Contra a «discriminação de tratamento do Governo devido às reduções de uso da água» perto de três centenas de agricultores algarvios e 200 máquinas juntaram-se esta sexta-feira, 8 de Março, na Estrada Nacional (EN) 125, entre Boliqueime e Almancil (Loulé).
Ao Sul Informação, Macário Correia, presidente da Associação de Regantes do Sotavento Algarvio, fala ainda da desigualdade relativamente a outros setores como «o turístico e urbano».
“Regras iguais para todos dentro e fora da Europa”, “Justiça na escassez: equidade nos cortes de água” ou “Não queremos subsídios, queremos água” são ainda algumas das reinvindicações exibidas pelos agricultores durante a manifestação.
Também esta sexta-feira os agricultores entregaram à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve um dossier com reivindicações urgentes para mitigar a crise hídrica na região.
«Em síntese, relativamente à gravidade da situação de seca no Algarve, a CSHA apresenta soluções para a redução das perdas de água, o aumento da capacidade de armazenamento de água (em barragens, águas residuais tratadas, dessalinizadora, aquíferos do Algarve), apela a cortes equitativos na utilização de água, recorda a suspensão de novos investimentos nesta área, sugere uma campanha de informação junto da população, a atualização dos títulos das captações subterrâneas, e defende a insuficiência dos apoios apresentados pelo Governo», já havia divulgado a comissão.
«A CSHA ainda reforça que, como a pluviosidade das últimas semanas ultrapassou as estimativas do Governo, todo o volume encaixado superior ao estimado deve ser direcionado para aliviar os cortes impostos à agricultura», acrescentaram.
Devido à incerteza governativa atual, os agricultores algarvios referem que não estão previstas para já futuras ações de protesto.
A manifestação foi convocado pela recém-criada Comissão para a Sustentabilidade Hidroagrícola do Algarve (CSHA), que reúne mais de mil entidades e agricultores algarvios.
Fotos: Cátia Rodrigues | Sul Informação