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Aleixo faz balanço de 12 anos com destaque para investimentos na ação social, cultura e ambiente

Corria o ano de 2013 quando Vitor Aleixo assumiu a presidência da Câmara de Loulé, com o lema “Comigo, ninguém ficará para trás”. Passaram-se 12 anos e o autarca está prestes a deixar o cargo. Esta quinta-feira, 29 de Maio, Dia do Município, Aleixo sentiu que era «o momento indicado para prestar contas», fazendo um balanço dos dossiês onde considera que houve mais «inovação e resposta às necessidades das pessoas», destacando-se a área da ação social, cultura e ambiente.

O edil começou por recordar que, em 2013, «o país vivia a ressaca da crise do setor imobiliário que rapidamente se alargou a toda a economia», bem como as dificuldades que daí surgiram.

Mas, «graças a uma saída rápida dessa crise em que havíamos mergulhado e, claro, ao bom desempenho da gestão autárquica das finanças municipais, que até hoje se mantêm em bom estado, para descanso de todos nós», a situação foi ultrapassada.

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«Loulé goza da reputação de um concelho rico que tudo tem e para onde muitos gostariam de ir viver», mas Vitor Aleixo salienta que, nestes últimos 12 anos, muito fez para desconstruir essa imagem e chamar a atenção para existência de «uma outra Loulé».

«Loulé seria, de facto, essa terra ainda melhor para viver se não ostentasse indicadores sociais que nos deviam inquietar a todos e que mostram que os resultados de uma prosperidade económica renovada, ao longo de 10 anos, não foram suficientes para travar as desigualdades», sublinhou.

«Loulé é, na realidade, uma terra de acentuados contrastes sociais e que explicam a razão de ser das políticas de integração e coesão social neste concelho, que são as mais robustas que podemos encontrar em toda a região algarvia», disse, perante uma plateia cheia que assistia às comemorações do Dia do Município.

O autarca deu, como exemplos, a criação, em 2014, do Regulamento Municipal Loulé Solidário, com várias medidas para o apoio às despesas de caráter permanente, e a criação, em 2020, do regulamento de apoio ao arrendamento habitacional, que ajudou, até à data, 345 famílias.

Desde 2019, foi ainda possível realojar 56 famílias vítimas de ação de despejo, número esse que «não pára de crescer», alertou.

Na atualidade, o Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo de Loulé acompanha, no concelho, 165 pessoas sem teto, sendo que 96 delas apresentam comportamentos aditivos e patologia mental.

Este quadro levou a que, de 2013 até agora, haja mais 35 pessoas a trabalhar no departamento de ação social da Câmara.

«Na autarquia de Loulé, sempre se entendeu que as políticas sociais têm de funcionar, porque a ausência de solidariedade abre portas ao desespero e ao rancor que hoje, como sabemos, são terreno fértil onde cresce a extrema direita e populismo», disse, apelando a que, no futuro, se invista ainda mais.

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Comemorações do Dia do Município de Loulé. Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

Outro dos dossiês destacado foi o da cultura, tanto quanto à criação de novos bens, como na requalificação dos já existentes.

A reabilitação do Edifício da Música Nova, onde se instalou o conservatório de música Francisco Rosado e voltou a casa a banda Filarmónicas Artista de Minerva; os Banhos Islâmicos e a sua classificação como monumento nacional; «a vida intensa» do Cineteatro Louletano, com o apoio à criação de referência nacional, que trouxe a Loulé «uma programação de excelência»; a requalificação da Igreja Matriz; a instituição de prémios nacionais na literatura e na arquitetura ou a inclusão, no inventário do Património Cultural, da festa religiosa da Mãe Soberana, são alguns dos exemplos deixados pelo autarca.

«Loulé, neste capítulo, deve-nos mesmo orgulhar a todos pelo trabalho riquíssimo que foi feito de uma forma acelerada – e acreditem que a cultura é a ferramenta mais acessível a todos, para que sejamos uma sociedade melhor, com pessoas mais bondosas», frisou Vitor Aleixo.

Com estes progressos, o autarca disse que a cultura passou a ter um apoio semelhante ao dado ao desporto em mandatos anteriores e que «hoje, Loulé é uma referência nacional» nestas duas áreas.

Quanto à habitação, Vitor Aleixo não nega que este é «um problema maior» ao qual a autarquia não tem sido capaz de dar resposta «mais rapidamente, como seria desejado».

Ainda assim, o presidente destaca que, em Loulé, foi aprovada a primeira Estratégia de Habitação Local do Algarve e que este é o concelho com mais valor contratualizado no âmbito do PRR para construir casas, cerca de 30 milhões e 400 mil euros.

«Foi assim que, de 2015 até hoje, conseguimos realojar 56 agregados familiares e, este Verão, iremos já atribuir 117 fogos, cujo concurso decorre neste momento, e abrimos outro concurso para atribuir 36 fogos, que estão também praticamente concluídos», disse.

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Foto: arquivo

Para a possibilidade de mais oportunidades de construção, poderá ainda contribuir o novo Plano Diretor Municipal (PDM), que está na «fase final» de revisão e que deverá ser entregue à CCDR Algarve «dentro de dias».

Próximo do fim dos três mandatos municipais possíveis, o autarca destacou também as obras, «de porte e valor elevados», que ficam e que «contribuíram para embelezar» o concelho: Escola D. Dinis, Passeio das Dunas, Avenidas Papa Francisco e do Atlântico, todas em Quarteira, a Avenida Mário Soares, em Loulé, o Pavilhão 25 de Abril, em Almancil, a reabilitação do Palácio Gama Lobo, os Banhos Islâmicos e o Centro de Saúde Universitário de Loulé, a inaugurar este sábado, 31 de Maio.

Na educação, quando Vitor Aleixo assumiu a presidência do Município de Loulé, «o que estava em cima da mesa era o encerramento de escolas, porque estávamos num período em que a população escolar estava a diminuir».

12 anos depois, o paradigma mudou por completo e não há escolas suficientes.

De 2014 para 2019, o concelho de Loulé passou a ter mais 1282 alunos e, por isso, de 2015 até agora, foram reabertas em Loulé as Escolas de Clareanes, Alfarrobeira, Poço Novo, Fonte Santa, Escanchinas e ampliadas as escolas Anibal Cavaco Silva, em Boliqueime, a Escola de Salir e D. Dinis, em Quarteira.

Neste período, nasceram também as novas escolas Nº2 Hortas de Santo António, em Loulé, e a JI do Forte Novo, em Quarteira.

Neste momento, está também em fase final de ampliação a Escola Engenheiro Duarte Pacheco e a ser construída a primeira creche de iniciativa pública, em Quarteira, para 120 crianças.

«Nós temos um saldo populacional positivo, porque ele cresce à custa das populações imigrantes e, por isso, nós só podemos ser bem sucedidos no futuro se tivermos a capacidade de acolher estas pessoas e oferecer-lhes condições dignas, assim como aos nossos naturais», frisou, destacando que, na Carta Educativa, está bem definido o que tem de ser feito nos próximos 10 anos.

«É um investimento de cerca de 140 milhões de euros para construir quatro novos Jardins de Infância, para 700 crianças, quatro novas escolas básicas e duas secundárias e a ampliação da Escola Cabanita», disse.

Sul Informação

Em Loulé, nasceu também, com Vitor Aleixo, uma «cidadela de segurança e Proteção Civil» com a instalação, no concelho, da Proteção Civil regional, do INEM, e, em breve, do futuro quartel da GNR.

Outro dos grandes focos dos três mandatos, ontem realçado, foi o da ação climática e ambiente. O edil orgulha-se de ter sido em Loulé criado o primeiro Plano de Ação Climática Municipal do país.

«Um plano que já nos deu políticas muito ativas na questão da gestão da água, da descarbonização da base económica, no dossiê da energia e na classificação de áreas ambientais de biodiversidade», acrescentou, apesar da polémica recente quanto às obras na Foz do Almargem.

Para o futuro, o edil acredita que Loulé terá de diversificar a sua base económica e que esta não pode passar só pelo turismo.

Foi neste parâmetro que Vitor Aleixo destacou os vários investimentos feitos com o Algarve Biomedical Center e com a Universidade do Algarve, na área da saúde, que deram origem ao «ecossistema de inovação e investigação científica na área das biociências», ao novo Centro de Saúde e ao edifício que vai acolher a futura máquina PET (Tomografia por Emissão de Positrões), que permitirá fazer diagnósticos a doentes com cancro, o equipamento de ressonância magnética e o futuro Centro de Procriação Medicamente Assistida.

«Não fizemos tudo, muita coisa fica por fazer, mas eu, publicamente, desejo que quem vier a seguir consiga fazer muito melhor. Mais importante que qualquer executivo ou força partidária, são as pessoas e o interesse comum para o qual todos devemos trabalhar», rematou.

Fotos: Mariana Carriço | Sul Informação

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