COP28: Ministro defende consenso para que área marinha protegida do Algarve seja replicada

Sessão sobre o Parque Natural Marinho do Recife do Algarve – Pedra do Valado, decorreu no Pavilhão de Portugal na COP28

Pescadores em Armação de Pera – Foto: Cátia Rodrigues | Sul Informação

O ministro do Ambiente e da Ação Climática defendeu hoje a necessidade de um forte consenso para que o processo que levou à criação da nova área marinha protegida no Algarve seja replicado.

“É importante ter toda a gente no mesmo barco para manter compromissos para o futuro e poder replicar este processo”, afirmou Duarte Cordeiro.

O ministro falava numa sessão sobre o Parque Natural Marinho do Recife do Algarve – Pedra do Valado, que decorreu no Pavilhão de Portugal na 28.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28) e juntou representantes de vários intervenientes no processo.

Aprovada há duas semanas, dois anos e meio depois de ter sido proposta, é a primeira área marinha protegida criada em Portugal em mais de duas décadas e um passo na meta do Governo de criação de 30% de áreas marinhas protegidas até 2026.

“É uma tarefa enorme”, sublinhou Duarte Cordeiro, acrescentando, por outro lado, que se foi possível no Algarve, numa zona com uma forte pegada turística, “é possível em quase qualquer lado”.

Não é a primeira que a Pedra do Velado é referida por Portugal na COP28 e, ao longo de vários dias, foi destacada por vários governantes que passaram pela cimeira, desde logo pelo primeiro-ministro como dos exemplos da preservação da biodiversidade marinha que o país quer passar aos restantes países.

No mesmo debate, promovido pela Fundação Oceano Azul e pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, um dos investigadores responsáveis sublinhou ainda a importância desta área marinha protegida de interesse comunitário no contexto do combate às alterações climáticas.

“Esta tem das únicas pradarias marinhas do país e agora vão ser protegidas”, sublinhou Jorge Gonçalves, investigador do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve, recordando o papel destes ecossistemas na captação e armazenamento de dióxido de carbono.

“Agora temos o início de um novo processo”, acrescentou, por outro lado, a presidente da Câmara Municipal de Silves, Rosa Palma, considerando que agora o desafio é assegurar a preservação daquela área, uma responsabilidade ainda maior.

A COP28 começou em 30 de novembro e está a decorrer até dia 12 no Dubai. Hoje, o programa temático foi dedicado à natureza e oceanos.

Autora: Mariana Caeiro, enviada da agência Lusa à COP28
A Lusa viajou para a COP28 a convite da Fundação Oceano Azul

 



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