Universidade do Algarve tem um novo barco que também é uma sala de aula

Equipamento também estará ao serviço da investigação científica

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

É uma plataforma logística de apoio à investigação, mas também uma sala de aula flutuante, que permitirá aos alunos da Universidade do Algarve meter “as mãos na massa” de uma forma que não era possível, até agora. A embarcação MarUAlg foi lançada ao mar ontem, segunda-feira, e fica a partir de agora ao serviço da investigação e da educação que se faz na UAlg.

A MarUAlg foi ontem inaugurada e fez a sua primeira saída a partir do Centro Náutico 818 de Vila Real de Santo António, a pouco metros da Nautiber, a empresa de construção naval onde foi concebida.

A construção desta embarcação, orçada em perto de 120 mil euros, foi financiada a 100% pelo Plano de Recuperação e Resiliência, «na vertente Impulso Jovem, um programa que visa o sucesso académico e melhorar os processos de ensino e de aprendizagem», segundo Paulo Águas, reitor da UAlg.

«A Universidade do Algarve tem uma candidatura ao PRR que é só sua, mas também integramos uma candidatura que é liderada pela Universidade da Madeira, que está mais focada nas questões da biodiversidade marinha e de temáticas afins. E é no âmbito dessa candidatura liderada pela Universidade da Madeira, que integra a Universidade do Algarve, a Universidade Nova de Lisboa e a Universidade de Évora – estas três últimas formam a associação universitária Campus Sul -, que surge esta iniciativa, para nos dotarmos de mais equipamentos», acrescentou.

 

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

«O que motivou esta candidatura foi o facto de nós sermos uma universidade com muito ensino e muita investigação na área do mar, mas onde o acesso ao mar é algo que não é muito facilitado, nas atividades que realizamos», explicou, por seu lado, Alexandra Teodósio, vice-reitora da universidade algarvia.

«Eu fui estudante da Universidade do Algarve há muitos anos e as amostragens que fazíamos, a forma como lidávamos com os equipamentos, era tudo muito demonstrativo. Muitas vezes só era possível recolher amostras de um cais», recordou.

Para Alexandra Teodósio, o facto da UAlg passar a ter «um barco que leve uma turma inteira» e que dê suporte a atividades «que podem servir para disciplinas como oceanografia física, oceanografia química, oceanografia biológica, ecologia marinha e várias outras disciplinas que temos na área da biodiversidade» é de «um potencial enorme».

É, também, uma forma de «mudarmos um pouco a nossa forma de ensino, para que seja mais prático e realizado no campo – que, neste caso, é o mar.

«Esta embarcação foi preparada para fazer trabalhos de investigação e tem as dimensões para poder trabalhar nos canais secundários da Ria Formosa, que é uma das áreas onde eles pretendem navegar. Permite transportar 20 estudantes ou investigadores e é uma embarcação muito prática, com pouca manutenção, muito simples, desenhada de acordo com aquilo que a universidade pretendia», resumiu Rui Roque, sócio-gerente da Nautiber.

«Tem dois motores de 115 cavalos para garantir uma velocidade mínima em termos de deslocação para os locais onde precisa de ir. Tem potência para sair para o mar, para trabalhar em mar aberto», disse ainda o engenheiro naval, para quem «a grande virtude que esta embarcação tem é ter sido construída de acordo com o propósito da UAlg».

 

Rui Roque, Alexandra Teodósio, Paulo Águas e Carlos Guerrero (diretor da FCT/UAlg)

 

«Este barco é um equipamento de ensino que, simultaneamente, também será um equipamento de investigação, porque não se faz ensino sem investigação. Com este barco que foi aqui construído – e estamos muito contentes que tenha sido construído aqui na região -, nós estamos a melhorar os equipamentos que temos para ensino e investigação», disse Paulo Águas.

Também Rui Roque salientou a importância desta embarcação ser 100% “algarvia”.

«Este projeto foi diferente porque é para a Universidade do Algarve, é para uma entidade que está aqui próxima de nós. É sempre saudável fortalecer esta ligação da indústria com a universidade. Também tem um grande significado por ser um equipamento muito específico e que irá trabalhar no Algarve, aqui ao pé de nós», resumiu o responsável pela Nautiber.

 

Fotos: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

 

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