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Um estudo, em que participou Deborah Power, do Centro de Ciência do Mar do Algarve (CCMAR) da Universidade do Algarve (UAlg), alerta para a importância do estudo e proteção do microbioma marinho – conjunto de organismos microscópicos tais como bactérias, vírus e outros seres vivos – existentes nos oceanos, já que menos de 1% são conhecidos ou estudados.

O artigo, assinado por mais de 50 cientistas, define os desafios imediatos que se enfrentam neste esforço e apela aos investigadores, decisores políticos, educadores, financiadores, empresários, cientistas cidadãos e ao público em geral para que todos contribuam para este importante desafio.

A investigadora do CCMAR e membro do Centro Europeu de Recursos Biológicos Marinhos (EMBRC) congratula-se por ver que os oceanos estão «na agenda» e que a ONU e outras organizações «elevaram a consciência global» sobre a «importância dos oceanos para o planeta».

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«É notável que embora todos estejam familiarizados com macro organismos marinhos como baleias, peixes, crustáceos e moluscos até 2/3 da biomassa dos oceanos, corresponde a uma extraordinária diversidade de microrganismos que não são visíveis a olho nu. Estes microrganismos são o ‘motor’ dos oceanos que afetam o clima, a produtividade, a biodiversidade e podem impulsionar a economia azul, mas menos de 1% são conhecidos ou estudados», aponta a investigadora.

Deborah Power destaca ainda o facto de os cientistas do CCMAR «darem a sua voz» a um apelo de investigadores e organizações sobre a necessidade de «mais investigação sobre o microbioma marinho», na perspetiva recentemente publicada na Nature Microbiology.

A compreensão do microbioma marinho – conjunto de organismos microscópicos tais como bactérias, vírus e outros seres vivos – é uma das áreas de investigação mais excitantes atualmente e muitas questões permanecem sem resposta por parte da ciência.

À medida que equipas de investigadores em todo o mundo continuam a desvendar os seus maiores segredos, este documento pretende «concentrar os nossos esforços coletivos e lutar pelos instrumentos e meios necessários para enfrentar uma das questões mais importantes da biologia marinha nos dias de hoje», diz o CCMar.

O microbioma do oceano é um universo largamente desconhecido de organismos microscópicos que estabelecem relações intrincadas e desempenham papéis que beneficiam o oceano e o planeta em geral. São fornecedores de nutrientes, formadores de nuvens, eliminadores de resíduos, purificadores de água, engenheiros químicos e arquitetos da teia alimentar oceânica. Produzem tanto oxigénio e absorvem mais dióxido de carbono do que todas as florestas do mundo.

Investigadores da Tara Oceans, da Tara Ocean Foundation, do Laboratório Europeu de Biologia Molecular (EMBL) e do Centro Europeu de Recursos Biológicos Marinhos (EMBRC-ERIC) trabalharam em conjunto para estabelecer prioridades-chave para enfrentar o desafio de compreender o microbioma marinho, como funciona, como responde às alterações climáticas e fundamentalmente como isto terá impacto nos serviços vitais de que dependemos a partir dos oceanos.

As atuais ameaças, tais como o aquecimento global, o degelo do mar, a acidificação dos oceanos, as linhas costeiras degradadas, a pesca excessiva e a poluição por plásticos ou contaminantes, podem alterar o microbioma marinho e minar a sua produtividade, a quantidade de oxigénio que produzem e as quantidades de carbono que transportam para o oceano profundo.

 



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