Bacalhau (mesmo) azul, mas também “ao caril”, e cavala para vários palatos: em escabeche, com jindungo ou misturada com frutas tropicais. Se lhe juntarmos torta de laranja em frasco, D. Rodrigo de conserva, papos de anjo e sericaia em calda, temos o “cardápio” do momento final do projeto Gastromar, que teve lugar na terça-feira, dia 28, na Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve (EHTA), em Faro.
Este projeto, que contou com a parceria da Conserveira do Sul e do GreenCoLab, colocou alunos da EHTA a trabalhar em equipa no desenvolvimento de produtos gastronómicos inovadores, com foco na criação de conservas criativas e diferenciadoras, ainda inexistentes no mercado, que valorizassem os recursos endógenos do Algarve.
Ao todo, os alunos dos cursos de Gestão e Produção de Cozinha e Gestão e Produção de Pastelaria apresentaram nove propostas, cinco de pratos salgados, à base de peixe, e quatro sobremesas, inspiradas na doçaria tradicional.
Na terça-feira, um júri de especialistas e um painel de consumidores de várias idades assistiram à apresentação dos nove produtos e degustaram-nos, com o objetivo de os avaliar.
«Trata-se de trazer a prática para dentro da escola, mas para ter resultados reais. Os alunos já têm muitas aulas práticas, mas nada como trazer as empresas para dentro da escola, com os seus produtos e e as suas ideias, para que os alunos possam inovar e, com o seu olhar mais fresco e jovem, possam apresentar soluções para transformar produtos já existentes», explicou ao Sul Informação Paula Vicente, diretora da EHTA.
«Essa ligação com o mercado e com as empresas é muito importante para nós, porque de outra forma nada disto faz sentido. Se estamos aqui a formar jovens para integrar o mercado de trabalho, não faria sentido nenhum eles ficarem só dentro da escola em salas de aula normais a aprender apenas aquilo que nós temos para lhes dar. Isso só não chega. Lá fora terão desafios de grande dimensão e têm de estar à altura do que aí vem. Se levarem daqui estas ferramentas, eles podem ser elementos que fazem a diferença, nas empresas para onde irão», acredita a mesma responsável.

Neste caso, os alunos foram desafiados a fazer muito mais do que criar um novo produto.
«Foi toda a cadeia de valor do produto, desde a conceção e a produção, passando pelo seu posicionamento no mercado, marketing, design, rotulagem… eles fizeram tudo do início ao fim, só falta mesmo pôr nas prateleiras e vender», conclui Paula Vicente.
E até é possível que, um dia, encontremos uma destas conservas criadas no âmbito do Gastromar numa prateleira de uma loja.
«A expetativa será sempre essa: tudo o que nós pudermos adaptar, a nível industrial, seria uma mais valia, até porque vimos aqui hoje propostas muito interessantes, muito inovadoras. Acho que esse é o grande desafio: conseguir torná-los realidade do ponto de vista da produção numa escala industrial, que é sempre o nosso pensamento», revelou Sara Costa, da Conserveira do Sul.
«Na altura em que estávamos a falar com os alunos, usou-se a expressão “se a Conserveira do Sul quiser”. Claramente, nós queremos, não sei é se podemos (risos)», acrescentou.
É que, passar do “laboratório” da EHTA para uma fábrica e para a produção para venda ao público obriga a ponderar um conjunto muito alargados de fatores, desde logo a viabilidade, mas também a presença, por exemplo, de alergénios.
Ainda assim, Sara Costa não duvida que houve algumas «propostas já muito robustas», que, «se for possível produzir à escala industrial, não será necessário mudar grande coisa».
Para o futuro, a representante da Conserveira do Sul abre a porta a novas colaborações e projetos conjuntos com a EHTA.



Cavala Tropical

Cavala Tropical

Bacalhau Azul

Bacalhau Gama

Raiz

Raiz – Cavala agridoce e picante

Cavala Escabechada

Aurora Cítrica

Papos Melosos

Stuga

Puro Algarev – D. Rodrigo

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