Sete profissionais de saúde do Hospital de Portimão têm Tuberculose Latente

Cinco enfermeiros e dois assistentes operacionais do Hospital de Portimão estão com Tuberculose Latente (não contagiosa), depois de terem entrado […]

TuberculoseCinco enfermeiros e dois assistentes operacionais do Hospital de Portimão estão com Tuberculose Latente (não contagiosa), depois de terem entrado em contacto com um doente infetado com esta doença, em Outubro passado.

O Sindicato dos Enfermeiros fez o ponto da situação de um caso que já havia denunciado há alguns meses e acusou a administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) de não ter feito o que indicam as normas da Direção Geral de Saúde.

Os sindicalistas adiantaram, numa nota de imprensa enviada às redações, que estes sete profissionais de saúde fazem parte do grupo de 28 que esteve em contacto com um doente infetado e que já «deu conhecimento desta situação à Inspeção Geral de Actividades em Saúde, que se encontra a investigar, e à Direção Geral de Saúde».

Contactado pelo Sul Informação, o presidente do Conselho de Administração do CHA Pedro Nunes considerou que a denúncia feita pelos enfermeiros é «conversa já antiga» e que a equipa que dirige já fez o que lhe competia, ou seja, entregar o assunto ao serviço de saúde ocupacional.

«Assim que a situação foi detetada, foi colocada em sede própria. A inspeção já perguntou e o serviço disse-lhes aquilo que estava a ser feito. (…) Felizmente, não está ninguém doente», acrescentou.
Segundo o sindicato, uma pessoa que tem tuberculose latente não exibe sintomas ou sinais de doença, «contudo há risco da pessoa os desenvolver».

Bacilo de Koch_TuberculoseE é por isso que critica a demora de todo o procedimento. «Tendo o CHA tido conhecimento a 31 outubro 2014 da situação de exposição não protegida dos profissionais de Portimão, só meio ano depois concluiu a avaliação de risco», dizem, o que colocou em perigo «não só a saúde dos profissionais (que só agora iniciarão a medicação com a duração de 6 meses)», mas também arriscou «um possível contágio às suas famílias e aos doentes».

«Questionado sobre este assunto, o Secretário de Estado Leal da Costa disse em Fevereiro, na Comissão Parlamentar de Saúde que “o Hospital de Faro sabe o que tem de fazer e que nos resta esperar que faça aquilo que tem de fazer em contextos deste género [de acordo com as normas estabelecidas pela DGS]”. (…) Perante uma situação desta gravidade, o Secretário de Estado deveria ter tomado as devidas diligências para averiguar o que foi feito nesta situação e noutras semelhantes», defendem os sindicalistas.

Outra questão levantada pelo SEP foi a falta de material protetor. «A falta de profissionais de saúde e materiais (inclusive Equipamento de Protecção Individual (EPI)) nas instituições e a falta de consultas e exames periódicos bianuais de acordo com a Lei 102/2009, levam a que os acidentes profissionais e doenças de trabalho aumentem. Nem mesmo as baixas que têm existido por lesões musculo-esqueléticas levaram a que o CHA providenciasse médicos de trabalho para a quantidade de trabalhadores que detém», acusam.

Pedro Nunes, apesar de se recusar a fazer um comentário alargado à tomada de posição dos representantes dos enfermeiros, garantiu que «não faltam equipamentos de proteção no CHA».
E voltou a afirmar que está aberto a prestar quaisquer esclarecimentos que os enfermeiros necessitem, na primeira pessoa. «Quando quiserem falar de qualquer assunto, basta marcar uma reunião comigo», afirmou.

Já o sindicato defende que «os profissionais de saúde, no concreto os enfermeiros, cuidam das pessoas, mas ninguém cuida deles. «Nem o salário que auferem compensa o risco que correm, e o Ministério da Saúde teima em não corrigir esta realidade», concluem.

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