Faro quer exceção ao limite de endividamento para renovar rede de água

Rogério Bacalhau garante que não precisa que lhe deem apoios, desde que permitam que vá pedir 30 milhões de euros à banca

Rogério Bacalhau não precisa que lhe «deem dinheiro», só pede mesmo que «abram uma exceção ao limite do endividamento e permitam à Câmara de Faro ir buscar financiamento junto da banca», para garantir os 30 milhões de euros necessários para renovar a obsoleta rede de abastecimento de água da cidade, um trabalho para demorar cerca de uma década.

O “recado” do presidente da Câmara de Faro foi dado durante a sessão de abertura da H2O & Sustainability Summit (Cimeira da Água e Sustentabilidade), que decorreu no Campus da Penha da Universidade do Algarve, na quinta e na sexta-feira, dias 19 e 20.

O autarca farense, além de se juntar ao coro a exigir uma aposta bem mais forte, e a curto prazo, na dessalinização, no Algarve, também falou do caso particular de Faro e da forma como poderia aprofundar o seu contributo para a poupança de água, para mais, água já tratada e pronta a sair das nossas torneiras.

«Em Faro, nós andamos na ordem dos 20% de perdas, o que é aceitável, mas que eu considero que ainda é muito», disse.

«Temos equipas a trabalhar 24 horas por dia, 365 dias por ano, para combater as ruturas, temos telemetria, temos muita coisa feita nos últimos anos, mas dificilmente conseguimos baixar dos 20%, porque a nossa rede, em particular no casco da cidade mais antiga, tem 60 ou 70 anos e precisa de ser toda remodelada», ilustrou Rogério Bacalhau.

Segundo o presidente da Câmara de Faro, os dados disponíveis apontam para que seriam necessáriosv 30 milhões de euros, nos próximos dez anos, para requalificar a rede de abastecimento de água. Também não podemos fazer tudo ao mesmo tempo, porque teríamos de mandar as pessoas daqui para fora».

E o problema, nos dias que correm, nem é arranjar o dinheiro, é o limite de endividamento a que as autarquias estão sujeitas.

«Hoje em dia, os municípios têm capacidade para obter financiamento, mas a lei da limitação do endividamento não permite. Nós não precisamos que nos deem dinheiro, não exigimos que nos deem subsídios para isso», disse.

Não que a Câmara de Faro não tenha aproveitado os fundos disponíveis para este fim: «nos últimos três anos, fui buscar quatro milhões aos fundos europeus para fazer reabilitação, mas isso é pouco. Mas fiz e foi positivo».

No entanto, «se não houver capacidade para nos atribuir as verbas de que necessitamos, nós queríamos era poder ir à banca fazer isso, sem que isso contribuísse para o limite de endividamento, porque, assim, não temos capacidade. Deem-nos apenas condições para melhorar a nossa rede», pediu Rogério Bacalhau.

 

 



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