A escola que foi «um parto muito difícil» e custou 7 milhões de euros

Os alunos alinharam-se à entrada e, quando o presidente e o vice-presidente da Câmara, o presidente da Junta de Freguesia […]

Os alunos alinharam-se à entrada e, quando o presidente e o vice-presidente da Câmara, o presidente da Junta de Freguesia e o diretor-regional de Educação entraram, começaram a cantar com as suas vozes muito infantis.

Este foi, ontem, quinta-feira, o início da inauguração da Escola Básica 1,2,3 da Guia, uma obra que Desidério Silva, presidente da Câmara de Albufeira, haveria de classificar mais tarde, durante os discursos oficiais, como «um parto muito difícil».

E difícil porquê? «Esta escola na freguesia da Guia deu muito trabalho, primeiro a encontrar um terreno, depois a desbloquear o terreno junto das entidades oficiais, nomeadamente da agricultura». Mas a obra está feita e, no total, segundo revelou o autarca, custou sete milhões de euros de investimento municipal, com a comparticipação do Estado a ficar-se em apenas nos 490 mil euros.

Sete milhões de euros que permitiram a aquisição do terreno, a construção da escola, do pavilhão desportivo aberto a toda a população, dos acessos e do parque de estacionamento contíguo, que servirá ainda os restaurantes da Guia.

Mas a escola EB 1,2,3 da Guia é, provavelmente, a última de uma época. É que, admitiu Desidério Silva, se fosse hoje, com a atual contenção financeira, seria muito difícil avançar com uma obra desta envergadura.

A escola, que abriu portas em setembro passado, no início do ano letivo 2011/2012, é um investimento «que há muito a freguesia da Guia merecia e precisava», já que evitará que os estudantes tenham que deslocar-se para a Escola D. Martim Fernandes, em Albufeira, ou para Algoz, freguesia vizinha do concelho de Silves.

A abertura da EB 1,2,3 da Guia permite receber mais 210 alunos (115 do 1º ciclo e 85 do 2º). Aliás, com a criação de mais cinco turmas do 1º ciclo do ensino básico, o município de Albufeira passou a ser um dos poucos a nível nacional onde a totalidade dos alunos frequenta o regime normal de aulas das 9h00 às 15h00, acabando-se assim com as aulas por turnos no 1º ciclo.

Esta nova escola inclui, ainda, quatro turmas do 2º ciclo e prevê-se um aumento do número de salas para o próximo ano letivo, com a extensão do ensino ao 3º ciclo. Na totalidade, o equipamento permitirá acolher perto de 450 alunos.

Aurélio do Nascimento, diretor do Agrupamento Albufeira Poente, na qual a nova EB 1,2,3 da Guia se integra, frisou que esta escola é «aquela que oferece, no concelho de Albufeira, as melhores condições de educação e conforto».

Curiosamente, salientou, o Agrupamento de que é diretor inclui a mais moderna escola do concelho, mas também a mais antiga, a EB 2,3 D. Martim Fernandes, que em agosto próximo há de completar 41 anos de vida.

Por seu lado, José Carlos Rolo, vice-presidente da Câmara e responsável pelo pelouro da Educação e ele próprio antigo professor e diretor escolar, salientou que, nos 10 anos que ele e Desidério Silva levam no executivo autárquico de Albufeira (e que se completam este domingo, dia 8 de janeiro), «construímos cinco escolas novas, dois pavilhões desportivos, ampliámos e remodelámos 15 escolas, nas quais construímos mais 27 salas do 1º ciclo e 17 de jardim de infância, colocámos 134 quadros interativos em todas as salas do 1º ciclo e jardim de infância, instalámos 276 computadores nessas salas e criámos 14 bibliotecas escolares».

Contas feitas, em dez anos a Câmara de Albufeira investiu 16 milhões de euros na Educação.

No entanto, e contrariando a ideia feita de que todas as obras custam mais que o previsto, «a Escola do 1º Ciclo de Paderne e esta ficaram aquém do preço contratado», sublinhou José Carlos Rolo.

«Esta vai ficar em menos 50 mil euros do que o que foi contratado», ou seja, «não houve derrapagem nem dos custos, nem do prazo de construção».

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