Uma centena de sem-abrigo está a ser apoiada em Faro

Revelou a Câmara Municipal

O Núcleo de Planeamento e Intervenção dos Sem-Abrigo (NPISA) de Faro dá atualmente apoio a uma centena de pessoas, através de uma parceria que envolve 18 instituições, entre órgãos autárquicos, associações sociais ou organismos públicos, revelou a Câmara Municipal.

Sobre o perfil do sem-abrigo referenciado pelo Núcleo dos Sem-abrigo de Faro, a autarquia indicou que é «maioritariamente do sexo masculino, solteiro, com baixa escolaridade, idades entre os 30 e os 50 anos».

A nacionalidade maioritária é a portuguesa, embora nos «últimos anos» haja «um aumento significativo de várias nacionalidades», acrescentou, sem precisar.

O NPISA, criado em dezembro de 2010, «trabalha em parceria com 18 entidades do concelho na dimensão do fenómeno das pessoas em situação de sem-abrigo» e, em 30 de novembro passado, tinha ativos 104 processos sociais, indicou a Câmara de Faro em resposta à agência Lusa, ao fazer um ponto de situação sobre a população sem-abrigo no município.

O atendimento, esclareceu, é feito «independentemente da nacionalidade, origem racial ou étnica, religião, idade, sexo, orientação sexual, condição socioeconómica e condição de saúde física e mental», e as pessoas referenciadas encontram-se «sem-teto, vivendo no espaço público, alojadas em abrigo de emergência ou com paradeiro em local precário».

Os processos ativos são sempre mantidos «na situação de ‘em acompanhamento’» por cinco meses.

A zona do concelho «mais afetada» por esta problemática é «o território da União das Freguesias de Sé e São Pedro, nomeadamente em edifícios devolutos e em viaturas automóveis».

Questionada sobre uma eventual subida no número das pessoas sem-teto no concelho, a Câmara de Faro respondeu que, relativamente ao ano passado, foi registado «um aumento no número de pessoas», mas não o quantificou.

Entre as medidas implementadas na resposta concelhia está o «Projeto TMN”, desenvolvido pelo MAPS – Movimento de Apoio à Problemática da SIDA – de Faro, que faz a “inserção de pessoas em situação de sem-abrigo na sociedade» e dá acesso a uma habitação partilhada «como primeiro passo» nesse processo de adaptação social.

Esta iniciativa conta com uma equipa multidisciplinar e dispõe de dois apartamentos com capacidade para 10 utentes, um número que o Grupo de Ajuda a Toxicodependentes iguala ao abrigo de outro projeto, designado “Projeto LEGOS”.

O Centro de Atendimento e Acompanhamento Psicossocial do MAPS também tem «capacidade para 35 utentes e apoia atualmente 13 pessoas em situação de sem-abrigo», enquanto o Centro de Alojamento de Emergência Social (CAES) opera 30 camas em regime de alojamento temporário, cinco para alojamento de emergência e cinco destinadas ao município de Faro.

«Embora nos últimos anos a resposta ao nível do alojamento para as pessoas em situação de sem-abrigo tenha aumentado, não é suficiente para contemplar todas as sinalizações das pessoas em situação de sem-abrigo elegíveis para alojamento», constatou o município.

A rede de parceiros do NPISA de Faro é composta por Câmara Municipal, União de Freguesias de Faro (Sé e São Pedro), o Comando Distrital de Faro da PSP, a direção regional do Algarve do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, o centro distrital de Faro do Instituto de Segurança Social, o Grupo de Ajuda a Toxicodependentes, o Movimento de Apoio à Problemática da Sida, a Santa Casa da Misericórdia de Faro e a Fábrica da Igreja de São Pedro de Faro.

Formam também parte da rede a Fábrica da Igreja da Paróquia de São Luís, o Centro Hospitalar Universitário do Algarve, a Administração Regional de Saúde do Algarve, o Centro de Apoio aos Sem-Abrigo, a Cruz Vermelha Portuguesa – Delegação Faro-Loulé, a Rede Europeia Anti-Pobreza, a Cáritas Diocesana do Algarve, a Guarda Nacional Republicana de Faro e o Centro de Emprego e Formação Profissional de Faro.

 



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