Museu Zer0 abre em 2025 e já há muito trabalho feito

Edifícios da antiga cooperativa foram desenhados, nos anos 50, por Manuel Gomes da Costa, arquiteto modernista

João Correia Vargues – Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

A primeira fase das obras já terminou e a segunda arrancará este ano. O objetivo é que, em 2025, os antigos silos de cereais e armazéns anexos da Cooperativa Agrícola de Santa Catarina da Fonte do Bispo deem lugar, em definitivo, ao Museu Zer0, o primeiro dedicado em exclusivo à arte digital em Portugal. 

Curiosamente, os próprios edifícios da antiga cooperativa já são, eles próprios, uma espécie de museu, uma vez que foram desenhados, nos anos 50, por Manuel Gomes da Costa, arquiteto modernista.

Em entrevista ao Sul Informação, João Correia Vargues, presidente da Comissão Executiva do Museu, adianta que, no final de 2023, acabou a primeira fase das obras que incluiu «fechar o edifício e tratar dos telhados e coberturas».

Agora, já este ano, seguem-se os acabamentos que devem arrancar «em Fevereiro ou Março».

As obras têm seguido uma grande preocupação: «tivemos – e vamos ter – sempre muito cuidado para que a obra decorresse de forma cuidada, com respeito pelo edifício, porque sabemos bem onde estamos a trabalhar».

Mas a verdade é que, mesmo sem ainda ter um espaço físico terminado, o Museu Zer0 há muito que está a trabalhar.

 

João Correia Vargues e Joana Carmo – Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

 

Joana Carmo, técnica de mediação cultural, explica que, além das exposições, também tem sido feito muito trabalho com a comunidade escolar.

«Já chegámos a escolas de todos os concelhos e, no final do ano letivo passado, atingimos 10400 alunos. O que temos feito são conversas com artistas, que relatam o seu trabalho, e o mostram», diz.

A equipa do Museu Zero tem ido a várias disciplinas, algumas menos convencionais.

«Até já fomos a Educação Física, porque os professores arranjam sempre alguma ligação. Começámos também a fazer formação para professores e há um grande entusiasmo face a este projeto», garante.

Para João Correia Vargues, esta ligação que já existe à comunidade mostra como o «Museu Zer0 nunca foi nem nunca será só o edifício».

«Isso é importante e tem dado confiança às entidades e à população. O nosso trabalho tem-nos dado visibilidade e segurança. Por isso, acreditamos que este pode ser um projeto transformador porque levamos esta novidade da combinação da tecnologia com a arte. Estamos a sensibilizar para cultura e isso é algo que mexe», considera este responsável.

 

 

Antigos silos – Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

 

 

Quando as obras terminarem, o Museu terá, além das salas de exposição, uma área dedicada à investigação em parceria com a Universidade do Algarve, um serviço educativo, uma área para conferências e seminários e o Centro Magalhães de incubação de artistas.

A criação do Museu Zero implica um investimento de cerca de 4 milhões de euros.

Este será o primeiro espaço em Portugal «centrado na arte digital». Mesmo na Europa, «há poucos espaços só com arte digital», garante João Correia Vargues.

A ideia de construir este museu partiu de Paulo Teixeira Pinto, antigo presidente do Banco Comercial Português (BCP), colecionador de arte, artista e atualmente residente em Santa Catarina da Fonte do Bispo.

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

 

 

 

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