O Quarto #101 do Hotel Faro, na capital algarvia, é bem mais do que um simples quarto de hotel. É também um local para concertos, onde, além dos músicos, só cabem 20 espetadores…e um copo de vinho.
O Projeto Quarto #101, que é absolutamente inovador em Portugal, continua este sábado, dia 27, às 18h00, com um concerto acústico do grupo algarvio OrBlua. Dos vinte espetadores, metade são convidados pela organização e os restantes 10 lugares serão atribuídos às primeiras pessoas que, hoje, passarem pela receção do Hotel Faro e manifestarem a sua intenção de assistir ao concerto.
Segundo revelou André Oliveira, diretor de Marketing e Vendas da unidade hoteleira situada na Baixa farense, frente à doca, «iremos também fazer um passatempo no Facebook, para sortear um dos bilhetes, no qual as pessoas terão de postar uma frase que inclua o Quarto 101, música e o nome da banda. Será escolhida a frase mais criativa».
Mas como é que começou este projeto Quarto #101? «Tudo começou com uma parceria que fizemos com a Associação ArQuente e com o Gil Silva, seu dirigente, para patrocinar e dinamizar concertos ao final da tarde no centro de Faro. A contrapartida era fazer um concerto também no Hotel Faro». Mas em vez de os fazer no átrio, ou noutro espaço mais público, esses concertos tiveram lugar nesse quarto.
O projeto Quarto #101 já começou em novembro do ano passado, com um concerto da banda «Mudo as Maria», seguiu-se depois, já em março de 2013, outro com os «Bad Luck & Trouble». Segue-se, amanhã, sábado, «OrBlua». As três bandas têm em comum o facto de serem locais, de Faro, e de estarem em ascensão no mundo da música.
André Oliveira, em declarações ao Sul Informação, explica que «este conceito pretende dar a conhecer projetos musicais, nacionais e internacionais, num primeiro momento destinados a um público restrito que irá privar com os músicos num espaço exíguo e que posteriormente será alargado, pois todos os concertos serão filmados, editados e publicados na web. Pretende-se, assim, desafiar as próprias bandas para o conceito inovador e para a visibilidade que este conceito lhes trará».
Os parceiros do projeto Quarto #101 são atualmente o próprio Hotel Faro, a Associação Ar Quente, através de Gil Silva, que também é produtor musical do Teatro Municipal de Faro, a Produtora Blind Note, de Pedro Bartilotti, que é responsável, por exemplo, pelo espaço d’Os Artistas, e ainda a empresa Design Thinking, que concebeu a título gracioso a imagem do projeto. Também a Carmim, dos vinhos de Reguengos de Monsaraz, se juntou ao projeto, oferecendo os vinhos que o público irá degustar. «De copo de vinho na mão, sentados no sofá ou no chão, o que se pretende é um concerto acústico descontraído», garante André Oliveira.
A escolha das bandas, até agora todas farenses, é garantida por Gil Silva e Pedro Bartilotti. «São eles que têm tido a tarefa de convencer as bandas a participarem». É que o projeto Quarto #101 prevê que todos os envolvidos trabalhem pro bono, ou seja, de graça. «Para já temos tido sempre bandas de Faro, mas quando ganharmos mais alguma massa crítica, a médio ou longo prazo, esperamos alargar o projeto a bandas nacionais e mesmo internacionais», acrescenta André Oliveira, que regista com agrado que o projeto tem sido «muito acarinhado pela Câmara de Faro, pela Entidade Regional de Turismo, pela Associação Turismo do Algarve e pela RUA FM».
Por meio desta iniciativa, pretende-se facultar a todos os interessados uma nova abordagem no panorama musical farense e algarvio, numa ação inovadora em conjunto com a Associação Ar Quente e a Produtora Blind Note, que pretende abrir os horizontes para mais bandas que queiram juntar-se ao conceito do Quarto #101», acrescenta aquele responsável.
E o que ganha o Hotel Faro com tudo isto? «Nós queremos continuar o nosso apoio à artes, abrir portas a conceitos inovadores. Tudo isto é feito pro bono: nós não cobramos bilhetes, as bandas não ganham cachê, a empresa de comunicação não cobra pelos seus serviços. O que ganhamos com isto? Notoriedade!».
Como no Verão um concerto num quarto de hotel com vinte pessoas mais os músicos se torna muito quente, a intenção é promover estas apresentações apenas entre setembro e maio. «A nossa intenção é, em 2014, quando arrancarmos com mais uma temporada do projeto Quarto #101, termos já uma agenda feita, com a banda prevista e o dia do concerto marcado. Queremos criar um verdadeiro cartaz cultural», conclui André Oliveira.
Já sabe: se quer ser um dos privilegiados espetadores a assistir a este concerto intimista no Quarto 101 do Hotel Faro, hoje só tem que ser uma das primeiras pessoas a dirigir-se à receção e dizer que está interessado. Se não conseguir desta vez, para o ano há mais.
A banda que se segue
OrBlua é um projeto criado em 2011 com músicos provenientes de diferentes universos musicais, para um único propósito – criar uma sonoridade que represente o património nos mais diversos
sentidos e orientações.
Uma sonoridade que cheira a Algarve, a mar, a serra, a Mediterrâneo, a Europa, a mundo. Uma sonoridade que recolhe cheiros, cores, histórias, memórias, paisagens e sonhos.
OrBlua é uma banda de originais, que utiliza o carácter multi-instrumentista dos músicos para uma sonoridade diversificada e completa, onde as abordagens à estética musical conseguem efeitos tanto complexos como minimalistas.
Em palco, três músicos utilizam uma panóplia de instrumentos, acústicos, tradicionais, étnicos, para recuar no passado, viver o presente e imaginar o futuro. Um espaço onde se cruza o tradicional, o contemporâneo e o experimentalismo.
Formados em junho de 2011, gravaram em agosto desse ano o tema “Azul” que integrou a edição algarvia Sul Azul. Em 2012 editaram o EP Trihologia Noctiluca, com lançamento oficial a 14 de dezembro e com concerto de apresentação no salão nobre d’Os Artistas em Faro. Agora é tempo para dar a conhecer OrBlua ao resto do mundo…
EP Trihologia Noctiluca disponível para download gratuito em www.orblua.bandcamp.com
Formação da banda:
Pedro Leote Mendes – técnico de som
Inês Graça – voz, bouzouki, guitarra, baixo, concertina, cana rachada
Nuno Murta – cabaça de água, glockenspiel, darbouka, percussões variadas
Carlos Norton – voz, gaita de foles, gralha, banjo, harpa, bodhrán, piano, melódica, concertina, duduk, sanfona
