O consumo de água de superfície no Algarve diminuiu em 2,8 hectómetros cúbicos (hm3) entre o final de Maio e o final de Agosto deste ano, em relação ao mesmo período de 2023, revelam os dados do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos relativos ao volume de água armazenada nas seis principais barragens da região.
Esta redução é ainda mais significativa se se fizer as contas apenas ao consumo da água armazenada nas três barragens que fazem parte do sistema multimunicipal de abastecimento de água, geridas pela empresa Águas do Algarve. No mesmo período de um e outro ano, houve uma diminuição do consumo, de 2023 para 2024, de 4,1 hectómetros cúbicos, nas barragens de Odelouca, Odeleite e Beliche.
Fazendo a comparação com o Verão de 2022, a diferença é ainda maior, no que toca às seis grandes barragens do Algarve: uma diminuição do consumo em 8 hm3 (7 hm3, olhando apenas para Odelouca, Odeleite e Beliche).
As outras três albufeiras algarvias – Arade, Funcho e Bravura – são usadas essencialmente para rega.
Apesar de, no que toca à agricultura, o setor que mais consome no Algarve (o setor urbano consome cerca de 80 hm3 por ano), a água existente nos aquíferos ser outra importante origem -, embora não haja monitorização suficiente para perceber os consumos reais da água retirada do subsolo através de furos -, os números vão ao encontro do recente anúncio da ministra do Ambiente, que revelou que houve redução dos consumos nos diferentes setores, ainda que a diferentes ritmos, com a agricultura e o turismo a destacar-se pela positiva e os municípios a ficar aquém dos objetivos de poupança que estavam estipulados.
No final da reunião da Sub-Comissão Regional da Zona Sul, da Comissão de Gestão de Albufeiras, que se realizou no dia 20 de Setembro, em Faro, o balanço que foi feito dava conta que o setor da agricultura, obrigado a uma poupança de 13%, conseguiu poupar 35%, e o turismo 14%, também acima dos 13% impostos.
Mas, da parte dos municípios (consumo doméstico), a poupança não foi além dos 9,6% quando a imposição era de 10%. O setor do golfe, por sua vez, poupou 22%.
Segundo dados apresentados em Março por António Eusébio, presidente das Águas do Algarve, o consumo médio anual de água de superfície, no Algarve, ascende a 111 hm3 – 70 para abastecimento público, 25 para a agricultura, 4 de caudal ecológico e 12 na evapotranspiração.