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Chuva alivia restrições à água, Odeleite pode precisar de descarga

O Algarve «deu uma lição ao país», as chuvas ajudaram e o Governo decidiu aliviar as restrições ao consumo de água que passarão a ser de 5% em todos os setores (turismo, agricultura e doméstico). A situação hídrica do Algarve «é muito melhor» e há mesmo a hipótese de, na próxima semana, a barragem de Odeleite (Castro Marim) ter de fazer descargas… por ter atingido a cota máxima. Ainda assim, os aquíferos continuam a preocupar.

A conclusão que saiu da reunião da Subcomissão Regional da Zona Sul da Comissão de Gestão de Albufeiras, que aconteceu esta sexta-feira, 14 de Março, em Faro, já era expectável.

O muito que choveu no Algarve, essencialmente desde Janeiro, permite reduzir o nível de restrições. Assim, dos 13% de cortes no turismo e agricultura e 10% no consumo doméstico, o Algarve passará a ter apenas uma restrição de 5% transversal a todos os setores.

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«Nos últimos meses, tem chovido bastante. Portanto, temos disponibilidade. Fomos compensados pelo esforço e temos um aumento como não tínhamos há muito tempo. Atualmente, o Algarve tem 293 hectómetros cúbicos de água armazenados», enquadrou Maria da Graça Carvalho, ministra do Ambiente e Energia.

A governante, que deu uma conferência de imprensa após a reunião, na sede da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, lembrou como, há cerca de um ano, o Governo tinha decidido aligeirar um pouco as medidas, sabendo que corria «um risco».

Mas a verdade é que houve um «grande empenho de todos os setores, mais uns do que outros», tendo o Algarve dado «uma lição ao país de como toda uma sociedade poupou água, durante meses em que receberam um número grande de visitantes».

Este novo aligeirar das medidas acontece numa altura em que, no Sotavento, a barragem de Odeleite, a segunda maior da região, está com 92% da sua capacidade e a de Beliche está a mais de 80%.

No Barlavento, onde há três semanas as albufeiras continuavam a não mostrar uma recuperação consistente, apesar da muita chuva que caiu no Algarve e Baixo Alentejo em Janeiro e Fevereiro, a situação alterou-se nas duas últimas semanas, com a barragem de Odelouca, a maior da região, a ultrapassar os 50% da sua capacidade total e a barragem da Bravura a sair “do vermelho” onde se mantinha há anos e a atingir perto de 40%.

A situação a Sotavento é de tal forma favorável que Pimenta Machado, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), não excluiu um cenário que, há meses, pareceria impensável.

«Pode haver a possibilidade de haver uma descarga preventiva na barragem de Odeleite. As previsões dizem-nos que vai entrar uma frente do Atlântico, pelo Barlavento, e que vai trazer mais água», disse.

É que, essencialmente a depressão “Jana”, trouxe, nos últimos dias, «muita água para Sul». «Nos últimos 15 dias, choveu, no Algarve, 1,5 vezes acima da média e, no Alentejo, duas vezes acima da média», segundo Pimenta Machado.

Ainda assim, há um ponto a ter em conta: a precipitação ainda não permitiu recuperar os níveis das águas subterrâneas.

«É um processo mais lento e temos essa preocupação sobre as reservas de água nos aquíferos em particular no Algarve», disse o presidente da APA. Esta situação leva, de resto, a que continue a ser proibido abrir novos furos.

Pimenta Machado aproveitou também para deixar uma mensagem de que, apesar da boa situação, urge continuar a poupar.

«Estamos muito melhores. Em Janeiro do ano passado, estávamos na pior situação de sempre. Temos mais água, mas é nestes anos que temos de preparar aqueles em que não chove», realçou.

Na conferência de imprensa de hoje, Maria da Graça Carvalho também falou das várias obras em curso para melhorar a eficiência hídrica no Algarve – como a dessalinizadora e a tomada de água no Pomarão -, bem como no programa “Água que Une”, recentemente apresentado no Governo e que foi feito com base no caso do Algarve.

O plano prevê, para o Algarve, estudos de viabilidade para a construção de duas novas barragens, no Algarve, nas ribeiras da Foupana e do Alportel, a modernização do Aproveitamento Hidroagrícola do Alvor e a interligação Alqueva-Mira.

A reunião de hoje serviu ainda para a assinatura e um memorando de entendimento, até 2037, para a conservação do lince-ibérico, em Portugal e Espanha, entre o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e a Águas do Algarve.

A ministra também anunciou que serão comprados, para o Algarve, 30 novos autocarros elétricos, com fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) geridos pelo Fundo Ambiental, para concelhos como Albufeira, Faro, Castro Marim, Lagos e Monchique.

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