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O Algarve quer «mobilizar todas as vontades» para reduzir a taxa de abandono escolar precoce na região dos atuais 20% para «menos de 5%», até 2030, anunciou ontem José Apolinário, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve.

Este responsável salientou que, «nos objetivos 2030, vamos alocar os fundos não apenas para a construção [de estabelecimentos de ensino], mas também para indicadores qualitativos» no setor da Educação.

Ora, um dos principais indicadores é precisamente a taxa de abandono escolar precoce, que é, no Algarve, a mais alta do país.

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O presidente da CCDR, que falava à margem da reunião técnica de trabalho «Algarve: Desafios da Educação no Horizonte 2030», que teve lugar em Albufeira, acrescentou que o objetivo passa também por «reforçar as ofertas de cursos técnicos superiores profissionais [CTeSP] no ensino superior». Atualmente, recordou, «no Algarve estão a entrar cerca de 240 alunos por ano nos CTeSP da Universidade e queremos financiar 4000 ao longo deste quadro».

Um exemplo, de sucesso, destes cursos, é o CTeSP em Tecnologias Informáticas, que a Universidade do Algarve está a promover em parceria com a Deloitte, como o Sul Informação noticiou.

Outro objetivo do Algarve 2030 é «aumentar o número de alunos algarvios no ensino superior». Os dados atuais indicam que apenas 24,5% dos estudantes algarvios prosseguem os seus estudos no ensino superior, pelo que o investimento previsto no Algarve 2030 pretende aumentar essa taxa para 40%.

José Apolinário disse que a alta taxa de abandono escolar precoce, «numa primeira fase tinha muito a ver com o perfil produtivo», nomeadamente com a sazonalidade do motor da economia regional, o turismo. «Historicamente, em alguns núcleos – Albufeira, Alvor…- havia muito a tentação de, entre Junho e outubro, alguns jovens saírem da escola para trabalhar».

No entanto, hoje a situação é um pouco diferente. «Somos uma região com um grande peso de imigrantes, 14,5% da população do Algarve são não nacionais, somos mesmo a região do país, ao nível das NUTS II, que tem mais não nacionais. E isso coloca desafios de inclusão e de respostas ao nível da qualificação».

 

Sul Informação
José Apolinário – Foto: Jorge Gomes | CCDR Algarve

 

Por isso, defendeu o presidente da CCDR Algarve, «agora é preciso redirecionar [os investimentos], em termos de qualificações, de integração, de inclusão social».

Ora, defendeu, só é possível fazer este «trabalho diferente, em rede, com os municípios, com os agrupamentos escolares, com os serviços de educação». É por isso necessário delinear uma «estratégia integrada intermunicipal centrada no sucesso escolar».

Apolinário acrescentou que «o financiamento da política de coesão é sempre medido em função dos indicadores e dos objetivos atingidos. Todos os anos, daqui até 2029», o país e a região algarvia vão ser avaliados sobre como é que os fundos dessa política contribuem para a redução do insucesso escolar.

Dos 780 milhões de euros de apoios comunitários previstos no Algarve 2030, 78 milhões destinam-se a projetos no âmbito do Fundo Social Europeu, onde se incluem os programas de combate ao insucesso escolar, o reforço dos CTESP e do acesso ao ensino superior.

Apesar do muito trabalho que tem de ser feito, Nuno Rodrigues, diretor-geral de Estatísticas da Educação e Ciência, que apresentou, com mais detalhe, os números sobre o setor educativo no Algarve, considerou que «há uma melhoria progressiva dos indicadores de sucesso. A região está a recuperar».

A iniciativa “Algarve: Desafios da Educação no Horizonte 2030”, que decorreu nos Paços do Concelho de Albufeira, apresentou um retrato e o diagnóstico dos principais indicadores dos resultados escolares no Algarve, tendo contado com a presença de autarcas, responsáveis regionais por diversos serviços da administração central, diretores de escolas, professores, outros técnicos superiores, entre outros participantes.

Na iniciativa, foi também apresentada a estratégia de desenvolvimento regional e os desafios da qualificação dos jovens algarvios e as principais linhas de financiamento da Educação e Formação no Programa Algarve 2030, tendo como objetivo implementar um Plano Integrado e Inovador de Promoção do Sucesso Educativo para o Algarve.

Na sessão de abertura, João Miguel Gonçalves, diretor-geral dos Estabelecimentos Escolares, salientou: «conseguimos a igualdade no acesso à escola, agora temos de garantir o sucesso dentro da escola».

 

Fotos: Jorge Gomes | CCDR Algarve

 

Veja aqui a sessão, na íntegra:

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