“Georges Méliès e o cinema de 1900” são tema de exposição em Quarteira

Exposição vai estar patente até 20 de Julho

A exposição “Senhoras e senhores, o espetáculo vai começar. Georges Méliès e o cinema de 1900”, que «explica o nascimento do cinema e presta homenagem àquele que foi considerado o seu primeiro ilusionista», vai poder ser vista até ao dia 20 de Julho no Calçadão de Quarteira .

A mostra resulta de uma colaboração da Fundação ”la Caixa” com a Cinémathèque Française, a Câmara Municipal de Loulé e o BPI.

Os diferentes espaços e recursos expositivos «mostram como era o mundo e o lazer naquela época, assim como alguns dos aspetos-chave para entender a importância de Georges Méliès. A exposição inclui vários filmes de Méliès (que são complementados com uma seleção de filmes dos irmãos Lumière), peças audiovisuais, cópias de fotografias da época e reproduções de cartazes, desenhos, uma maquete do estúdio de Méliès em Montreuil e alguns objetos da época, como a pasta fantástica de Robert-Houdin, ou o cinematógrafo dos irmãos Lumière», segundo a Fundação La Caixa.

Os organizadores da exposição produziram «várias peças audiovisuais que ajudam a entender o mundo de Méliès e a sua influência».

«Destacam-se três peças que dão a conhecer a opinião de conhecidas figuras do cinema da atualidade, como os realizadores Juan Antonio Bayona e Javier Ruiz Caldera, o guionista e realizador Oriol Capel, o cenógrafo Ignasi Cristià, a crítica de cinema Desirée de Fez, o diretor de fotografia Óscar Faura, a atriz Greta Fernández, o produtor Enrique López Lavigne, o realizador de spots publicitários Fernando Maing»uyague, o especialista em maquilhagem e efeitos especiais David Martí e o técnico de montagem Jaume Martí.

Na visão da Fundação La Caixa, o cinema, juntamente com a fotografia, «é a forma de arte mais característica do século XX. Deste modo, nos últimos anos, a Fundação “la Caixa” tem dedicado exposições retrospetivas a grandes nomes do mundo do cinema, como Charles Chaplin, Federico Fellini e Georges Méliès».

Foi assim que nasceu este «inovador projeto expositivo», que  consiste «numa viagem no tempo que transporta os visitantes para a época em que o cinema se transformou num espetáculo popular, devido, em grande parte, às invenções e técnicas desenvolvidas por Georges Méliès».

 

 

Filho de um empresário do calçado, Méliès (1861-1938) foi ilustrador, mago, construtor de artefactos, encenador, ator, cenógrafo e técnico de cinema, além de produtor, realizador e distribuidor de mais de 500 filmes entre 1896 e 1912. Reinou no mundo do género fantástico e da trucagem cinematográfica durante quase vinte anos, e o seu contributo para a sétima arte foi fundamental: introduziu o sonho, a magia e a ficção no cinema quando este apenas dava os seus primeiros passos e consistia unicamente em documentários.

«Como génio dos efeitos especiais, Méliès aplicou ao cinema truques de magia, pirotecnia, ilusões de ótica, deslocações horizontais e verticais, paragens de câmara, transições encadeadas, sobreposição de imagens, efeitos de montagem e de cor, e a técnica da lanterna mágica, entre outros», segundo a Fundação La Caixa.

«Méliès gozou de uns bons anos de glória, de extraordinária popularidade, que culminaram com a estreia, em 1902, de Le voyage dans la Lune (A Viagem à Lua), filme visto por milhões de espetadores. Infelizmente, a expansão da indústria cinematográfica e o surgimento de grandes produtoras como a Pathé e a Gaumont conduziram Méliès à ruína e ao esquecimento. Em 1923, totalmente arruinado, destruiu os negativos de todos os seus filmes e acabou a sua vida profissional a vender brinquedos na estação parisiense de Montparnasse. O jornalista Léon Druhot reconheceu-o na estação e foi então que a sua obra começou a ser valorizada e recuperada», concluíram os organizadores da exposição.

 

 

 



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