PAN: Inês de Sousa Real visita Alagoas Brancas

Deputada única do PAN diz que postura da Câmara de Lagoa «é um verdadeiro atentado ambiental»

Inês de Sousa Real, porta-voz do PAN, visita esta terça-feira, 1 de Outubro, às 11h00, as Alagoas Brancas, em Lagoa, onde, acusa o partido política, está a ser «destruída» uma zona húmida «para dar lugar a um empreendimento comercial».

Em causa, defende o PAN, está a conservação «daquela que é uma das únicas zonas húmidas existentes na zona do Algarve, que desde há cerca de uma semana foi invadida por maquinaria que iniciou trabalhos de terraplanagem, destruindo os valores ambientais, florísticos e faunísticos, que constituem ainda um relevante valor histórico, cultural, paisagístico e identitário».

«As Alagoas Brancas são um local com elevado valor ambiental e com um importante papel na preservação da biodiversidade e de prevenção de cheias. Não compreendemos como a autarquia de Lagoa, contrariamente ao que dizem estudos, especialistas e até a própria Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, deu o seu aval para arrasar com este reduto verde em prol de um empreendimento comercial, que pode e deve ser edificado noutro local», diz Inês de Sousa Real.

«Numa altura em que os responsáveis políticos deveriam estar fortemente comprometidos com a preservação dos valores naturais, para combater a crise climática, esta postura da Câmara Municipal é um verdadeiro atentado ambiental. A Câmara deveria sim, estar a negociar com o promotor da obra, para encontrar outro local e ter classificado já as Alagoas Brancas como zona protegida. Pretendemos fazer uso de todos os instrumentos previstos por lei em nome da conservação das Alagoas Brancas», acrescenta a deputada única do PAN.

«A pressão colocada pela expansão urbanística não pode continuar a estar no cerne do desenvolvimento das regiões, particularmente quando em causa estão valores naturais insubstituíveis e cuja valoração vai mais além do fator puramente economicista», defende.

A par de outras diligências em curso, o PAN já iniciou o processo que conduzirá à formalização de uma queixa junto do Ministério Público, para que este atue em defesa dos interesses difusos, conforme previsto na legislação em vigor.

De acordo com um estudo levado a cabo em 2019, financiado pelo Fundo Ambiental, só nas Alagoas Brancas foram identificadas 114 espécies de aves, destacando-se a presença neste local de pelo menos 1% da população nacional reprodutora de caimão (Porphyrio porphyrio) e 1% da população regional (Mediterrâneo, Mar Negro e África Ocidental) de Íbis Preta (Plegadis falcinellus) e espécies com estatuto de conservação desfavorável, como o cágado-de-carapaça-estriada classificada como «Em Perigo» e a Osga-turca classificada como «Vulnerável».

 



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