Multinacional Atos aposta em trabalhar onde «é bom viver»

Empresa instalou um polo no UAlg Tec Campus, em Faro, onde trabalham já 132 trabalhadores especializados

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

Reter talento, dando a quem ali trabalha «uma carreira e uma estabilidade que não seria fácil de garantir fora dos grandes meios urbanos», é o grande objetivo do Centro de Competências, ou Local Delivery Center (LDC), que a multinacional Atos inaugurou na sexta-feira, dia 23 de Setembro, no Tec Campus da Universidade do Algarve, em Faro.

A empresa do setor tecnológico tem já 132 pessoas a trabalhar nas instalações situadas no Campus da Penha da UAlg, mas espera chegar «às 300 no final do próximo ano», revelou aos jornalistas Octávio Oliveira, country manager da Atos Portugal.

«Aqui fazemos desenvolvimento aplicacional, em projetos de diferentes grandezas», acrescentou.

«Este centro faz parte da nossa estratégia de crescimento. Porque para crescer temos de ter pessoas. Sem elas não se consegue crescer. Aqui temos a génese desse crescimento, de forma sustentada», ilustrou o mesmo responsável.

 

Octávio Oliveira – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

Uma visita às instalações da empresa permite perceber que há ali pessoas de vários pontos do mundo.

«Ainda há dias assinei um contrato de um colega que é da Índia e decidiu vir para cá», revelou.

A boa qualidade de vida que se consegue ter no Algarve – que tanto Carmen Torres, diretora executiva da Atos Ibérica, como Rogério Bacalhau e o reitor Paulo Águas salientaram nos seus discursos – é um dos fatores de que a empresa se vale, na hora de recrutar recursos humanos.

«O clima é um fator de recrutamento, não há dúvida. É bom viver aqui. Eu às vezes, meio a sério, meio a brincar, digo que o local dentro da estrutura da Atos onde eu invejo estar é aqui. E acho que tenho de vir para cá, vou fechar a minha carreira aqui no Algarve (risos). É um prazer estar aqui», disse Octávio Oliveira.

Ou seja, o slogan da UAlg “Estudar onde é bom viver” parece aplicar-se também ao setor laboral.

Que o diga Carmen Torres, que não escondeu a sua admiração por ter «vindo do Outono de volta ao Verão», ao vir de Espanha até ao Algarve.

Natural do Sul de Espanha, a responsável máxima da Atos na Península Ibérica disse mesmo que lhe parecia que tinha «regressado a casa».

«Invejo-vos por terem este ambiente de trabalho todos os dias», confessou.

 

Carmen Torres – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

Quanto ao que a fez regressar ao Verão, Carmen Torres disse que esta nova unidade da empresa vai «colaborar no desenvolvimento da região do Algarve para áreas cada vez mais procuradas, como Cloud Services, IOT, Quality Assurance, RPA, Inteligência Artificial, Low Code, Java/.Net/Angular, Monitorização entre outras. Esta melhoria de oportunidades para a população algarvia trará maior benefício económico, diversidade de oferta de emprego e maior competitividade»

«Nós fornecemos projetos. E como é que o fazemos? Com pessoas. O conhecimento está baseado em pessoas», explicou, por seu lado, Octávio Oliveira.

Neste momento, Portugal já «começa a ser vítima do seu sucesso. O país é pequeno e não tem muita gente. E hoje em dia confrontamo-nos todos com um problema que é uma rotatividade muito grande de recursos humanos. As pessoas mudam, passam de uma empresas para outras».

«Dessa forma, temos de estar junto das universidades e de estar longe dos grandes centros. Ou seja, aqui! Ao fazê-lo, nós temos a capacidade de ter as pessoas certas, para os projetos certos e o conhecimento certo», disse.

Foi com isso em mente que a Atos, que se apresenta como «líder mundial em transformação digital», decidiu criar um LDC no Algarve.

 

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

E porquê o Algarve?

«Havia alguns colaboradores nossos que tinham raízes na Universidade do Algarve. Mas, mais do que isso, fizemos o trabalho de casa», recorda o country manager da Atos.

Desta forma, a empresa fez «um levantamento sobre que universidades é que existem, que polos técnicos é que estão associados a estas, e chegámos a uma conclusão interessante: tinham-se esquecido da Universidade do Algarve, não me perguntem porquê. Mas nós não nos esquecemos, vimos essa oportunidade e vimos que tínhamos uma excelente capacidade para ser o parceiro e não apenas mais um parceiro».

Ou seja, a Atos escolheu a Universidade do Algarve «porque aquando da escolha não havia mais nenhuma multinacional, a localização é excelente e há uma multiculturalidade que nos permite fazer o tal trabalho para todo o mundo, em termos de língua e culturas».

 

Rogério Bacalhau e Paulo Águas – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

Na calha, está igualmente «o desenvolvimento de projetos de I&D (Investigação e Desenvolvimento) entre a UAlg e a Atos», salientou Paulo Águas, reitor da Universidade algarvia.

«Espero que as raízes da Atos na região se tornem bem profundas», desejou.

O outro anfitrião da tarde, Rogério Bacalhau, presidente da Câmara de Faro, congratulou-se «com a escolha de Faro para a expansão da empresa em Portugal», tendo em conta que «um exemplo mundial na área da tecnologia será sempre uma mais-valia para o concelho e para o Algarve»

«Além do vosso trabalho de referência europeia na área da tecnologia digital segura e descarbonizada gostaria também de enaltecer o vosso contributo social, nomeadamente ao nível da sua envolvência com o desporto, área que me é igualmente muito próxima, como parceiro dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos e desafiamos-vos também a conhecer os nossos projetos nessa área», desafiou o edil farense.

 

Fotos: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

 

 

 



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