. Pelo caminho, há muitos habitantes locais e histórias para conhecer, como a de dona Otília e da sua galinha branca.

Depois de caminhar, é sempre bom relaxar. E é aqui que entram as sugestões de animação cultural previstas. Na sua 5ª edição, o Festival de Caminhadas do Algarve conta com um programa musical que integra um grupo internacional, os italianos Anonima Nuvolari, que atuam sábado à noite, na Fonte da Seiceira, onde será também terá lugar uma churrascada serrana com fogueira. Nesse dia, também atuará o louletano Vitorino Pires.

No domingo, dia 30 de Abril, véspera de feriado, o grupo «Pijon» e Isabel Duarte protagonizam um concerto e promovem um workshop de músicas do Mundo, no mesmo local, a partir das 21h30.

O programa completo pode ser consultado no site do Festival de Caminhadas do Algarve, através do qual os interessados também se poderão inscrever no evento.

 

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