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Há 38 geossítios do Algarve listados no Inventário Nacional de Património Geológico 

38 geosssítios no Algarve listados no novo Inventário Nacional de Património Geológico, lançado pela Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM) e pelo Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG).

Os cerca de 400 geossítios listados em todo o país – como formas de relevo, fósseis e rochas – estão em acesso livre no GeoPortal do LNEG e permitem compreender a evolução do nosso território, além de contribuírem para as políticas de ordenamento e de conservação da natureza.

A lista agrega os inventários feitos nas últimas décadas pelas duas entidades promotoras e outros parceiros.

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“Isto é importante, entre outras razões, para projetos que implicam estudos de impacte ambiental que avaliam potenciais danos no património existente, o que sucede no caso da biodiversidade, mas tende a ser desprezado no património geológico”, adianta o professor Paulo Pereira, do Departamento de Ciências da Terra da ECUM.

Aliás, “esta não é apenas uma lista, a intenção é ajudar a se criarem medidas de conservação, de proteção contra a erosão ou degradação por atividades humanas e de promoção para uso turístico, científico e educativo”, continua o investigador, que coordena o GeoPortal com José Brilha (ECUM), Susana Machado e João Matos (ambos do LNEG).

Os geossítios estão organizados no portal em 26 categorias, segundo a metodologia preconizada pela Associação Europeia para a Conservação do Património Geológico e pela União Internacional das Ciências Geológicas.

Aí surgem, por exemplo, o vale glaciário do rio Homem (Gerês), o granito da praia de Lavadores (Gaia), o inselberg de Monsanto (Idanha-a-Nova), o Pico de Ana Ferreira (Porto Santo), o Algar do Carvão (ilha Terceira) ou a discordância Carbono-Triássico da Ponta do Telheiro (Algarve), que mescla formações geológicas separadas por 120 milhões de anos.

Nesse inventário nacional pode pesquisar-se por nome, categoria, região (mapa interativo) e ter dados individuais como georreferenciação, acesso, descrição, regime de propriedade, vulnerabilidade e bibliografia.

O inventário atual vai continuar a ser atualizado mediante os locais propostos por peritos do LNEG, de universidades, de municípios, de geoparques, de empresas de geologia e dos próprios cidadãos, entre outros, através do email [email protected] .

Referência mundial na geoconservação

O primeiro inventário do país foi o portal Geossítios, pelo LNEG, mas não abrangia os arquipélagos dos Açores e da Madeira e dependia da submissão de propostas de geossítios.

Entre 2007 e 2011, a ECUM coordenou o projeto “Identificação, caracterização e conservação do património geológico: uma estratégia de geoconservação para Portugal”, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

Esse trabalho envolveu 70 cientistas de várias instituições e permitiu identificar 325 locais com geodiversidade de relevância científica nacional e internacional.

Os inventários do LNEG e da Universidade do Minho focavam territórios e metodologias distintos, o que gerava confusão para quem geria o território.

Além disso, era preciso implementar uma estratégia com vista à conservação efetiva dos geossítios, daí ter-se avançado para a unificação das duas plataformas, resume Paulo Pereira, que é também investigador do Instituto de Ciências da Terra.

A Escola de Ciências da Universidade do Minho é uma referência mundial na área emergente da geoconservação, pela relevância da sua investigação, pela coordenação de projetos associativos e editoriais internacionais e pelo pioneirismo no ensino pós-graduado nesta temática.

Tem membros na direção científica de geoparques nacionais, como Macedo de Cavaleiros, Arouca, Oeste e o aspirante de Viana do Castelo.

José Brilha esteve também ligado à criação do Dia Internacional da Geodiversidade, aprovado pela UNESCO em 2022.

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