Um galo (na cabeça) para recomeçar a percorrer os Caminhos de Santiago

O Caminhante recomeçou hoje a sua jornada que, daqui a alguns meses e depois de várias temporadas de crónicas, o há-de levar até Santiago de Compostela

T2 E1 – Santiago do Cacém>>São Bartolomeu da Serra

Fazendo um resumo da Temporada 1, recordo que a aventura desta caminhada começou no Cabo de S. Vicente e terminou em Santiago do Cacém, duzentos e tal quilómetros e uma série de episódios depois.

As grandes produções levam tempo e, um ano depois, no dia de ontem, arrancava a nova temporada, com apenas dois protagonistas e a logística da ida para Santiago do Cacém, na camioneta da carreira que passou por Lagos, S. Teotónio, Odemira e Sines.

Foram três horas e meia de viagem, que começou com uma cabeçada (e o respetivo “galo”) ao colocar a tralha na bagageira e no meio de uma biodiversidade humana muito interessante. E debaixo de chuva!

 

 

Por uma questão de coerência, hoje partimos de onde tínhamos chegado, da Igreja Matriz de Santiago do Cacém. Em frente à Câmara Municipal, vimos, pela primeira vez e em destaque, o símbolo dos Caminhos de Santiago, com a vieira estilizada e a seta amarela. Já agora, convinha que o Posto de Turismo da Zona Histórica tivesse alguma informação sobre os Caminhos de Santiago Alentejo e Ribatejo, o que não era o caso.

Na estrada real, cruzámo-nos com uma das duas únicas pessoas que encontrámos no caminho: um automobilista que quase encolhia o carro para nos deixar passar – e que desejou uma “boa caminhada” – e um biciclista, quase no final do troço.

 

 

Em termos de animais que vimos, tivemos um cão enorme que, se não estivesse bem preso, nos teria deixado em picadinho, e uns simpáticos cavalos desejosos de posar para a foto.

Quanto aos animais que não vimos, deveria haver montes de javalis – o montado onde passámos devia ser o paraíso dos javalis, tantos e tão extensos eram os sítios onde se notava que eles por lá tinham andado a fossar.

Falando do montado, estava fantástico. O percurso foi feito, em grande parte, à sombra destas árvores, o que deu muito jeito pois, apesar da chuva de ontem, o sol hoje estava forte.

 

 

O tempo deve ter ajudado, pois a quantidade de cogumelos que fomos encontrando era enorme. Eram grandes e de variadas espécies, não sabemos se comestíveis ou não. Não resisto em contar aquela piada que diz que os cogumelos são todos comestíveis – alguns só uma vez…

Ainda no montado, destacamos uma mesa de madeira para os viajantes descansarem um pouco, com uns bancos feitos de pernadas de sobreiro, à sombra de um medronheiro – e é claro que comi uns medronhos maduros.

 

 

O Caminho está bem marcado, com exceção logo no início, quando saímos do asfalto para a terra, em que o sinal estava danificado. E assim chegámos ao fim troço, onde fizemos uma reposição de líquidos, no café da Associação de Moradores de São Bartolomeu da Serra.

Já agora foi muito interessante encontrar, ao pé da Junta de Freguesia, um frigorífico de leitura. Já conheci as cabines de leitura, em que velhas cabines telefónicas são reutilizadas como pequenas bibliotecas onde se podem deixar ou levar livros. Agora um frigorífico…a ideia é espetacular. Parabéns à Junta.

E assim foram 11 km de percurso… mas espera, então esta etapa não está marcada para terminar no Roncão? Pois está, mas leiam o próximo episódio…

 

 



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