Primeiro, foram detetadas três embarcações, sem droga a bordo, mas noutra, que viajava sozinha, havia mais de uma tonelada de haxixe. As autoridades seguiram-lhe o rasto e fizeram mais uma grande apreensão, na noite desta quinta-feira, 31 de Agosto, ao largo do Algarve. A vigilância, que tem aumentado, está a dar cada vez mais frutos.
Em declarações aos jornalistas no Porto Comercial de Faro, na tarde desta sexta-feira, 1 de Setembro, o comandante Mário Figueiredo considerou que este incremento de ações de combate ao narcotráfico está a ser um sucesso.
«Estamos a conseguir afastá-los da nossa costa. Isso conseguimos dizer com grande grau de certeza. Como resultado da intensificação do controlo que está a ser feito, os fenómenos têm vindo a deslocar-se para Espanha», disse o recém-empossado capitão do Porto de Faro.
Fernando Jordão, diretor da Polícia Judiciária no Sul, também concordou.
«[Atualmente], poderá ser mais difícil descarregar droga em Portugal», considerou.
Em relação a mais esta apreensão (desde o início do ano, já foram apanhadas 31 toneladas de droga ao largo do Algarve), o capitão de mar-e-guerra Mário Figueiredo explicou que faz parte da «”Operação Porta Fechada”, liderada pela Autoridade Marítima Nacional, em colaboração com a Força Aérea e Polícia Judiciária».

«O meio aéreo fez a deteção inicialmente de três embarcações e depois de uma isolada. Foi logo detetado que estas três não tinham carga ilícita, mas, a que estava isolada, tudo indiciava ter droga a bordo, daí que passou a ser a nossa prioridade», adiantou.
O trabalho deu frutos: a bordo estavam dois homens, de nacionalidades francesa e espanhola, que transportavam 1,1 toneladas de haxixe (41 fardos).
Quanto ao destino da droga, não era conhecido: tanto podia ser Portugal, como Espanha.
«Acho que é um destino de oportunidade», resumiu o capitão do Porto de Faro.
Questionado sobre se estas apreensões se devem só à maior presença da autoridades ou também ao aumento do tráfico, Mário Figueiredo respondeu que há, atualmente, uma «conjugação de esforços no combate às redes internacionais».

«Este é um fenómeno que já tem vários anos, mas, desde o final de 2022, houve uma intensificação no combate a este flagelo. A vigilância sempre houve: eventualmente, agora há uma maior visibilidade e esforço», disse.
De resto, esta estratégia é «para continuar». «Enquanto os resultados forem aparecendo, cá estaremos para fazer o nosso papel», resumiu.
No total, foram detidos seis homens: os dois do barco com droga e mais quatro das outras três embarcações detetadas inicialmente. Têm idades entre os 24 e os 48 anos e nacionalidadades francesa, espanhola e marroquina.
Desses três primeiros barcos, dois deles também acabaram por ser apreendidos, além daquele que transportava a droga.
As medidas de coação ainda não são conhecidas e, segundo Fernando Jordão, também ainda é desconhecida a data do primeiro interrogatório judicial devido à greve de hoje, nos tribunais.
Da parte do diretor da PJ no Sul, veio, ainda assim, uma certeza: a Judiciária «tem agora ainda mais meios para combater estas redes de tráfico».
Comentários