Visitantes aumentam 11% nos monumentos do Algarve, mas há quem ultrapasse esse número

O número total de visitantes dos monumentos do Algarve subiu cerca de 11% até fins de Outubro, anunciou a Direção […]

Ermida de Guadalupe_01O número total de visitantes dos monumentos do Algarve subiu cerca de 11% até fins de Outubro, anunciou a Direção Regional de Cultura do Algarve.

Este indicador favorável diz respeito aos monumentos sob tutela daquele organismo, com controlo de entradas: Fortaleza de Sagres, Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe, Monumentos Megalíticos de Alcalar e Ruínas Romanas de Milreu.

Segundo a Direção Regional de Cultura, a Fortaleza de Sagres é o monumento da região que «superou as expectativas», tendo já ultrapassado os 300.000 visitantes (até 31 de outubro), o que não acontecia desde há 14 anos (ano 2000) e que se traduz num aumento de 12% relativamente ao período homólogo de 2014.

Alexandra Rodrigues Gonçalves, diretora regional de Cultura, disse ao Sul Informação que este aumento do número de visitantes resulta, em parte, «do bom momento que o Turismo está a viver em Portugal e no Algarve», mas também são «o resultado da maior visibilidade que tem sido dada ao património, com as atividades que temos promovido em torno dos monumentos».

«Há um turismo diferente, de pessoas que querem mais do que ficar-se pela praia e querem conhecer mais sobre o território, querem saber quais os elementos patrimoniais, quais as origens», acrescenta aquela responsável.

A estrela entre os monumentos do Algarve continua a ser a Fortaleza de Sagres, que lidera o número total de visitantes, contribuindo com 300 mil até ao fim do passado mês de Outubro. Alexandra Gonçalves salienta: «Sagres lidera, até por toda a carga simbólica e mítica, atraindo visitantes de todo o mundo».

E o acréscimo de turistas no Sacro Promontório dá-se mesmo enquanto estão a decorrer as obras do Projeto de Requalificação e Valorização do Promontório de Sagres, «o que condiciona em parte a disponibilidade de oferta cultural, de um dos monumentos mais emblemáticos da região e um ícone nacional».

No entanto, sublinha a Direção Regional, «apesar das condicionantes que tal projeto acarreta, o Promontório de Sagres continua a superar a expectativas e a maravilhar quem visita esta Finisterra algarvia».

Também o Castelo de Silves, monumento nacional sob a tutela da Câmara Municipal silvense, viu os seus números aumentarem durante o corrente ano. Na semana passada, durante uma fam trip para jornalistas e agentes de viagens promovida em conjunto pela autarquia e pela Região de Turismo do Algarve, a presidente da Câmara Rosa Palma revelou que os 205 mil visitantes registados em 2014 já foram ultrapassados em Outubro deste ano.

Para a Direção Regional de Cultura, «não nos faltam motivos para visitar o Património rico e diversificado do Algarve: Património militar, religioso ou civil; património natural/ambiental ou construído; Património material ou intangível; ligado à grande aventura dos Descobrimentos, ou ao Legado árabe, romano ou pré-histórico».

«O Algarve e o seu Património têm muito para oferecer e ainda mais se estes espaços patrimoniais se transformarem em lugares de vivências atuais, não só para quem nos visita e quer conhecer a história e cultura da região, mas também para quem vive no Algarve – as várias comunidades residentes», acrescenta.

alcalar_1Foi com esta linha orientadora que nasceu o DiVaM em 2014, um programa de Dinamização e Valorização dos Monumentos, implementado pela Direção Regional de Cultura do Algarve, com o objetivo de «aproximar as comunidades do seu património».

Este é um programa de fruição cultural, organizado por ciclos que são transversais a várias linguagens artísticas (música, artes plásticas, cinema, artes performativas, etc) e a vários públicos (escolar, sénior, famílias, etc), que pretende dar um nova vida aos Monumentos da região. São 7 ciclos temáticos em 7 monumentos algarvios.

O programa DiVaM 2015 começou no dia 21 de março (Dia Mundial da Poesia e início da Primavera), tendo superado as expectativas de público, atingindo já cerca de 4800 participantes (de março a outubro).

É que, apesar de haver mais turistas, a verdade é que mesmo os monumentos que, até agora, geravam menos visitas, sofreram aumentos significativos. E a diretora regional de Cultura não tem dúvidas em relacionar essa subida com o DiVaM, que promove um ciclo regular de atividades culturais nos monumentos.

«As pessoas podem até não ir logo aos monumentos da primeira vez que ouvem falar nas atividades, mas percebem que há uma agenda permanente de eventos a decorrer e isso acaba por atraí-las». Porque nem todos estes visitantes a mais são turistas, parte deles são residentes no Algarve que nunca tinham entrado ou há muito não visitavam os monumentos da região.

Alexandra Gonçalves faz ainda questão de salientar o papel «determinante» que tem tido, neste acréscimo, o «esforço conjunto» entre diversas entidades: a própria direção regional de Cultura com as Câmaras Municipais, a Região de Turismo e os media.

Entretanto, o programa DiVaM encontra-se ainda a decorrer e irá encerrar em meados de Dezembro, com um evento muito especial na Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe, cujos contornos serão anunciados em breve.

M-PexAinda antes desse grande final, no próximo domingo, 22 de Novembro, às 16 horas, a Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe será o palco do M-PeX “Phado”, um projeto arrojado e inovador.

Este é um espetáculo produzido pela Associação InLive – Amigos de Música, integrado no Ciclo Outros Sons – Música no DiVaM, programa de Dinamização e Valorização dos Monumentos, implementado pela Direção Regional de Cultura do Algarve.

No espetáculo, «a tradição envolve-se com a modernidade numa relação que tem tanto de promíscua como de frutífera e verdadeiramente interessante».

M-PeX é um projeto que alia a Guitarra Portuguesa à música eletrónica, e que «ousa explorar paisagens musicais nunca antes visitadas».

Trata-se de «uma experiência arrojada que estabelece um teste aos nossos sentidos, que se atreve a derrubar clichés e que prova que a música tradicional também pode ser moderna, ou vice-versa. Imagine-se o som cristalino de uma Guitarra Portuguesa. Imagine-se um laptop a debitar ritmos eletrónicos. M-PeX é isso mesmo, música eletrónica com Guitarra Portuguesa. Ou talvez seja Guitarra Portuguesa com eletrónica. De qualquer forma, o projeto cruza estilos musicais aparentemente inconciliáveis. Mas afinal parece que é possível. O resultado não é Fado, nem eletrónica, nem apenas a soma dos dois: é algo de Indefinível. M-PeX é sinónimo da reinvenção, modernização e globalização da Guitarra Portuguesa».

Além da proposta musical, haverá ainda lugar a uma degustação de licores e doces regionais.

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