Câmara de Lagoa revoluciona Baixa de Ferragudo

Criar a grande sala de entrada de Ferragudo, totalmente voltada para quem anda a pé, e tornar o atual canal […]

Criar a grande sala de entrada de Ferragudo, totalmente voltada para quem anda a pé, e tornar o atual canal num espelho de água permanente, em cujas margens verdejantes se possa estar. Estes são, em linhas gerais, os grandes objetivos do projeto de requalificação do espaço público de Ferragudo, promovido pela Câmara Municipal de Lagoa.

Como esta intervenção vai retirar todo o trânsito e estacionamento dessa área da baixa da vila, junto ao Largo Rainha D. Leonor e à muralha, bem como ao longo da rua de entrada, que passará a ter sentido único, outro projeto, diferente mas complementar, será a construção de um silo de estacionamento.

Mas vamos por partes: Francisco Martins, presidente da Câmara de Lagoa, explicou ao Sul Informação, de viva voz, quais os aspetos principais da intervenção no espaço público de Ferragudo, projeto que deverá custar «entre 7 e 8 milhões de euros» e ser «construído, por fases, ao longo dos próximos três anos», com o concurso público a ser lançado «lá para o final de 2018».

Para já, o projeto, cuja imagem se pode ver acima, está ainda em fase de «estudo prévio», estando a decorrer reuniões com as entidades que têm jurisdição na zona ribeirinha de Ferragudo, ou seja, com a Docapesca, a Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS) e ainda a Agência Portuguesa de Ambiente (APA). O projeto é da responsabilidade da empresa Mobilidade.pt, ligada à especialista em mobilidade Paula Teles.

O edil Francisco Martins explicou que o objetivo é «tornar mais agradável toda esta área, para quem nos visita e anda a pé ou de bicicleta, uniformizando ao mesmo tempo a sua imagem. O que lá está agora é uma manta de retalhos de intervenções que têm sido feitas ao longo dos anos, mas queremos que tudo aquilo faça sentido».

Imagem, em perfil, da intervenção a ser feita na baixa de Ferragudo, com a linha de água e as novas zonas de estar e de passear

 

Assim, o canal – ou regato, como é conhecido – será demolido, renaturalizado e «alargado, com as suas encostas a serem arborizadas e utilizáveis para as pessoas estarem ali». O nível de água, que hoje depende das marés ou das enxurradas, passará a ser «constante», com a colocação de uma comporta para criar um açude, que irá «jogar com as marés e com a própria linha de água».

Esta intervenção, além dos aspetos estéticos e de funcionalidade, passando a «oferecer oportunidades de recreio diferenciadas», também se destina a «amenizar os impactos das cheias» que periodicamente afetam a baixa de Ferragudo.

O Largo Rainha D. Leonor, que atualmente é fechado por um muro, passará a ser aberto, enquanto a chamada “ponte dos arquinhos” vai passar a ser «totalmente pedonal». Além disso, acrescentou o presidente da Câmara de Lagoa, «o arco principal, que agora está tapado, vai ser reaberto e alvo de restauro e recuperação».

«Também as esplanadas e os grelhadores serão uniformizados», no largo e ao longo da muralha. «Mas iremos manter os grelhadores à vista, porque os visitantes gostam de ver esse espetáculo», garantiu Francisco Martins, na sua entrevista ao Sul Informação. As áreas de material de pesca, onde é comum ver os pescadores a remendar e preparar redes e aparelhos, serão também reorganizadas e integradas no desenho urbano.

Toda a área de intervenção na baixa de Ferragudo

 

A rua de entrada em Ferragudo passará a ter um só sentido de trânsito, ao mesmo tempo que deixará de ter estacionamento dos dois lados. A saída da vila, também em sentido único, passará a fazer-se pela rua da ACD, indo sair junto ao Frito Velho.

Ao longo dessa rua de entrada, do lado do estuário do rio Arade, serão ainda criados passadiços em madeira, para permitir às pessoas usufruir dessa zona, sem perigo.

Para resolver o problema do estacionamento – não só o que é retirado da baixa, como aquele que faz falta quando há mais turistas -, a Câmara de Lagoa vai também investir 600 mil euros na construção de um silo, junto à ACD e ao Centro de Saúde, que não se desenvolve em altura, mas aproveita o declive da encosta. Será um edifício com três pisos, escalonados pela encosta, com 200 lugares de estacionamento, cobertos e descobertos, e ainda espaço para os táxis e para o terminal de autocarros.

«Passaremos a ter aqui, a poucas centenas de metros da zona ribeirinha, o dobro dos lugares de estacionamento que hoje existem lá em baixo», sublinhou o autarca. A obra do silo será lançada no próximo ano.

«O que queremos fazer na Baixa de Ferragudo é pensar aquele espaço com um todo e não como fatias e criar ali uma grande sala de entrada, acolhedora e com mais espaços verdes, para as pessoas estarem e passearem», resumiu o presidente da Câmara Francisco Martins.

 

 

Imagens do projeto para requalificação do espaço público de Ferragudo:

 

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