PSD/Lagoa acusa Câmara de «incompetência» devido à obra parada do silo auto de Ferragudo

Presidente da Câmara anunciou que vai ser lançado novo concurso para a continuação da obra

Obra do silo auto de Ferragudo parada

A paragem das obras do silo auto de Ferragudo desde Junho de 2022 é «mais um símbolo da inoperância e incompetência do executivo [municipal] liderado pela maioria socialista» acusou o PSD/Lagoa, após uma visita ao local.

Os social-democratas lagoenses, após uma visita dedicada à questão do estacionamento, recordaram, em nota de imprensa, que as obras do Silo Auto de Ferragudo foram «iniciadas em Setembro de 2021 em plena campanha eleitoral autárquica», mas acabaram por parar em Junho do ano seguinte.

Criticando a «gritante falta de projetos realistas para resolver o problema efetivo do estacionamento na Vila de Ferragudo», por parte da Câmara Municipal de Lagoa, o PSD acrescentou que a situação foi «agravada com o total fiasco em que se transformou a construção do Silo Auto de Ferragudo para resolver o problema de estacionamento na Vila».

Trata-se, acusaram, de uma «obra mal planeada e projetada que resultou na sua suspensão passados 10 meses e posterior denúncia do contrato de construção», fazendo com que, «neste momento, a obra continue parada sem previsão de concretização e já com aproximadamente meio milhão de euros gastos».

O «único resultado», acrescentaram os social-democratas, é «a ausência de soluções para o estacionamento em Ferragudo» e a «não menos grave abertura de cratera na paisagem urbana da vila».

O Sul Informação contactou com Luís Encarnação, presidente da Câmara Municipal de Lagoa, para saber qual a razão para a paragem da obra, que se mantém há mais de ano e meio.

O autarca socialista disse que, «durante a obra, surgiram locas, um género de algares ou cavernas subterrâneas, que não estavam previstas, nem eram conhecidas pelo autor do projeto», o arquiteto Luís Veríssimo, ex presidente da Junta de Freguesia de Ferragudo, figura conhecida do PS lagoense.

Isso obrigou a parar a obra e a «refazer o projeto, o que daria lugar a trabalhos a mais, a menos e complementares», sendo, portanto, necessário negociar com o empreiteiro que tinha iniciado a intervenção.

«Infelizmente, não foi possível chegar a acordo com o empreiteiro, após muitos meses de negociações», pelo que, «de comum acordo», foi rescindido esse contrato.

Luís Encarnação acrescentou que é agora preciso «lançar um novo procedimento», o que só é possível depois da aprovação da «revisão orçamental» que teve lugar no passado dia 21 de Março. O objetivo da Câmara de Lagoa é avançar com novo concurso público «ainda este ano».

O auto silo vai situar-se junto à ACD Ferragudo e ao Centro de Saúde, não se desenvolvendo em altura, mas aproveitando o declive da encosta. Será um edifício com três pisos, escalonados pela encosta, que previa inicialmente 200 lugares de estacionamento, cobertos e descobertos, e ainda espaço para os táxis e para o terminal de autocarros.

Luís Encarnação, nas suas declarações ao Sul Informação, admitiu que, com as alterações que foi preciso fazer ao projeto, «a obra ficou mais cara», «à volta de mais 40% do valor inicial».

Mas ficou também, na sua opinião, «mais eficiente», uma vez que as alterações permitiram «aumentar o número de lugares de estacionamento».

Uma coisa é certa: ainda não será este Verão, nem provavelmente no de 2025, que Ferragudo terá um silo para estacionamento, que permita retirar os automóveis e até parte do trânsito da sempre congestionada zona ribeirinha da vila.

Adiado continua também o ambicioso projeto para a reformulação dessa zona de Ferragudo, apresentado em Fevereiro de 2018 pelo então presidente da Câmara de Lagoa Francisco Martins ao Sul Informação.

Avaliando o projeto de requalificação do espaço público de Ferragudo «entre 7 e 8 milhões de euros», o objetivo seria criar a grande sala de entrada de Ferragudo, totalmente voltada para quem anda a pé, e tornar o atual canal num espelho de água permanente, em cujas margens verdejantes se possa estar.

Há seis anos, o então autarca socialista estimava que esse projeto seria «construído, por fases, ao longo dos próximos três anos». Só que a Câmara de Lagoa ainda não conseguiu financiamento para essa grande intervenção.

O projeto, garantiu o atual edil Luís Encarnação, nas suas declarações ao nosso jornal, «continua vivinho da silva»… mas depende da construção do silo auto.

«É um projeto que só pode avançar quando houver alternativa ao trânsito e ao estacionamento» na baixa de Ferragudo, o que só acontecerá quando a nova infraestrutura estiver pronta e a funcionar.

De qualquer modo, Luís Encarnação salienta que a intervenção profunda na zona do Largo Rainha D. Leonor, muralha, regato e rua de entrada, terá de ser feita «por fases, por causa do montante do investimento» e também devido aos transtornos que as obras vão causar.

A visita da Comissão Política do PSD lagoense a Ferragudo integra-se na sua iniciativa «Sentir Lagoa». Antes, os social-democratas já tinham visitado a praia da Angrinha e os apoios de pesca degradados que aí existem, bem como a baixa da vila.

Desta vez, a comitiva social-democrata foi constituída por Mário Vieira, presidente da Concelhia e vereador da Câmara Municipal, bem como por Luís Tito, vice-presidente da Concelhia, Joaquim Cabrita, deputado municipal, e ainda por Cesário Belém e Nuno Baselli, respetivamente secretário e vogal da Concelhia.

 

 

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