Começaram bem mais tarde do que estava previsto, sofreram atrasos e já se sabe que precisam de intervenções suplementares, mesmo antes de acabarem. Apesar disso, João Galamba, ministro das Infraestruturas, garante que as obras de eletrificação da Linha do Algarve entre Faro e Vila Real de Santo António (VRSA) e entre Tunes e Lagos «vão seguramente terminar durante o ano de 2024».
O membro do Governo esteve esta, segunda-feira, dia 23, no Algarve, numa visita que começou com uma viagem de comboio entre Faro e Olhão, num comboio regional.
Esta viagem serviu para testemunhar as intervenções que estão a ser feitas no âmbito da empreitada de eletrificação da Linha do Algarve, neste caso, no troço entre Faro e VRSA.
«É possível acabar esta obra no primeiro semestre de 2024. Não me quero comprometer com uma data específica, mas, seguramente, será até final de 2024», disse João Galamba, durante uma sessão de apresentação do andamento da empreitada, que teve lugar em Olhão.
O ministro não esperou pela pergunta que lhe havia de ser feita mais tarde, à margem da sessão, pelos jornalistas presentes, e disse logo no seu discurso que tinha «plena consciência dos atrasos» que a obra já sofreu.
Um pouco depois, agora sim, em resposta aos jornalistas, João Galamba disse que «houve dificuldades», nomeadamente no início, com o lançamento dos concursos, mas não só, tendo em conta que, «quando se fica tanto tempo sem fazer algo, temos de reaprender como o fazer».
«Houve muitos anos sem fazer obras ferroviárias, faltas de meios, houve problemas nas cadeias logísticas, aumento de preços, muitas obras em simultâneo, e, portanto, dificuldades várias que têm sido uma característica não só desta obra, mas praticamente de todas as obras ferroviárias», justificou o ministro.
«Ultrapassados os problemas passados, agora estamos só concentrados a executar a obra com a maior rapidez possível. (…) O que importa assinalar agora é que elas [as obras] estão todas em curso e nós, neste momento, estamos 100% focados em concluí-las a todas o mais rapidamente possível e, em particular, aqui no Algarve, durante o ano de 2024», acrescentou.
E do que é que estamos a falar, exatamente?
Segundo Miguel Cruz, o presidente das Infraestruturas de Portugal, estão em causa duas empreitadas, uma de 56 quilómetros (km), a Sotavento – a que começou mais cedo e está mais avançada – e outra de 45 km, a Barlavento, que começou bem mais tarde que a primeira, depois do primeiro concurso público ter ficado vazio, por falta de empresas interessadas.
No troço entre Faro e VRSA, no que toca a trabalhos já concluídos, destaca-se a construção de uma nova passagem superior rodoviária na rua 18 de Junho, em Olhão – que até foi uma das obras que João Galamba pôde testemunhar – e a colocação de 550 postes de catenária.
Entre Lagos e Tunes, estão em curso a construção de passagens superiores rodoviárias em Poço Barreto, Estômbar e Portimão, tendo em vista o encerramento de passagens de nível, e a colocação de 372 postes de catenária.
Miguel Cruz prometeu ainda que a IP vai «dar prioridade à criação de condições para que os comboios Intercidades cheguem a VRSA».
Para isso, a empresa pública pretende lançar, paralelamente à obra já em curso e «assim que possível», uma nova empreitada, «para reforço das pontes» neste troço, para que aguentem o peso das locomotivas do Intercidades, que são mais pesadas do que as do Alfa Pendular.
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